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23/12/2006 - 21h51

Irã diz que sanções da ONU são "ilegais" e promete manter programa

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da Folha Online

O Irã descreveu como "inválida" e "ilegal" a resolução aprovada neste sábado pelo Conselho de Segurança da ONU, que impõe sanções contra o Irã após a recusa do país em suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Teerã também prometeu manter seu programa nuclear.

As declarações foram divulgadas pelo Ministério de Relações Exteriores em um comunicado lido na TV estatal iraniana, cerca de uma hora depois da aprovação da resolução pela ONU.

"O Irã considera que a resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU (...) é um ato ilegal e vai contra a Carta da ONU. A nação iraniana não delegou seu destino às decisões inválidas do CS, e nem o fará no futuro", diz o anúncio, indicando que o programa nuclear será mantido.

"A nova resolução não será obstáculo no caminho do progresso nuclear iraniano", diz ainda o comunicado. "'A nação iraniana, confiando em sua capacidade nacional e nos direitos previsto pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear, irá manter suas atividade nucleares pacíficas".

O Irã "começará a operar 3.000 centrífugas em Natanz, dando continuidade a seu programa nuclear pacífico, sob a supervisão da Agência Nacional de Energia Atômica (AIEA)", diz ainda o anúncio, citando a plataforma nuclear de enriquecimento de urânio no centro do Irã.

A resolução, adotada por unanimidade neste sábado, ordena que todos os países suspendam o fornecimento de materiais e tecnologia que possam contribuir para o programa nuclear do Irã.

A medida também impõe o congelamento de bens de companhias e indivíduos do país cujos nomes constam em uma lista elaborada pela ONU. Se o Irã se recusar a cooperar, a resolução prevê que o Conselho de Segurança poderá adotar novas sanções não-militares futuramente.

O embaixador do Irã na ONU, Javad Zarif, criticou o Conselho pelas sanções. "Uma nação está sendo punida por exercer seus direitos inalienáveis de desenvolver energia nuclear" afirmou.

O Irã alega que o enriquecimento de urânio desenvolvido no país tem apenas fins pacíficos e ameaça romper sua colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se for alvo de sanções. Mas a comunidade internacional alega que Teerã usa suas atividades nucleares para construir uma bomba atômica.

O governo iraniano insiste que suas atividades nucleares visam apenas a produzir energia, mas não aceitou um pacote de incentivos econômicos e políticos em troca de uma moratória nuclear oferecidos como alternativa pela comunidade internacional.

EUA

Os Estados Unidos, Israel e a França elogiaram a adoção da resolução pelo Conselho.

No entanto, os EUA afirmaram que a medida não é o suficiente. "Nós queremos que a comunidade internacional tome mais medidas", afirmou o subsecretário de Estado, Nicholas Burns. "Mas esta foi uma forte mensagem para o Irã", acrescentou.

O porta-voz do Ministério israelense de Relações Exteriores, Mark Regev, disse que a resolução envia uma "clara mensagem ao governo do Irã" de que seu programa nuclear é "totalmente inaceitável" para a comunidade internacional.

O líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, causou condenação em vários países do mundo ao afirmar que Israel deveria ser "riscado do mapa".

O ministro francês das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy, disse em um comunicado que a resolução "dá ao Irã uma clara escolha: cooperar com a comunidade internacional ou continuar com seu programa de enriquecimento de urânio, fazendo crescer seu isolamento".

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