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24/04/2007 - 23h01

Após escândalo, presidente do Banco Mundial se nega a renunciar

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da Efe, em Washington

O presidente do Banco Mundial (BM), Paul Wolfowitz, reuniu-se nesta segunda-feira (23) com altos diretores do órgão para discutir fórmulas para mudar sua maneira de comandar a instituição, embora seu advogado insista em que ele não renunciará, informou nesta terça-feira o jornal "The Washington Post".

Howard Burditt/Reuters
Paul Wolfowitz foi acusado de nepotismo ao promover namorada
Paul Wolfowitz foi acusado de nepotismo ao promover namorada
Wolfowitz está envolvido em um escândalo relacionado com a promoção e o aumento salarial de sua namorada, a britânica de origem libanesa Shaha Ali Riza.

O Conselho Executivo do Banco Mundial pediu na última sexta-feira (20) a um grupo de trabalho --criado para investigar o caso de nepotismo-- que considere os padrões éticos do BM e as regras que tratam de possíveis conflitos de interesse para avaliar o comportamento de Wolfowitz.

O presidente do BM reconheceu no dia 12 de abril que foi ele quem decidiu os detalhes da promoção e do aumento salarial de Riza.

A funcionária do órgão foi transferida ao Departamento de Estado dos Estados Unidos em setembro de 2005, pouco depois da chegada de Wolfowitz ao BM, já que as normas do organismo proíbem que casais tenham relações de patrão e empregado dentro do órgão.

Aumentos

A transferência para o departamento de Estado resultou em vários aumentos salariais de cerca de US$ 61 mil, mais que o dobro do determinado pelas normas do Banco.

Wolfowitz explicou que pediu para não ser envolvido no caso da promoção e que tomou parte no assunto depois que o Conselho Executivo negou o pedido.

Os críticos do presidente do BM sustentam que mesmo assim ele deveria ter se negado a participar da promoção de Riza e que violou as regras ao fixar um aumento muito maior que o estipulado.

Roberto Dañino, ex-primeiro-ministro peruano e ex-assessor jurídico do Banco, disse em entrevista publicada na semana passada pela revista peruana "Caretas" que Wolfowitz o afastou do caso depois de afirmar que as propostas do presidente do BM não se ajustavam aos padrões do organismo. Dañino renunciou em setembro de 2005.

Permanência

Robert Bennett, o advogado contratado por Wolfowitz para representá-lo no caso e que defendeu o ex-presidente americano Bill Clinton das acusações de conduta sexual inadequada, declarou ao "Post" que Wolfowitz "não vai renunciar".

Bennett afirmou ao jornal americano que Wolfowitz "está de bom humor" e acrescentou que o presidente do Banco sente que há pessoas tentando interferir em sua missão de lutar contra a pobreza. Disse ainda que o que seu cliente mais quer é poder se concentrar plenamente no trabalho.

Bennett acredita que o processo deveria dar a Wolfowitz a oportunidade de explicar seu ponto de vista. "Seria extremamente injusto e não pegaria bem para o Banco se o órgão tiver pressa em emitir um julgamento sem nos dar tempo suficiente para fazer uma apresentação adequada", declarou o advogado ao "Post".

Pressão

Na sexta-feira, o Conselho Executivo --integrado por 24 diretores representantes dos 185 Estados-membros do BM-- pediu ao grupo especial de trabalho que seja rápido na investigação.

O pedido coincide com uma pressão cada vez maior para que Wolfowitz renuncie, mas a Casa Branca continua apoiando a liderança do ex-número dois do Pentágono.

Os Estados Unidos são o principal acionista do Banco Mundial, com 16,4% dos votos do Conselho, seguido pelo Japão que tem 7,9%.

Para que uma decisão importante seja aprovada, é necessário uma maioria de 85% dos votos, o que dá aos EUA condições para bloquear qualquer medida de peso ao se negarem a aprovar a medida.

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