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30/04/2007 - 19h27

Com país em crise, premiê da Turquia faz apelo por união nacional

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da France Presse

O premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, fez nesta segunda-feira um apelo por união no país em meio à expectativa da decisão sobre a validade do primeiro turno da eleição presidencial que será tomada em breve pela Corte Constitucional da Turquia. O primeiro turno detonou uma crise entre o governo e o Exército, que condenou a falta de ação em defesa do Estado laico no país.

29.abr.2007/AP
Manifestantes defendem Estado laico na Turquia durante ato em Istambul
Manifestantes defendem Estado laico na Turquia durante ato em Istambul
"Caros compatriotas: a união, a unidade e a solidariedade são nossas maiores necessidades", disse Erdogan durante seu discurso, que foi transmitido pela rádio e pela televisão. "A Turquia precisa muito desta unidade, sem preconceitos", acrescentou, destacando que este espírito de solidariedade permitiria ao país garantir a continuidade da estabilidade econômica.

Na última sexta-feira (27), o Exército acusou duramente o governo islâmico conservador de não defender a laicidade no país e se disse disposto a assumir este papel se isso fosse necessário. O governo respondeu em termos igualmente duros, e o candidato governista na eleição, o ministro das Relações Exteriores Abdullah Gül, do partido de Erdogan, afirmou neste domingo que não retirará sua candidatura.

A imprensa turca acusou o presidente do Parlamento, Bülent Arinç, um membro influente do partido no poder, de ter provocado a crise atual ao defender que o próximo presidente da Turquia seja um religioso.

Decisão

A Corte Constitucional deve emitir seu veredito nesta terça-feira ou antes do segundo turno, previsto para a tarde de quarta-feira no Parlamento, anunciou a presidente da instituição, Tülay Tugcu.

Para o principal grupo político de oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), a abertura da eleição presidencial sexta-feira no Parlamento necessitava de um quórum de 367 deputados (de um total de 550), correspondendo à maioria dos dois terços exigida para uma eleição já no primeiro turno.

No entanto, somente 361 deputados estavam presentes, e 357 votaram em Gül, designado pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) de Erdogan.

Arinç, por sua vez, afirmou que um quórum de 184 deputados era suficiente. Para ser eleito, um presidente deve conquistar dois terços dos votos da Assembléia Nacional em duas votações e uma maioria simples em uma terceira votação.

Se os juízes tonarem uma decisão a favor da oposição, a eleição será anulada e legislativas antecipadas poderão ser convocadas.

Laicidade

A oposição e maior parte da imprensa defenderam nos últimos dias a organização de eleições antecipadas, a única forma, segundo eles, de impedir que a Turquia mergulhe no caos.

Os defensores da laicidade suspeitam que o AKP de Erdogan, que se define como um movimento "democrático conservador", esteja na verdade buscando islamizar progressivamente o país.

Um milhão de pessoas se manifestaram no domingo em Istambul para defender a laicidade do Estado. Um protesto semelhante havia reunido 1,5 milhão de pessoas em Ancara em 14 de abril.

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