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07/02/2007
-
11h22
DANIELA LORETO
da Folha Online
As três cartas-bomba enviadas desde segunda-feira (5) para escritórios no Reino Unido parecem uma "ação isolada" e provavelmente não têm conexão com terrorismo na opinião de Ian Loader, 41, especialista em criminologia da Universidade de Oxford.
Segundo a polícia, sete cartas-bomba foram enviadas no Reino Unido nas últimas três semanas --três delas nos últimos três dias.
"Posso até estar errado, a polícia pode descobrir daqui a algum tempo que existe um grupo organizado contra as regras de regulamentação do trânsito atuando por trás disso, mas acho muito difícil", afirmou Loader em entrevista à Folha Online, por telefone.
Todas as cartas-bomba foram enviadas para escritórios de três companhias ligadas ao sistema de controle do tráfego no Reino Unido --Avantis, Capita e DVLA.
Para o especialista, o mais provável é que se trate de uma "iniciativa individual" de alguém que se sente injustiçado com o sistema de regulação de tráfego, e decidiu "mostrar sua raiva contra quem organiza este sistema" enviando cartas-bomba para as empresas responsáveis.
O especialista de Oxford descarta a possibilidade de ações deste tipo se proliferarem.
"É preciso levar em conta que nem todas as pessoas que se sentem injustiçadas com algo no Reino Unido possuem os meios para enviar cartas-bomba, mesmo que queiram. Por isso, não acho que ocorrências similares vão se repetir em série".
Loader lembra ainda que há vários grupos organizados no país que atuam sem atos de violência, como a Associação de Motoristas Britânicos, que luta pelos direitos dos cidadãos no tráfego e combate o que julga ser injusto no sistema, organizando protestos de maneira pacífica.
Para ele, o envio consecutivo das três cartas-bomba também não deve assustar a população. "Pode surgir medo entre pessoas que trabalham para empresas desse ramo, mas não acho provável que haja um medo generalizado, já que as cartas parecem ter um alvo específico".
Cartas
A terceira carta-bomba explodiu nesta quarta-feira em um escritório a DVLA --a agência britânica que administra registros de motoristas e automóveis-- em Swansea (País Gales), deixando uma pessoas ferida. A vítima foi hospitalizada, mas não corre risco de morte.
Ontem, dois homens sofreram ferimentos nas mãos e no abdômen após serem atingidos pela explosão de uma carta-bomba em um escritório da empresa Vantis, baseado no Centro de Negócios de Oaklands em Wokingham, no Condado de Berkshire, a oeste de Londres.
Os serviços de câmeras e controle de velocidade por radares são clientes da Vantis.
Na segunda-feira (5), a vítima de outra explosão de carta-bomba foi uma mulher, atingida na Capita --empresa de seguros que representa clientes como a rede de informações britânica BBC, o Escritório de Registro de Crimes, o Departamento de Comércio e Indústria e o Departamento de Trabalho e Pensões, arrecada 25 milhões de pagamentos por ano de motoristas que pedem licença para dirigir no centro de Londres.
A Scotland Yard ainda não sabe se há relação entre as três explosões.
O ministro britânico do Interior, John Reid, falando momentos antes de ser anunciada a terceira explosão, nesta quarta-feira, classificou as cartas-bomba como "preocupante", e disse ser importante que a polícia leve a cabo sua investigação sem fazer especulações.
Passado
O IRA (Exército Republicano Irlandês) foi pioneiro no uso de cartas-bomba como tática de terrorismo nos anos 70, na campanha para separar a Irlanda do Norte do Reino Unido. O grupo armado ilegal alvejava escritórios do governo britânico e da área da segurança.
A tática feriu dezenas de pessoas na década de 70, mas não chegou a matar ninguém. Até o momento, a polícia britânica não fez relações entre as recentes explosões e o grupo terrorista.
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Cartas-bomba no Reino Unido são ação isolada, diz especialista
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da Folha Online
As três cartas-bomba enviadas desde segunda-feira (5) para escritórios no Reino Unido parecem uma "ação isolada" e provavelmente não têm conexão com terrorismo na opinião de Ian Loader, 41, especialista em criminologia da Universidade de Oxford.
Segundo a polícia, sete cartas-bomba foram enviadas no Reino Unido nas últimas três semanas --três delas nos últimos três dias.
"Posso até estar errado, a polícia pode descobrir daqui a algum tempo que existe um grupo organizado contra as regras de regulamentação do trânsito atuando por trás disso, mas acho muito difícil", afirmou Loader em entrevista à Folha Online, por telefone.
Todas as cartas-bomba foram enviadas para escritórios de três companhias ligadas ao sistema de controle do tráfego no Reino Unido --Avantis, Capita e DVLA.
Alastair Grant/AP |
Policiais vigiam prédio de escritórios que recebeu carta-bomba, no centro de Londres |
O especialista de Oxford descarta a possibilidade de ações deste tipo se proliferarem.
"É preciso levar em conta que nem todas as pessoas que se sentem injustiçadas com algo no Reino Unido possuem os meios para enviar cartas-bomba, mesmo que queiram. Por isso, não acho que ocorrências similares vão se repetir em série".
Loader lembra ainda que há vários grupos organizados no país que atuam sem atos de violência, como a Associação de Motoristas Britânicos, que luta pelos direitos dos cidadãos no tráfego e combate o que julga ser injusto no sistema, organizando protestos de maneira pacífica.
Para ele, o envio consecutivo das três cartas-bomba também não deve assustar a população. "Pode surgir medo entre pessoas que trabalham para empresas desse ramo, mas não acho provável que haja um medo generalizado, já que as cartas parecem ter um alvo específico".
Cartas
A terceira carta-bomba explodiu nesta quarta-feira em um escritório a DVLA --a agência britânica que administra registros de motoristas e automóveis-- em Swansea (País Gales), deixando uma pessoas ferida. A vítima foi hospitalizada, mas não corre risco de morte.
Ontem, dois homens sofreram ferimentos nas mãos e no abdômen após serem atingidos pela explosão de uma carta-bomba em um escritório da empresa Vantis, baseado no Centro de Negócios de Oaklands em Wokingham, no Condado de Berkshire, a oeste de Londres.
Os serviços de câmeras e controle de velocidade por radares são clientes da Vantis.
Na segunda-feira (5), a vítima de outra explosão de carta-bomba foi uma mulher, atingida na Capita --empresa de seguros que representa clientes como a rede de informações britânica BBC, o Escritório de Registro de Crimes, o Departamento de Comércio e Indústria e o Departamento de Trabalho e Pensões, arrecada 25 milhões de pagamentos por ano de motoristas que pedem licença para dirigir no centro de Londres.
A Scotland Yard ainda não sabe se há relação entre as três explosões.
O ministro britânico do Interior, John Reid, falando momentos antes de ser anunciada a terceira explosão, nesta quarta-feira, classificou as cartas-bomba como "preocupante", e disse ser importante que a polícia leve a cabo sua investigação sem fazer especulações.
Passado
O IRA (Exército Republicano Irlandês) foi pioneiro no uso de cartas-bomba como tática de terrorismo nos anos 70, na campanha para separar a Irlanda do Norte do Reino Unido. O grupo armado ilegal alvejava escritórios do governo britânico e da área da segurança.
A tática feriu dezenas de pessoas na década de 70, mas não chegou a matar ninguém. Até o momento, a polícia britânica não fez relações entre as recentes explosões e o grupo terrorista.
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