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21/01/2007 - 12h50

Chegada de 3.200 americanos ao Iraque marca nova etapa Bush

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da Folha Online

A chegada de 3.200 soldados americanos a Bagdá neste domingo marca uma nova etapa da ação dos Estados Unidos no Iraque. O presidente dos EUA, George W. Bush, pretende enviar um total de 21.500 soldados adicionais para o país árabe --que vão se juntar aos 132 mil já presentes no país--, mas suas ambições enfrentam forte oposição do Congresso, dominado pelos democratas pela primeira vez em 12 anos.

De acordo com o plano de Bush, o reforço militar deverá atuar apenas como apoio das tropas iraquianas, e não na linha de combate. Apesar disso, a rejeição à presença americana no conflito é crescente nos EUA devido ao número de baixas de militares americanos desde o início da Guerra do Iraque, em março de 2003 --que já registra mais de 3.000 mortos. Apenas neste mês, 31 americanos morreram no país árabe.

Os 3.200 soldados adicionais entram em ação a partir de 1º de fevereiro, segundo o comando americano. As tropas terão a missão de ajudar as forças de segurança iraquianas na "limpeza", controle e segurança dos postos-chave de Bagdá.

Os soldados no reforço que desembarcou no Iraque hoje pertencem à 2ª Brigada da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército americano e vão se juntar aos 132 mil já presentes no país, totalizando 153.500 efetivos. No auge da Guerra do Vietnã (1965-1975), cerca de 500 mil soldados americanos atuaram naquele conflito.

Militares americanos mortos

Ao mesmo tempo em que chegava o reforço americano, se seguiram no Iraque episódios de violência sectária. Uma bomba explodiu em um ônibus no centro de Bagdá, matando seis passageiros e ferindo outros 15, segundo oficiais de segurança. No leste da capital, outra explosão, desta vez de um carro-bomba, matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas.

O Exército dos EUA rebaixou hoje de 13 para 12 o número de soldados americanos mortos neste sábado na queda de um helicóptero ao noroeste de Bagdá. Ontem, chegou-se a anunciar inicialmente a morte de 13 americanos, o que teria elevado o número de mortos em janeiro a 32. A forças americanas abriram uma investigação para apurar as causas da queda do helicóptero, um dos mais graves já registrados pelos EUA em quase três anos de combate no Iraque.

Além da queda do helicóptero, neste sábado soldados americanos foram atacados na cidade xiita de Karbala, ao sul de Bagdá, por milicianos que abriram fogo com armas automáticas, granadas e morteiros. Cinco soldados morreram no ataque.

Outros dois militares americanos morreram ontem com a explosão de bombas artesanais no norte de Bagdá e no norte do Iraque.

Oposição

O embate entre a Casa Branca e o Congresso dos EUA a respeito da nova estratégia do presidente para a ação americana no Iraque se intensificou neste sábado após a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusar o governo de "brincar de política" com as vidas dos soldados.

Pelosi fez as duras acusações contra a Casa Branca no popular programa de TV "Good Morning America" (rede de TV americana ABC). "O presidente sabe que, uma vez que as tropas estejam em perigo, nós [o Congresso] não vamos cortar verba para a guerra", disse a líder.

"É por isso que eles estão se movendo tão rapidamente para colocar os soldados na linha de perigo", completou Pelosi. A resposta do governo foi curta e rápida --a Casa Branca classificou as declarações da líder democrata de "venenosas".

Nesta semana, os EUA aguardam um novo pronunciamento oficial do presidente que deverá incluir uma defesa de sua nova estratégia. O discurso de Bush deverá ser feito na próxima terça-feira (23).

Resolução

Na última quarta-feira (17), congressistas democratas, aliados a pelo menos um republicano, anunciaram que apresentarão uma resolução contra o plano de enviar soldados adicionais para o Iraque.

A resolução, apesar de não ter poder efetivo de impedir a implementação do plano de Bush, já está causando o primeiro grande impasse entre novo Congresso dos EUA.

"Farei tudo o que puder para impedir a estratégia do presidente", disse o senador Chuck Hagel, que assim com o Bush, é membro do Partido Republicano. Hagel, um potencial candidato à eleição presidencial dos EUA, em 2008, uniu-se aos democratas na oposição à guerra. "Considero [o plano] perigosamente irresponsável", afirmou.

Já preparada para a agressiva oposição do Congresso, a Casa Branca deixou claro a republicanos nos últimos dias que o governo não desistirá de implementar a nova estratégia elaborado para o Iraque.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que resoluções aprovadas no Congresso não afetarão a decisão de Bush. "O presidente tem obrigações como comandante-em-chefe. E ele vai cumpri-las", disse Snow.

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