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01/01/2007 - 11h47

EUA começam o ano com mais de 3.000 soldados mortos no Iraque

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da Folha online

Os Estados Unidos iniciam 2007 com o saldo de mais de 3.000 soldados mortos no Iraque e mais de 140 mil ainda envolvidos na guerra sanguinária que divide o país, enquanto o governo do presidente George W. Bush avalia a conveniência de enviar mais tropas ao país que invadiu em 2003.

A questão, já controversa, se torna ainda mais tensa com a execução do ditador Saddam Hussein na madrugada do último sábado (30), que poderá detonar um aumento na violência sectária no país.

Os americanos esperam para esta semana a indicação de uma nova estratégia para a Guerra do Iraque por parte de Bush, que comparecerá nesta segunda-feira a uma homenagem ao presidente Gerald Ford, morto na última semana. Ford, em uma entrevista concedida em 2004 mas que só foi divulgada após sua morte, afirmou que Bush e seus assessores cometeram um "grande erro" em sua justificativa para a invasão do Iraque.

Quase quatro anos após a invasão, em março de 2003, Bush mantém que os EUA "não estão ganhando, nem perdendo" a guerra. A declaração foi feita há três semanas, quando o presidente americano recebeu as 79 recomendações do Grupo de Estudos sobre o Iraque, comissão bipartidária responsável por elaborar sugestões para a Casa Branca sobre a guerra.

Os EUA já estão no Iraque há mais tempo do que sua participação na 2º Guerra Mundial, um conflito no qual perdeu 405 mil soldados, e acaba de superar na virada do ano a marca dos 3.000 militares mortos.

No total, mais de 150 mil pessoas morreram desde a invasão americana, em 2003, afirma o governo iraquiano.

Contagem

No site da internet da organização GlobalSecurity.com, especializada em assuntos militares, a contagem do número de mortos no Iraque se elevou neste domingo a 3.002 desde a invasão do país, em 2003.

De acordo com a organização, que apóia sua contagem dos mortos nos relatos da imprensa sobre incidentes no Iraque, o número total de soldados feridos até agora já é de 22.401.

O Pentágono, que atualiza sua contagem de maneira mais lenta, apontou em seu último informe, no dia 29 de dezembro, o número de 2.983 soldados mortos e 22.565 feridos.

Para diminuir as baixas militares e também civis, o Grupo de Estudos sobre o Iraque recomendou uma combinação do uso de forças: a retirada gradual das tropas americanas do combate e o aumento do número de instrutores para as forças militares e de segurança do governo do Iraque.

Envio de tropas

Bush considera a possibilidade de aumentar substancialmente, mas de forma breve, o número de soldados americanos no Iraque.

O ex-senador e ex-candidato a vice-presidente democrata John Edwards, que já anunciou que buscará a candidatura para a Presidência americana em 2008, afirmou na última semana que seu voto em 2002 a favor da resolução que permitiu a invasão do Iraque foi um erro.

"Os EUA deveriam iniciar a retirada de suas tropas ao invés de enviar mais soldados", disse Edwards. Para William Cohen, um republicano que foi chefe do Pentágono durante a administração do democrata Bill Clinton (1993-2001), afirmou que "na discussão sobre o envio de mais tropas ao Iraque, o importante não é o número, mas uma definição clara da missão".

"Devemos definir se a missão será a custódia das fronteiras ou o controle de Bagdá", disse Cohen ao programa de TV dos EUA "Late Edition", da CNN. "E se a missão é a neutralização e a desmilitarização das milícias xiitas, então vamos precisar de mais dez mil a 20 mil soldados adicionais."

Violência

A morte de Saddam foi recebida com violência no Iraque. Neste domingo, quatro civis, entre eles duas crianças, e três soldados iraquianos morreram após vários ataques em Bagdá e no norte do Iraque, disseram fontes dos serviços de segurança.

Duas crianças morreram e um homem e uma mulher ficaram feridos após a explosão de um foguete katiucha lançado sobre o bairro xiita de Kadhimiyah, no noroeste de Bagdá, segundo uma das fontes, que pediu anonimato.

Saddam Hussein foi executado neste bairro no amanhecer deste sábado, num quartel dos serviços secretos do exército. Os funerais do ex-ditador ocorreram em sua cidade natal, Awja, perto de Tikrit (norte), depois que seu cadáver foi levado num helicóptero americano de Bagdá.

Uma pessoa morreu e outras seis ficaram feridas após a explosão de um carro-bomba no bairro de Hurriyah, no noroeste da capital, onde vivem xiitas e sunitas e onde outro atentado no sábado deixou 37 mortos.

Uma pessoa morreu e outras cinco ficaram feridas depois que um carro-bomba explodiu em Chawakah, no centro de Bagdá.

A oeste da cidade petroleira de Kirkuk (250 km ao norte de Bagdá), três militares morreram e dois ficaram feridos, informou um oficial da polícia, o capitão Atallah Mahmud.

Com Efe

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