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05/12/2006
-
18h58
da Folha Online
Saddam Hussein escreveu para o juiz que chefia seu julgamento sobre o genocídio curdo promovido por ele enquanto fora presidente do Iraque dizendo que não quer mais participar de seu julgamento --quaisquer que sejam as conseqüências. A afirmação está em uma carta divulgada nesta terça-feira pelos advogados de Saddam.
Na carta manuscrita em árabe, disponibilizada à Associated Press, Saddam citou o que ele chamou repetidas vezes de "insultos" feitos pelo juiz chefe, Mohammed Oreibi al Khalifa, e pelos promotores sobre seu papel na campanha militar chamada "Operação Anfal" ocorrida entre 1987 e 1988.
"Não me foi dada a chance de falar quando tentei esclarecer a verdade quando ergui a mão por três vezes [durante a sessão]", escreveu Saddam em uma carta de uma página com data dessa segunda-feira. Ele disse querer ter respondido à alegação de que teria acumulado uma fortuna de US$ 10 bilhões.
Na audiência da segunda-feira, um promotor pediu que Oreibi confiscasse o dinheiro, o qual afirmou pertencer "ao antigo regime e que fora depositado em bancos estrangeiros".
"Pedimos que a corte pusesse suas mãos no dinheiro para assegurar os direitos das vítimas", disse o procurador.
O juiz não respondeu à carta e transferiu a audiência até a quarta-feira para ouvir mais testemunhas.
A autenticidade da carta de Saddam, enviada por seus advogados, não pôde ser imediatamente verificada. Mas sua linguagem é similar à usada por Saddam em outros documentos e em seus pronunciamentos na corte.
Ele adicionou à carta a seguinte assinatura: "Presidente da república e comandante em chefe das forças armadas dos Mujahedeen [guerreiros sagrados]".
"Não aceitarei ser continuamente ofendido por você e por outros", dizia a carta.
Saddam não especificou, mas parecia se referir ao governo iraquiano apoiado pelos Estados Unidos, ao freqüentemente fazer acusações àquilo que chamou de ferramenta nas mãos de Washington.
"Além do mais, peço para ser poupado das audiências desta comédia e vocês poderão fazer o que quiserem", afirmou Saddam.
Saddam e seis acusados encaram a possibilidade de uma execução, caso sejam condenados pela Operação Anfal. Os promotores estimam que 180.000 curdos foram mortos quando o exército de Saddam destruiu centenas de vilarejos, matando ou deixando inúmeros sem teto em uma campanha por terra a contra as guerrilhas separatistas ao norte do país, em regiões dominadas pelos curdos.
Em 5 de novembro, Saddam foi condenado separadamente pelas mortes de cerca de 150 muçulmanos xiitas. Ele e outros dois foram sentenciados à morte por enforcamento.
Com Associated Press
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Saddam Hussein escreveu para o juiz que chefia seu julgamento sobre o genocídio curdo promovido por ele enquanto fora presidente do Iraque dizendo que não quer mais participar de seu julgamento --quaisquer que sejam as conseqüências. A afirmação está em uma carta divulgada nesta terça-feira pelos advogados de Saddam.
Na carta manuscrita em árabe, disponibilizada à Associated Press, Saddam citou o que ele chamou repetidas vezes de "insultos" feitos pelo juiz chefe, Mohammed Oreibi al Khalifa, e pelos promotores sobre seu papel na campanha militar chamada "Operação Anfal" ocorrida entre 1987 e 1988.
"Não me foi dada a chance de falar quando tentei esclarecer a verdade quando ergui a mão por três vezes [durante a sessão]", escreveu Saddam em uma carta de uma página com data dessa segunda-feira. Ele disse querer ter respondido à alegação de que teria acumulado uma fortuna de US$ 10 bilhões.
Na audiência da segunda-feira, um promotor pediu que Oreibi confiscasse o dinheiro, o qual afirmou pertencer "ao antigo regime e que fora depositado em bancos estrangeiros".
"Pedimos que a corte pusesse suas mãos no dinheiro para assegurar os direitos das vítimas", disse o procurador.
O juiz não respondeu à carta e transferiu a audiência até a quarta-feira para ouvir mais testemunhas.
A autenticidade da carta de Saddam, enviada por seus advogados, não pôde ser imediatamente verificada. Mas sua linguagem é similar à usada por Saddam em outros documentos e em seus pronunciamentos na corte.
Ele adicionou à carta a seguinte assinatura: "Presidente da república e comandante em chefe das forças armadas dos Mujahedeen [guerreiros sagrados]".
"Não aceitarei ser continuamente ofendido por você e por outros", dizia a carta.
Saddam não especificou, mas parecia se referir ao governo iraquiano apoiado pelos Estados Unidos, ao freqüentemente fazer acusações àquilo que chamou de ferramenta nas mãos de Washington.
"Além do mais, peço para ser poupado das audiências desta comédia e vocês poderão fazer o que quiserem", afirmou Saddam.
Saddam e seis acusados encaram a possibilidade de uma execução, caso sejam condenados pela Operação Anfal. Os promotores estimam que 180.000 curdos foram mortos quando o exército de Saddam destruiu centenas de vilarejos, matando ou deixando inúmeros sem teto em uma campanha por terra a contra as guerrilhas separatistas ao norte do país, em regiões dominadas pelos curdos.
Em 5 de novembro, Saddam foi condenado separadamente pelas mortes de cerca de 150 muçulmanos xiitas. Ele e outros dois foram sentenciados à morte por enforcamento.
Com Associated Press
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