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18/04/2007 - 10h21

Atirador teria falado com vítimas no momento do massacre na Virgínia

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da France Presse, em Seul
da Folha Online

"Olá, como você está?", teria perguntado o estudante de letras sul-coreano Cho Seung-hui, 23, antes de matar suas vítimas no campus da Universidade Virginia Tech, em Blacksburg (Virginia), afirma um sobrevivente do massacre citado pela imprensa sul-coreana.

"Ele tinha o rosto escondido por uma máscara e um gorro marrom que cobria quase até os olhos. Usava óculos e algo como um colete à prova de balas", afirmou Park Chang-Min, estudante sul-coreano de engenharia que ficou ferido na ação, ao jornal "Joong Ang Ilbo".

Ferido pelos disparos no torso e em um braço, a testemunha de 27 anos relatou o ataque contra sua sala de aula pelo atirador, também sul-coreano. "Havia uns 15 estudantes na sala. Eu estava sentado no fundo. Ele chegou com duas pistolas e muita munição", disse.

Reuters
O atirador Cho Seung-hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
O atirador Cho Seung-Hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
"Atirou contra o professor e abriu fogo contra nós. Em um piscar de olho a situação se transformou em um pesadelo", lembrou o estudante, que se jogou no chão imediatamente.

"Nem senti que uma bala raspou meu peito e meu braço", acrescentou. O assassino entrou em seguida em outra sala, onde acontecia uma aula de alemão. "Pareceu-me tê-lo ouvido dizer 'olá, como você está?' antes de ele começar a disparar", prosseguiu o estudante.

Na manhã de segunda-feira (16), Cho matou 30 pessoas nas salas de aula de Virginia Tech antes de cometer suicídio. Duas horas antes, ele havia matado outras duas pessoas em um alojamento universitário.

O sul-coreano utilizou duas armas --uma pistola Glock 9 milímetros e outra arma calibre 22 no massacre. A polícia também encontrou facas no corpo do estudante.

Uma carta encontrada pela polícia em um dos dormitórios indica que a ação foi premeditada. No texto, o agressor se queixa dos garotos "ricos, festeiros e charlatões" da universidade e afirma que foram eles que "causaram a tragédia".

Solitário

Segundo o jornal "Chicago Tribune", ele dava sinais de comportamento violento e fora do normal, tendo inclusive ateado fogo a um dormitório e assediado estudantes da universidade.

De acordo com Carolyn Rude, chefe do Departamento de Inglês, seu comportamento causava apreensão entre professores. "Havia preocupação a respeito dele", disse ela.
Cho vivia nos Estados Unidos desde 1992, de acordo com o porta-voz do Departamento de Imigração americano, Chris Bentley. Ele morava com a família em Centreville, na Virgínia.

Seus pais são donos de uma lavanderia e sua irmã é aluna da Universidade de Princeton.

"Ele era um solitário, estamos tendo dificuldades para obter informações a seu respeito", disse o porta-voz da universidade, Larry Hincker.

"Ele era muito quieto e estava sempre sozinho", afirmou o vizinho Abdul Shash. Segundo ele, Cho passava grande parte de seu tempo livre jogando basquete e não respondia quando alguém o cumprimentava.

Segundo a polícia, ele chegou a ser submetido a tratamento para depressão. Seu corpo foi encontrado entre os 31 mortos em Norris Hall, prédio da Engenharia. De acordo com a polícia, os corpos das vítimas foram encontrados em quatro salas de aula e nas escadas.

Vigília

No campus do Instituto Politécnico da Virgínia, uma multidão de estudantes fez uma vigília e acendeu milhares de velas na noite desta terça-feira para homenagear os mortos.

A esplanada central do campus, que fica próxima do edifício da engenharia, Norris Hall, onde morreram 30 pessoas, ficou repleta de estudantes pela primeira vez desde os ataques.

"Quero que os Estados Unidos e o mundo vejam esta expressão de apoio. Isto é amor", afirmou Zenobia Hikes, vice-presidente para assuntos estudantis, ao abrir a cerimônia.

Feng Lee, 24, carregava um retrato de Julia Pryde, uma das estudantes mortas, que era sua colega de classe. "Estamos muito tristes, foi algo muito próximo de nós", afirmou ela.

Entre os presentes havia também moradores da cidade de Blacksburg, de cerca de 40 mil habitantes, cujo centro é a universidade, que conta com cerca de 26 mil alunos.

"Tem sido horrível. Não tenho palavras para descrever o que sinto", disse a estudante brasileira Deise Galan, 19, que é aluna do curso de Biologia.

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