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06/03/2007 - 10h07

Coréia do Norte e EUA iniciam conversações históricas

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Da Folha Online

A Coréia do Norte e os EUA iniciaram conversações históricas nesta terça-feira. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde que a Coréia do Norte, então dominada por comunistas, foi criada, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Kim Kye Gwan, e o secretário-assistente de Estado americano, Christopher Hill, reuniram-se durante quatro horas na segunda-feira em Nova York, mas não falaram com a imprensa.

Mary Altaffer/AP
Christopher Hill chega a reunião com representante norte-coreano em NY
Christopher Hill chega a reunião com representante norte-coreano em NY
Kim e Hill se encontram novamente nesta terça-feira em meio a expectativas de um melhor relacionamento entre os dois países. Há cinco anos, o presidente americano, George W. Bush, declarou que a Coréia do Norte era parte do "eixo do mal", ao lado de países como o Irã e o Iraque.

Esta é a primeira visita aos EUA de Kim, o principal negociador de questões nucleares da Coréia do Norte, desde o início da crise internacional gerada pelo programa nuclear norte-coreano, em 2002.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, descreveu as reuniões desta semana como de caráter organizacional, focado na elaboração de uma agenda. McCormack disse que Hill deverá conversar sobre o processo de normalização das relações, incluindo a retirada da Coréia do Norte da lista americana de patrocinadores do terrorismo e o estabelecimento de relações comerciais com os EUA.

As conversas bilaterais entre EUA e Coréia do Norte fazem parte de um acordo feito em Pequim no mês passado com outras quatro nações --Coréia do Sul, Japão, China e Rússia--, pelo fim do programa nuclear norte-coreano. Pyongyang, que testou uma arma nuclear em outubro, concordou em fechar seu principal reator em troca de ajuda equivalente a 50 mil toneladas de combustível e a autorização da entrada de inspetores da ONU em um prazo de 60 dias.

O acordo gerou fortes críticas em Washington, especialmente entre os conservadores, que o vêem como uma recompensa à Coréia do Norte por anos de mau comportamento.

"A Coréia do Norte tem interesse e nada a temer ao ser receptiva neste assunto", disse o subsecretário de Estado dos EUA, John Negroponte. Ele também disse que Washington não tem dúvidas de que a Coréia do Norte possui um programa de enriquecimento de urânio, afirmação que desencadeou a crise nuclear em 2002. A Coréia do Norte nunca admitiu publicamente que possui tal programa.

Nos EUA, Kim visitou a Sociedade da Coréia, uma organização sem fins lucrativos que promove uma maior compreensão e cooperação entre americanos e coreanos. Ele encontrou-se com vários acadêmicos e personalidades como os ex-secretários de Estado Henry Kissinger e Madeleine Albright. "Tivemos uma reunião muito frutífera e amistosa", disse Albright.

Kim também se encontrou, durante o fim de semana, com o principal negociador para assuntos nucleares da Coréia do Sul, Chun Yung-woo.

Japão e Coréia do Sul

O Japão e a Coréia do Sul também começaram a agir para melhorar as relações com a Coréia do Norte. Um conselheiro sênior do presidente sul-coreano visitará o Norte esta semana. A agência de notícias da Coréia do Sul, Yonhpa, especulou que o motivo da viagem é agendar uma reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong Il, mas oficiais sul-coreanos negaram a informação.

No Vietnã, enviados do Japão e da Coréia do Norte, que nunca mantiveram relações diplomáticas formais, encontraram-se nesta terça-feira, antes das reuniões para estabelecer relações e cumprir as promessas feitas em Pequim.

O chefe da delegação japonesa, Koichi Haraguchi, disse que o Japão quer discutir o seqüestro de cidadãos japoneses pela Coréia do Norte, que, por sua vez, quer que o Japão responda pela colonização da península coreana entre 1910 e 1945 e por atrocidades de guerra, incluindo a escravidão sexual de milhares de mulheres coreanas.

Com Associated Press

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