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16/01/2007 - 17h00

Médico espanhol desmente gravidade do estado de Fidel Castro

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da Folha Online

Contrário aos temores levantados nesta terça-feira por uma reportagem do jornal espanhol "El País", que afirmou que a saúde do líder cubano Fidel Castro está em estado "muito grave", um médico que o examinou no último mês insistiu que ele está se recuperando. A afirmação do médico Jose Luis Garcia Sabrido foi divulgada hoje pela rede de TV americana CNN.

Jose Goitia/AP
Líder cubano Fidel Castro, cujo estado de saúde é "grave" após 3 cirurgias sem sucesso
Líder cubano Fidel Castro, cujo estado de saúde é "grave" após 3 cirurgias sem sucesso
A reportagem do "El País" cita duas fontes de um hospital madrilenho que supostamente afirmaram que Fidel sofre complicações após três cirurgias fracassadas.

Mas Sabrido, chefe de cirurgia do hospital público Gregorio Maranon, em Madri, negou as afirmações. Ele viajou a Havana em dezembro e examinou o líder cubano por cerca de 90 minutos.

Em entrevista ao repórter da CNN Al Goodman nesta terça-feira, Sabrido disse que não foi ele a fonte da reportagem do "El País". "Qualquer afirmação que não venha diretamente da equipe médica de Fidel não tem fundamento", completou o médico.

Tratamento bem-sucedido?

Sabrido se recusou a comentar em detalhes à CNN a reportagem do jornal espanhol, mas manteve o comunicado que fez no último dia 26 de dezembro no qual afirmou que Fidel está se recuperando e não tem câncer. À época, ele disse a repórteres que Fidel estava tendo uma resposta "fantasticamente boa" ao tratamento.

A viagem do médico espanhol até Cuba foi supervisionada pelo governo de Cuba, segundo o jornal espanhol "El Periodico de Catanunya". O jornal afirmou que Sabrido viajou em um avião do governo e que a Embaixada de Cuba controlou todos os detalhes da visita.

O "El Pais" informou que Fidel sofre de diverticulite (inflamação de uma estrutura do intestino que pode causar ruptura e sangramento). A reportagem afirma que a inflamação se espalhou para tecidos nas paredes do abdome, uma condição chamada peritonite.

O jornal afirma que essa infecção impediu o processo de cura de Fidel.

Informações oficiais

Autoridades cubanas visitaram os EUA no mês passado, dizendo que Fidel não tem câncer e deve retornar em breve à vida pública. Não ficou claro se ele voltaria à chefia de governo.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que o governo não tem nada a acrescentar quanto ao estado de Fidel. "O que podemos dizer a respeito é que [a reportagem] é um resumo de informes médicos anteriores. Não temos nada de novo."

Apesar de o vice-presidente Carlos Lage e o próprio filho mais velho do líder, Fidel Castro Díaz-Ballart, terem afirmado nesta semana em Quito (Equador) e Santiago (Chile), respectivamente, que o presidente cubano está se recuperando, as informações não circularam nos meios de comunicação locais, segundo informações da agência de notícias France Presse.

Em meio ao silêncio oficial na ilha, as notícias de Madri começaram a correr pouco a pouco em Havana através de antenas de TV a cabo ilegais e rádios de Miami, afirmou a France Presse.

"Aqui ninguém diz nada, não há nenhuma notícia e como não saem informações à luz do dia a gente especula. Parece que está mesmo mal", afirmou um ex-militar cubano, citado pela agência.

Outra fonte citada pela France Presse, uma enfermeira, demonstrou temor. "Estamos angustiados porque não sabemos o que vai acontecer. Se [Fidel] não sai é porque está mal", disse a cubana.

Especulação

O governo americano também especulou que Fidel poderia sofrer de um câncer.

Segundo o "El País", Fidel não se recuperou bem de uma primeira cirurgia, na qual foi extraída parte de seu intestino, e desenvolveu peritonite.

Uma segunda cirurgia foi realizada para drenar a área infectada, e também não teve sucesso.

De acordo com o jornal, Fidel passou a sofrer de inflamação no duto biliar, doença cuja mortalidade é de 80%.

Um duto artificial fabricado na Coréia do Sul foi implantado em Fidel, e mais tarde substituído por um segundo duto fabricado na Espanha, ainda segundo o "El Pais".

Ausência de imagens

Castro não aparece em público desde o dia 26 de julho, quando assistiu a dois atos políticos pouco antes de ser operado. Durante sua ausência, o líder enviou diversas mensagens por escrito e apareceu em cinco vídeos --o último de 28 de outubro.

Há, portanto, cerca de 80 dias que Fidel não é visto nem mesmo em imagens de foto e vídeo. Outro sinal que pode indicar que as coisas não vão bem para o líder é a ausência prolongada de seu aliado, o presidente venezuelano Hugo Chávez, que o visitou quatro vezes entre agosto e setembro.

Fidel está no poder desde 1959. O governo cubano afirma que a revolução continuará firme mesmo em caso da morte de Fidel, que já sobreviveu a dez presidentes dos EUA em 48 anos de revolução.

Com agências internacionais

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