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09/06/2007 - 15h33

Bush visita papa em Roma; polícia se choca com manifestantes

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da Folha Online

Em visita à Itália, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se encontrou neste sábado pela primeira vez com o papa Bento 16. Bush também foi recebido pelo premiê italiano, Romano Prodi. Nas ruas de roma, cerca de 12 mil manifestantes protestaram contra a presença de Bush e o governo.

Efe
Bush e Bento 16 posam para fotógrafos no Vaticano
Bush e Bento 16 posam para fotógrafos durante encontro

Após a reunião de cerca de meia hora no estúdio privado do papa no Vaticano, Bush afirmou ter ficado assombrado e emocionado na presença de Bento 16. "Conversei com um homem muito inteligente e caridoso", disse Bush. "Foi uma experiência emocionante."

Na conversa, o papa pediu a Bush que reforce a busca por uma solução negociada para o conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio. Bento 16 também falou da preocupação com os cristãos na região.

Bush e o papa têm posições parecidas em assuntos como o aborto e eutanásia, mas discordam quando a discussão versa sobre a guerra no Iraque. O presidente americano não conseguiu evitar que o tema fosse abordado: o pontífice expressou sua preocupação com a violência enfrentada pelos cristãos no Iraque.

A comunidade cristã no Iraque, país arrasado pela violência desde a invasão da coalizão liderada pelos EUA em 2003, é de cerca de 3% dos 26 milhões de habitantes locais. Atualmente, as igrejas iraquianas estão praticamente vazias: os fiéis ou deixaram a região fugindo dos conflitos ou temem comparecer às atividades religiosas.

Protestos

Nas ruas de Roma, milhares de pessoas protestaram contra a visita de Bush. Ativistas de extrema-esquerda e vários manifestantes antiglobalização se reuniram na Praça da República para iniciar uma passeata rumo à Praça Navona.

Plinio Lepri/Efe
Bush saúda o papa Bento 16 em sua primeira reunião com o pontífice no Vaticano
Bush saúda o papa Bento 16 em sua primeira reunião com o pontífice no Vaticano

Paralelamente, um show musical foi organizado por alguns setores da maioria governamental de centro-esquerda na Praça Popolo, também na área histórica, para reiterar as críticas à intervenção militar autorizada por Bush no Iraque.

As manifestações foram autorizadas pela prefeitura, que adotou um gigantesco esquema de segurança em Roma, com centenas de policiais e helicópteros, para proteger a cidade durante a visita de Bush.

A polícia italiana enfrentou um grupo de manifestantes durante os protestos. Algumas pessoas atiraram objetos contra os oficiais. As forças de segurança, em resposta, lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra alguns manifestantes.

A passeata contra Bush era considerada de alto risco pelas autoridades de Roma, que temiam episódios de violência. A polícia estima que cerca de 12 mil pessoas estiveram presentes nas manifestações.

Gafe

De acordo com as agências Efe e France Presse, Bush cometeu diversas gafes durante o encontro com o papa. O presidente americano não teria respeitado o rígido protocolo do Vaticano durante o encontro, tratando o pontífice com informalidade imprópria para a situação, segundo as agências.

O comportamento de Bush já está sendo notado pela imprensa italiana. Em vez de se referir ao pontífice como "sua santidade", o presidente chamou o papa de "senhor" várias vezes, o que foi testemunhado por fotógrafos e jornalistas perplexos.

Outros aspectos do comportamento de Bush também foram considerados inadequados, como o fato de ele ter cruzado as pernas durante a reunião com o papa. O protocolo do Vaticano exige que o pontífice seja tratado com respeito reverencial.

Prodi

Depois do encontro com o papa, Bush se reuniu com o premiê italiano, Romano Prodi. Os dois líderes trabalharam para reduzir as divergências diplomáticas após um encontro cordial na capital italiana.

Kevin Lamarque/Reuters
Bush foi recebido pelo premiê italiano, Romano Prodi, com quem se reúne hoje
Bush foi recebido pelo premiê italiano, Romano Prodi, com quem se reúne hoje

Depois de uma série de atritos tanto dentro da política internacional como na relação bilateral, Bush e Prodi tentaram ressaltar o clima cordial e de amizade existente entre as duas nações.

"Agradeço a presença da Itália no Afeganistão e o apoio dado na crise no Líbano", declarou Bush durante uma entrevista coletiva conjunta com Prodi.

"Estou convencido de que juntos vamos poder cumprir grandes passos", declarou Prodi, que negou a existência de problemas bilaterais sérios entre os dois países.

Os líderes da Itália e Estados Unidos não mencionaram nenhum dos temas espinhosos que dividem as duas diplomacias e concordaram em afirmar que as relações entre as duas nações são fortes.

Washington afirmou em várias ocasiões que espera um maior compromisso de Roma no Afeganistão, que conta com um contingente de 2.000 soldados italianos.

Bush convidou oficialmente Prodi a visitar os Estados Unidos, mas destacou que ainda é preciso definir um calendário. Prodi, que assumiu o poder em abril de 2006, ainda não havia sido convidado à Casa Branca.

Com France Presse, Efe e Reuters

 

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