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05/01/2007 - 18h48

Bush inicia ampla reestruturação de equipe de segurança dos EUA

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da Efe
da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deu nesta sexta-feira os primeiros passos para uma ampla reestruturação de sua equipe de segurança dentro da busca por uma nova estratégia para a Guerra do Iraque. A mudança acontece apenas um dia depois que o novo Congresso, dominado por democratas pela primeira vez em 12 anos, iniciou os trabalhos de 2007 com promessas de pressão sobre o governo e sua política na guerra.

Em uma breve cerimônia realizada hoje na Casa Branca, Bush propôs que o vice-almirante aposentado Mike McConnell seja o novo diretor de Inteligência Nacional, substituindo John Negroponte, que será o "número dois" do Departamento de Estado.

Estas mudanças, que terão que ser referendadas pelo novo Senado democrata, fazem parte de uma remodelação muito mais ampla das principais peças da equipe diplomática e militar dos EUA realizada pelo presidente americano.

Iraque

Embora Bush só tenha anunciado hoje as nomeações de McConnell e de Negroponte, fontes de sua Administração e dos principais meios de comunicação do país garantem que o embaixador dos EUA em Bagdá. Zalmay Khalilzad, também será substituído, assim como os principais comandantes militares em território iraquiano. Tais medidas são parte do novo plano para o Iraque que será anunciado na próxima semana.

Hoje, o presidente dos EUA não comentou o assunto no breve ato realizado na Casa Branca, no qual anunciou seus candidatos para comandar a divisão de inteligência e para ocupar o subsecretariado de Estado.

Ele expressou sua confiança de que tanto McConnell como Negroponte farão um bom trabalho em suas respectivas posições e, em uma clara mensagem ao Senado, qualificou de "imprescindível [a aprovação dos nomes, para] que possam assumir rapidamente suas novas responsabilidades".

Escolhidos

Após elogiar as qualidades e o longo currículo de Negroponte --um diplomata de carreira-- Bush afirmou que ele é "um candidato soberbo" para se tornar subsecretário de Estado às ordens de Condoleezza Rice, um cargo que estava vazio há meses, desde que Robert Zoellick decidiu deixá-lo para ir trabalhar no setor privado.

Ele também não poupou elogios ao apresentar seu escolhido para a vaga de Negroponte e para dirigir as 16 agências de inteligência do país, Mike McConnell, um homem que tem a "experiência, a inteligência e a personalidade" para exercer o cargo, declarou Bush.

McConnell é um vice-almirante aposentado com mais de 25 anos de trabalho nos serviços de inteligência, nos quais chegou a ocupar cargos de relevância, como o de diretor dos serviços de inteligência da Junta de Chefes do Estado-Maior e o de diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) entre 1992 e 1996.

Sua nomeação faz parte da reestruturação de altos cargos ligados ao Iraque que começou quando anunciou a saída de Donald Rumsfeld, que foi substituído por Robert Gates no comando do Pentágono.

Esta primeira mudança aconteceu logo após as eleições legislativas de novembro, nas quais os republicanos perderam o controle do Congresso por causa, principalmente, do crescente descontentamento popular com a Guerra do Iraque.

Outras mudanças

É esperado que Bush anuncie novas substituições nas próximas horas, todos elas de diplomatas e de militares ligados ao conflito iraquiano, como a do embaixador americano em Bagdá, Zalmay Khalilzad, que, segundo a imprensa, será substituído pelo veterano diplomata Ryan Crocker, que atualmente é o representante dos EUA no Paquistão.

Khalilzad será, previsivelmente, o candidato de Bush para ser o embaixador de Washington na ONU, no lugar de John Bolton.

No âmbito militar, Bush planeja indicar o almirante William Fallon para o lugar do general John Abizaid, na função de chefe do Comando Central dos EUA responsável pelas operações militares no Iraque e no Afeganistão.

Além disso, pretende nomear o general David Petraeus como principal comandante das tropas no Iraque, no lugar do general George Casey.

Está previsto que todas estas mudanças sejam anunciadas oficialmente nas próximas horas, inclusive ao longo do dia de hoje, antecipando a nova estratégia para o Iraque que será apresentada pelo presidente a todos os americanos na próxima semana em um discurso dirigido à nação.

Será uma estratégia "completa", segundo a Casa Branca, que atingirá não apenas o âmbito militar, mas também o político e econômico.

Pressão

O Partido Democrata assumiu nesta quinta-feira o poder do Congresso americano, liderando o Senado e a Câmara dos Representantes [deputados] pela primeira vez em 12 anos. A volta dos democratas é marcada por um fato inédito: Nancy Pelosi, 66, torna-se a partir de hoje a primeira mulher a presidir a Câmara americana.

Ontem, ao assumir, os democratas já partiram para a pressão para que o governo americano traga de volta o contingente de soldados dos EUA atualmente lutando na Guerra do Iraque.

Pelosi afirmou em seu discurso de posse que é preciso "deixar claro aos iraquianos sua responsabilidade em trazer estabilidade ao país, enquanto procuramos uma forma responsável de realocar as nossas tropas" que estão hoje no país árabe.

Nos últimos dias, o número de americanos mortos na guerra chegou a 3.000, despertando protestos em todo o país.

Os democratas conquistaram por uma pequena maioria o controle do Senado e da Câmara dos Representantes dos EUA nas últimas eleições legislativas em 7 de novembro de 2006. A situação na Guerra do Iraque foi apontada como uma das principais razões para a perda de apoio dos republicanos junto à opinião pública.

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