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20/04/2007
-
22h42
da Efe, em Miami
da France Presse
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, afirmou nesta sexta-feira em Miami (Estados Unidos) que nunca teve vínculos com os paramilitares, aos quais ele disse que combateu intensamente para atingir a paz em seu país. As acusações de ligação com o paramilitarismo levaram ao cancelamento de um debate entre Uribe e o ex-vice-presidente americano Al Gore.
O líder colombiano se referiu ao escândalo dos paramilitares durante uma entrevista coletiva na cidade americana onde participará do "Fórum Verde", um evento sobre o meio ambiente organizado pela revista americana "Poder", especializada em desenvolvimento sustentável.
"Jamais tive um vínculo com o paramilitarismo. Minha honra política foi ultrajada", disse Uribe.
O governante colombiano afirmou que sua nação goza de paz militar porque seu governo "desmontou o paramilitarismo" e, devido a isso, "já não há violência paramilitar na Colômbia". "Muitos se submeteram ao processo de paz e a maioria dos líderes está na prisão", acrescentou.
Uribe reiterou que nunca foi financiado por narcotraficantes e que as acusações de que os paramilitares supostamente utilizaram um sítio de sua família para treinar "estão esclarecidas diante da Justiça", e que ele já deu explicações ao povo da Colômbia.
"O que desagrada [os opositores] é que este governo está recuperando a lei e a ordem", disse. "Pela primeira vez os grupos terroristas da Colômbia estão sendo superados pelo Estado. Fui um obstáculo para que a guerrilha tomasse o poder."
Al Gore
Al Gore cancelou nesta sexta-feira sua participação no debate. Ele também desmarcou a viagem que faria ao país andino em setembro, após qualificar como "profundamente perturbador' o recente escândalo de envolvimento de políticos com paramilitares na Colômbia.
Uribe criticou duramente a ausência do ex-presidente americano Al Gore, que deveria estar presente na mesa de discussões do fórum, mas desistiu quando foi informado sobre os supostos vínculos de Uribe com o paramilitarismo.
O líder colombiano considerou que o cancelamento da presença do ativista ao evento, onde participam líderes empresariais e políticos das Américas, poderia afetar os interesses da Colômbia.
Uribe confessou que, pessoalmente, ficou descontente com a decisão do ex-vice-presidente, mas pelo interesse da Colômbia, dará a Gore todas as justificativas necessárias. O presidente afirmou que gostaria que Gore visitasse a Colômbia para que fosse apresentada ao ambientalista uma visão real do processo de paz, além da forma pela qual os grupos que não respeitam a lei foram desmantelados.
Já o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, considerou que o cancelamento da participação do ex-vice-presidente foi "equivocado" e que seus assessores lhe forneceram uma informação incorreta.
"Uribe é o presidente que mais combateu os paramilitares na história da Colômbia e foi por conta disso que o cancelamento de Al Gore o desagradou", disse.
Reação americana
As denúncias feitas por um parlamentar de esquerda contra Uribe, seu irmão e alguns de seus colaboradores próximos por supostas ligações com o movimento paramilitar desencadeou uma série de notícias negativas vindas de Washington.
Primeiro, o Senado americano bloqueou o pagamento da ajuda militar para a Colômbia. Também foi anunciado o cancelamento do visto do ex-chefe do serviço de inteligência colombiano, acusado de passar informações confidenciais que permitiram aos esquadrões da ultradireira assassinar dirigentes sindicais.
Washington já gastou cerca de US$ 4 bilhões para financiar o Plano Colômbia, cujo objetivo é combater o tráfico de drogas e os grupos armados irregulares. Um total de 25% dessa ajuda militar está condicionada ao cumprimento, por parte do governo e das Forças Armadas colombianas, de compromissos, como o respeito aos direitos humanos, que devem ser fiscalizados pelo Departamento de Estado.
Defesa
O Departamento de Estado dos EUA defendeu nesta sexta-feira o Plano Colômbia e reiterou sua confiança no presidente Alvaro Uribe, mesmo depois de o Congresso americano ter bloqueado os US$ 55 milhões do montante destinado a ajudar o país andino.
"O Plano Colômbia é um programa que vem demostrando êxito durante os últimos anos", afirmou Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado. Ele reiterou confiança em que o Governo colombiano consiga levar à justiça os acusados no escândalo do envolvimento entre políticos e paramilitares.
"Acreditamos que o presidente Uribe se mantém sério em seus esforços", disse McCormack.
O presidente colombiano declarou na véspera estar preocupado com a repercussão internacional das denúncias que o relacionam e a sua família a paramilitares, e advertiu que se trata de uma estratégia da oposição para bloquear a aprovação do Tratado de Livre Comércio com os EUA e a ajuda militar ao país.
O Departamento de Estado emitiu na semana passada um certificado sinalizando que o governo e os militares colombianos cumprem as metas de respeito aos direitos humanos. Isso permitiu que fosse liberado a última parte dos fundos de assistência militar para a Colômbia contidos no pressuposto americano de 2006.
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da France Presse
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, afirmou nesta sexta-feira em Miami (Estados Unidos) que nunca teve vínculos com os paramilitares, aos quais ele disse que combateu intensamente para atingir a paz em seu país. As acusações de ligação com o paramilitarismo levaram ao cancelamento de um debate entre Uribe e o ex-vice-presidente americano Al Gore.
O líder colombiano se referiu ao escândalo dos paramilitares durante uma entrevista coletiva na cidade americana onde participará do "Fórum Verde", um evento sobre o meio ambiente organizado pela revista americana "Poder", especializada em desenvolvimento sustentável.
"Jamais tive um vínculo com o paramilitarismo. Minha honra política foi ultrajada", disse Uribe.
O governante colombiano afirmou que sua nação goza de paz militar porque seu governo "desmontou o paramilitarismo" e, devido a isso, "já não há violência paramilitar na Colômbia". "Muitos se submeteram ao processo de paz e a maioria dos líderes está na prisão", acrescentou.
Uribe reiterou que nunca foi financiado por narcotraficantes e que as acusações de que os paramilitares supostamente utilizaram um sítio de sua família para treinar "estão esclarecidas diante da Justiça", e que ele já deu explicações ao povo da Colômbia.
"O que desagrada [os opositores] é que este governo está recuperando a lei e a ordem", disse. "Pela primeira vez os grupos terroristas da Colômbia estão sendo superados pelo Estado. Fui um obstáculo para que a guerrilha tomasse o poder."
Al Gore
Al Gore cancelou nesta sexta-feira sua participação no debate. Ele também desmarcou a viagem que faria ao país andino em setembro, após qualificar como "profundamente perturbador' o recente escândalo de envolvimento de políticos com paramilitares na Colômbia.
Uribe criticou duramente a ausência do ex-presidente americano Al Gore, que deveria estar presente na mesa de discussões do fórum, mas desistiu quando foi informado sobre os supostos vínculos de Uribe com o paramilitarismo.
O líder colombiano considerou que o cancelamento da presença do ativista ao evento, onde participam líderes empresariais e políticos das Américas, poderia afetar os interesses da Colômbia.
Uribe confessou que, pessoalmente, ficou descontente com a decisão do ex-vice-presidente, mas pelo interesse da Colômbia, dará a Gore todas as justificativas necessárias. O presidente afirmou que gostaria que Gore visitasse a Colômbia para que fosse apresentada ao ambientalista uma visão real do processo de paz, além da forma pela qual os grupos que não respeitam a lei foram desmantelados.
Já o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, considerou que o cancelamento da participação do ex-vice-presidente foi "equivocado" e que seus assessores lhe forneceram uma informação incorreta.
"Uribe é o presidente que mais combateu os paramilitares na história da Colômbia e foi por conta disso que o cancelamento de Al Gore o desagradou", disse.
Reação americana
As denúncias feitas por um parlamentar de esquerda contra Uribe, seu irmão e alguns de seus colaboradores próximos por supostas ligações com o movimento paramilitar desencadeou uma série de notícias negativas vindas de Washington.
Primeiro, o Senado americano bloqueou o pagamento da ajuda militar para a Colômbia. Também foi anunciado o cancelamento do visto do ex-chefe do serviço de inteligência colombiano, acusado de passar informações confidenciais que permitiram aos esquadrões da ultradireira assassinar dirigentes sindicais.
Washington já gastou cerca de US$ 4 bilhões para financiar o Plano Colômbia, cujo objetivo é combater o tráfico de drogas e os grupos armados irregulares. Um total de 25% dessa ajuda militar está condicionada ao cumprimento, por parte do governo e das Forças Armadas colombianas, de compromissos, como o respeito aos direitos humanos, que devem ser fiscalizados pelo Departamento de Estado.
Defesa
O Departamento de Estado dos EUA defendeu nesta sexta-feira o Plano Colômbia e reiterou sua confiança no presidente Alvaro Uribe, mesmo depois de o Congresso americano ter bloqueado os US$ 55 milhões do montante destinado a ajudar o país andino.
"O Plano Colômbia é um programa que vem demostrando êxito durante os últimos anos", afirmou Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado. Ele reiterou confiança em que o Governo colombiano consiga levar à justiça os acusados no escândalo do envolvimento entre políticos e paramilitares.
"Acreditamos que o presidente Uribe se mantém sério em seus esforços", disse McCormack.
O presidente colombiano declarou na véspera estar preocupado com a repercussão internacional das denúncias que o relacionam e a sua família a paramilitares, e advertiu que se trata de uma estratégia da oposição para bloquear a aprovação do Tratado de Livre Comércio com os EUA e a ajuda militar ao país.
O Departamento de Estado emitiu na semana passada um certificado sinalizando que o governo e os militares colombianos cumprem as metas de respeito aos direitos humanos. Isso permitiu que fosse liberado a última parte dos fundos de assistência militar para a Colômbia contidos no pressuposto americano de 2006.
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