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13/03/2007
-
14h48
da Folha Online
Uma equipe responsável por investigar a operação militar israelense contra o grupo radical xiita Hizbollah, que deu origem à guerra no Líbano, em julho passado, apresentará conclusões provisórias sobre a atuação do premiê de Israel, Ehud Olmert, no mês que vem.
A informação foi dada por um porta-voz da Comissão Winograd, encarregada pelo governo de Israel de investigar a guerra, nesta terça-feira.
Em 12 de julho de 2006, num ataque na fronteira, o Hizbollah matou três militares israelenses e capturou, supostamente vivos, outros dois, dando início a um sangrento conflito de 34 dias que terminou de maneira inconclusiva, com um cessar-fogo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas). Israel não conseguiu libertar seus militares nem derrotar a milícia xiita.
A Comissão Winograd investiga o comportamento do governo e do Exército no período de 2000 a 2006, a fim de avaliar se as forças israelenses tinham sido preparadas corretamente.
Além de Olmert, o ministro da Defesa, Amir Peretz, e militares de alta patente viram sua popularidade cair depois do fracasso no combate ao Hizbollah.
Olmert e Peretz, que se esforçam para contrabalançar o apoio significativo que seus rivais de direita possuem, disseram que a guerra levou o Hizbollah, que teria apoio do Irã e da Síria, para longe da fronteira de Israel, abrindo caminho para as forças de paz da ONU.
Porém, especialistas em política israelense acreditam que um golpe da Comissão Winograd poderá desencadear renúncias ou uma demanda pública pela antecipação das eleições.
Em janeiro, o chefe do Estado-Maior do exército, Dan Halutz, abriu um precedente ao renunciar ao cargo depois de investigação interna do Exército. Outros dois generais também pediram demissão.
O relatório provisório da comissão será divulgado na segunda metade de abril, disse o porta-voz Eli Shaked em um comunicado. Mas alguns trechos não serão revelados ao público.
Shaked disse que os primeiros achados seriam focados na decisão de Olmert e seu gabinete de ir à guerra. "Conclusões [serão feitas] em relação à responsabilidade do primeiro-ministro, do ministro da Defesa e de chefes militares".
O relatório também trataria dos primeiros cinco dias de combates. O restante da guerra será discutido nas conclusões finais da comissão, aguardadas para o final deste ano.
Ataques com foguetes do Hizbollah durante a operação militar levaram um milhão de israelenses a abrigos. Israel empreendeu um extenso bombardeio a bairros de Beirute, capital do Líbano, e a vilas xiitas consideradas bastiões do Hizbollah.
Os combates mataram 117 soldados e 41 civis israelenses, além de 1.200 pessoas no Líbano, incluindo um número estimado de 270 guerrilheiros do Hizbollah e outras facções.
Estratégia em questão
Olmert teria dito à Comissão Winograd em janeiro que a guerra foi feita com base em planos de contingência preparados com meses de antecedência.
O testemunho, que vazou para a imprensa na semana passada, pareceu estar direcionado às percepções de que a campanha militar foi uma atitude mal pensada dos líderes israelenses, já ocupados com a Faixa de Gaza, onde militantes palestinos haviam capturado outro soldado.
O relato de Olmert foi contestado por alguns políticos e oficiais militares que tinham conhecimento dos planos de contingência.
Um general aposentado recentemente, Eyal Ben-Reuven, disse que por anos a estratégia militar havia sido preparada para responder a uma provocação maior do Hizbollah, com ataques a bastiões da guerrilha no sul do Líbano com forças em terra.
Mas depois do ataque do Hizbollah na fronteira, Israel primeiro usou bombardeios aéreos, provocando um grande número de mortes libanesas, mas mal conseguindo sufocar a habilidade do grupo radical de lançar foguetes de curta distância no Estado israelense.
O conflito abalou a confiança pública israelense em seus militares e na habilidade do governo em lidar com algum futuro confronto com o Irã e a Síria.
Embora conte com uma ampla coalizão de governo, o premiê de Israel também tem sido atingido por escândalos políticos de corrupção.
"Se a decisão da Comissão Winograd não for favorável a Olmert e seus ministros... a oposição e a mídia usarão todas as palavras de crítica para atingir Olmert, Peretz e os outros", disse Eitan Haber, que foi conselheiro do ex-premiê Yitzhak Rabin.
Com Reuters
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Israel divulga em abril relatório sobre guerra no Líbano
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Uma equipe responsável por investigar a operação militar israelense contra o grupo radical xiita Hizbollah, que deu origem à guerra no Líbano, em julho passado, apresentará conclusões provisórias sobre a atuação do premiê de Israel, Ehud Olmert, no mês que vem.
A informação foi dada por um porta-voz da Comissão Winograd, encarregada pelo governo de Israel de investigar a guerra, nesta terça-feira.
Em 12 de julho de 2006, num ataque na fronteira, o Hizbollah matou três militares israelenses e capturou, supostamente vivos, outros dois, dando início a um sangrento conflito de 34 dias que terminou de maneira inconclusiva, com um cessar-fogo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas). Israel não conseguiu libertar seus militares nem derrotar a milícia xiita.
A Comissão Winograd investiga o comportamento do governo e do Exército no período de 2000 a 2006, a fim de avaliar se as forças israelenses tinham sido preparadas corretamente.
Além de Olmert, o ministro da Defesa, Amir Peretz, e militares de alta patente viram sua popularidade cair depois do fracasso no combate ao Hizbollah.
Olmert e Peretz, que se esforçam para contrabalançar o apoio significativo que seus rivais de direita possuem, disseram que a guerra levou o Hizbollah, que teria apoio do Irã e da Síria, para longe da fronteira de Israel, abrindo caminho para as forças de paz da ONU.
Porém, especialistas em política israelense acreditam que um golpe da Comissão Winograd poderá desencadear renúncias ou uma demanda pública pela antecipação das eleições.
Em janeiro, o chefe do Estado-Maior do exército, Dan Halutz, abriu um precedente ao renunciar ao cargo depois de investigação interna do Exército. Outros dois generais também pediram demissão.
O relatório provisório da comissão será divulgado na segunda metade de abril, disse o porta-voz Eli Shaked em um comunicado. Mas alguns trechos não serão revelados ao público.
Shaked disse que os primeiros achados seriam focados na decisão de Olmert e seu gabinete de ir à guerra. "Conclusões [serão feitas] em relação à responsabilidade do primeiro-ministro, do ministro da Defesa e de chefes militares".
O relatório também trataria dos primeiros cinco dias de combates. O restante da guerra será discutido nas conclusões finais da comissão, aguardadas para o final deste ano.
Ataques com foguetes do Hizbollah durante a operação militar levaram um milhão de israelenses a abrigos. Israel empreendeu um extenso bombardeio a bairros de Beirute, capital do Líbano, e a vilas xiitas consideradas bastiões do Hizbollah.
Os combates mataram 117 soldados e 41 civis israelenses, além de 1.200 pessoas no Líbano, incluindo um número estimado de 270 guerrilheiros do Hizbollah e outras facções.
Estratégia em questão
Olmert teria dito à Comissão Winograd em janeiro que a guerra foi feita com base em planos de contingência preparados com meses de antecedência.
O testemunho, que vazou para a imprensa na semana passada, pareceu estar direcionado às percepções de que a campanha militar foi uma atitude mal pensada dos líderes israelenses, já ocupados com a Faixa de Gaza, onde militantes palestinos haviam capturado outro soldado.
O relato de Olmert foi contestado por alguns políticos e oficiais militares que tinham conhecimento dos planos de contingência.
Um general aposentado recentemente, Eyal Ben-Reuven, disse que por anos a estratégia militar havia sido preparada para responder a uma provocação maior do Hizbollah, com ataques a bastiões da guerrilha no sul do Líbano com forças em terra.
Mas depois do ataque do Hizbollah na fronteira, Israel primeiro usou bombardeios aéreos, provocando um grande número de mortes libanesas, mas mal conseguindo sufocar a habilidade do grupo radical de lançar foguetes de curta distância no Estado israelense.
O conflito abalou a confiança pública israelense em seus militares e na habilidade do governo em lidar com algum futuro confronto com o Irã e a Síria.
Embora conte com uma ampla coalizão de governo, o premiê de Israel também tem sido atingido por escândalos políticos de corrupção.
"Se a decisão da Comissão Winograd não for favorável a Olmert e seus ministros... a oposição e a mídia usarão todas as palavras de crítica para atingir Olmert, Peretz e os outros", disse Eitan Haber, que foi conselheiro do ex-premiê Yitzhak Rabin.
Com Reuters
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