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01/12/2006
-
09h05
da Folha Online
O serviço secreto britânico suspeita que o ex-espião Alexander Litvinenko, morto na última semana após receber uma dose de polônio radioativo, tenha sido vítima de um complô tramado por "elementos corruptos" no Estado russo, afirmou nesta sexta-feira o jornal britânico "The Guardian".
Os investigadores --que descartam qualquer participação oficial por parte do governo do presidente russo, Vladimir Putin-- suspeitam que só pessoas com acesso a laboratórios nucleares do Estado poderiam montar um complô tão sofisticado, acrescenta o diário.
Litvinenko, ex-agente do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antigo KGB), morreu no dia 23 no University College Hospital de Londres, em conseqüência de uma alta dose de uma substância radioativa conhecida como polônio-210.
Segundo o "Guardian", a polícia acompanha de perto os movimentos de um grupo de homens que entraram no Reino Unido junto com torcedores de futebol moscovitas.
O grupo, de pelo menos cinco homens, chegou ao Reino Unido antes que Litvinenko adoecesse, no dia 1º de novembro, assistiu a uma partida do time CSKA Moscow contra o Arsenal no estádio da equipe inglesa e retornou ao seu país pouco depois, diz o jornal.
A polícia suspeita de que a presença deles no Reino Unido pode ser a chave para se descobrir as circunstâncias da morte de Litvinenko.
Acesso ao material
Segundo uma fonte oficial consultada pelo "Guardian", "só o Estado pode ter acesso ao polônio-210". O diário acrescenta que as autoridades acham que a participação de integrantes do FSB é "provável", mas insistem que esta hipótese está longe de ser definitiva, e que os indícios ainda são circunstanciais.
As fontes dos serviços secretos não descartam a possibilidade de que os responsáveis sejam "elementos corruptos", sejam eles de dentro do FSB ou antigos membros do serviço secreto russo, afirma o jornal.
Além de a polícia estar cuidando das investigações, os serviços secretos britânicos de contra-espionagem MI5 e de espionagem MI6 estão colaborando, bem como a embaixada britânica em Moscou e a missão diplomática russa em Londres.
Até agora, a polícia detectou radiação em 12 de 24 locais inspecionados em relação à morte de Litvinenko. A autópsia do ex-espião será realizada hoje no Royal London Hospital com a presença de um patologista independente. Também estará presente um patologista designado pela família do ex-agente.
Medo
Várias pessoas se mostraram preocupadas diante da possibilidade de terem sido afetadas pelas radiações e telefonaram para o centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) para fazer as consultas necessárias.
A radiação foi detectada em aviões da empresa British Airways, e a companhia tenta entrar em contato com ao menos 33 mil passageiros que voaram nestas aeronaves para pedir que eles entrem em contato com autoridades sanitárias.
A British Airways divulgou os números de 221 vôos afetados e pediu que os passageiros que estavam neles entrem em contato com autoridades. Até o momento, 2.500 passageiros contataram a companhia para que a situação seja esclarecida.
Os vôos afetados tinham destino a Barcelona, Madri, Moscou, Dusseldorf, Atenas, Larnaca, Estocolmo, Viena, Frankfurt e Istambul. Ao menos 3.000 funcionários da companhia também deverão ser submetidos a exames médicos.
Suspeitas
Segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira (30) no jornal britânico "The Independent", Litvinenko revelou ao acadêmico italiano Mario Scaramella, com quem se reuniu em Londres antes de passar mal, que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O "Independent" não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
O ex-espião, feroz crítico de Putin, foi coronel do FSB e em 2000 foi viver como refugiado no Reino Unido, onde o governo tinha lhe concedido recentemente a nacionalidade britânica. Antes de morrer, deixou uma declaração acusando Putin de tê-lo envenenado.
Com Efe
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Litvinenko pode ter sido vítima de espiões corruptos, diz jornal
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O serviço secreto britânico suspeita que o ex-espião Alexander Litvinenko, morto na última semana após receber uma dose de polônio radioativo, tenha sido vítima de um complô tramado por "elementos corruptos" no Estado russo, afirmou nesta sexta-feira o jornal britânico "The Guardian".
Os investigadores --que descartam qualquer participação oficial por parte do governo do presidente russo, Vladimir Putin-- suspeitam que só pessoas com acesso a laboratórios nucleares do Estado poderiam montar um complô tão sofisticado, acrescenta o diário.
Litvinenko, ex-agente do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antigo KGB), morreu no dia 23 no University College Hospital de Londres, em conseqüência de uma alta dose de uma substância radioativa conhecida como polônio-210.
Segundo o "Guardian", a polícia acompanha de perto os movimentos de um grupo de homens que entraram no Reino Unido junto com torcedores de futebol moscovitas.
O grupo, de pelo menos cinco homens, chegou ao Reino Unido antes que Litvinenko adoecesse, no dia 1º de novembro, assistiu a uma partida do time CSKA Moscow contra o Arsenal no estádio da equipe inglesa e retornou ao seu país pouco depois, diz o jornal.
A polícia suspeita de que a presença deles no Reino Unido pode ser a chave para se descobrir as circunstâncias da morte de Litvinenko.
Acesso ao material
Segundo uma fonte oficial consultada pelo "Guardian", "só o Estado pode ter acesso ao polônio-210". O diário acrescenta que as autoridades acham que a participação de integrantes do FSB é "provável", mas insistem que esta hipótese está longe de ser definitiva, e que os indícios ainda são circunstanciais.
As fontes dos serviços secretos não descartam a possibilidade de que os responsáveis sejam "elementos corruptos", sejam eles de dentro do FSB ou antigos membros do serviço secreto russo, afirma o jornal.
Além de a polícia estar cuidando das investigações, os serviços secretos britânicos de contra-espionagem MI5 e de espionagem MI6 estão colaborando, bem como a embaixada britânica em Moscou e a missão diplomática russa em Londres.
Até agora, a polícia detectou radiação em 12 de 24 locais inspecionados em relação à morte de Litvinenko. A autópsia do ex-espião será realizada hoje no Royal London Hospital com a presença de um patologista independente. Também estará presente um patologista designado pela família do ex-agente.
Medo
Várias pessoas se mostraram preocupadas diante da possibilidade de terem sido afetadas pelas radiações e telefonaram para o centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) para fazer as consultas necessárias.
Efe |
Reino Unido examina aviões da companhia British Airways (foto) em busca de radiação |
A British Airways divulgou os números de 221 vôos afetados e pediu que os passageiros que estavam neles entrem em contato com autoridades. Até o momento, 2.500 passageiros contataram a companhia para que a situação seja esclarecida.
Os vôos afetados tinham destino a Barcelona, Madri, Moscou, Dusseldorf, Atenas, Larnaca, Estocolmo, Viena, Frankfurt e Istambul. Ao menos 3.000 funcionários da companhia também deverão ser submetidos a exames médicos.
Suspeitas
Segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira (30) no jornal britânico "The Independent", Litvinenko revelou ao acadêmico italiano Mario Scaramella, com quem se reuniu em Londres antes de passar mal, que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O "Independent" não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
O ex-espião, feroz crítico de Putin, foi coronel do FSB e em 2000 foi viver como refugiado no Reino Unido, onde o governo tinha lhe concedido recentemente a nacionalidade britânica. Antes de morrer, deixou uma declaração acusando Putin de tê-lo envenenado.
Com Efe
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