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06/01/2007 - 20h21

Exército iraquiano mata 30 militantes em Bagdá

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da France Presse, em Bagdá

O exército iraquiano matou pelo menos 30 militantes e capturou outros, entre eles quatro sudaneses, durante violenta troca de tiros no centro de Bagdá, horas depois do anúncio de um novo plano de segurança para a capital, informou neste sábado a televisão estatal Al Iraqiya.

O confronto teria acontecido perto da rua Haifa, localizada num bairro sunita onde viviam os principais membros do governo de Saddam Hussein.

O sábado também teve a confirmação da morte em Bagdá de um funcionário iraquiano da agência de notícias americana Associated Press, que estava desaparecido havia seis dias, informou neste sábado a própria empresa.

Ahmed Hadi Naji, 28, "correspondente e cinegrafista, foi morto com um tiro na nuca, em espécie de execução sumária", indicou a agência, acrescentando que o corpo foi encontrado em um necrotério da capital na sexta-feira.

Além desse episódio de violência, os corpos dos dois iraquianos seqüestrados sexta-feira junto com um cidadão americano em Basra, sul do Iraque, foram encontrados, disse o comandante Charlie Burbridge, porta-voz militar britânico.

"Os corpos dos dois intérpretes iraquianos foram encontrados no centro de Basra, perto de um estádio. Eles foram mortos com vários disparos na nuca", contou.

A embaixada americana no Iraque confirmou neste sábado o "desaparecimento" de um cidadão americano, seqüestrado na véspera com dois intérpretes iraquianos por desconhecidos na cidade de Basra.

Mais cedo, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki, anunciou que divulgará nos próximos dias um novo plano de segurança para Bagdá, palco de violências religiosas que deixaram milhares de mortos em 2006.

"O plano de segurança para Bagdá está pronto, depois da revisão dos planos anteriores. Contamos com as forças de segurança para poder aplicá-lo, com o apoio da força multinacional, dirigida pelo exército americano", declarou Nuri Al Maliki.

O primeiro-ministro discursou na cerimônia do aniversário da fundação do exército iraquiano, na Zona Verde ultraprotegida do centro de Bagdá.

Revisão

O governo iraquiano disse ainda neste sábado que pode "rever suas relações com todos os Estados que não respeitaram a vontade do povo" sobre a execução de Saddam Hussein, "um assunto interno que diz respeito apenas aos iraquianos".

"O governo pode ser obrigado a rever suas relações com todos os Estados que não respeitaram a vontade do povo iraquiano", ameaçou Maliki, em cerimônia pelo 86º aniversário da fundação do exército iraquiano.

"Rejeitamos e condenamos as reações, oficiais ou divulgadas pela imprensa, de certos governos", comentou Maliki.

"Estamos estupefatos com as reações de certos governos que lamentam o destino do déspota sob pretexto de ele ter sido executado num dia santo, sendo que ele mesmo sempre violou as festas santas", acusou.

Esta é a primeira reação oficial do primeiro-ministro à execução de Saddam Hussein, enforcado dia 30 de dezembro de 2006, dia de festa muçulmana, numa caserna do norte de Bagdá.

Um vídeo pirata de sua morte, divulgado na internet, gerou indignação na comunidade internacional. As imagens desta gravação, feitas com um telefone celular, revelaram que o ex-presidente foi insultado antes de ser enforcado.

"Consideramos a execução do ditador Saddam Hussein um assunto interno que diz respeito apenas aos iraquianos", declarou Maliki.

"A execução do déspota não foi uma decisão política, como afirmam os inimigos do povo iraquiano. Esta decisão foi tomada após um justo processo, que o ditador não merecia", destacou.

Saddam Hussein foi condenado à morte e executado por sua responsabilidade na morte de 148 xiitas em represália a um atentado contra seu comboio presidencial, em 1982, em Dujail, ao norte de Bagdá.

Mas o ex-ditador também estava sendo julgado por genocídio no Alto tribunal penal iraquiano por ter ordenado as campanhas militares de Anfal, que matou 180.000 pessoas no Curdistão (norte) em 1987-1988, segundo a acusação.

As autoridades iraquianas estavam também acusadas de responsabilidade no bombardeio químico da cidade de Halabja, no Curdistão, que matou 5.000 pessoas em 1988.

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