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20/06/2007 - 19h08

"Não estamos interessados no velho Mercosul", diz Hugo Chávez

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da Folha Online
da Efe

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta terça-feira que quer fazer parte de um "novo Mercosul", mas que se não houver vontade de mudanças, a Venezuela não quer entrar para um bloco nos moldes atuais. "Não estamos interessados em um velho Mercosul", disse Chávez, em uma entrevista na qual criticou os Estados Unidos e a direita sul-americana.

O presidente afirmou que seu país não está "desesperado" para entrar no Mercosul, mas defendeu uma integração sul-americana baseada nos interesses dos povos.

"Nunca viram com bons olhos nossa incorporação a um novo Mercosul. A direita, as oligarquias sul-americanas não querem a voz da Venezuela, que é a voz dos povos, dos excluídos, dos que buscam um processo de integração novo", completou.

O presidente afirmou que, se a ratificação for negada, o pedido de entrada será retirado. Ele lembrou que a Venezuela tem um projeto (a Alba --Alternativa Bolivariana para as Américas) e considerou que "sempre há caminhos distintos, velocidades e dimensões" na integração sul-americana.

RCTV

Sobre a controvérsia recente sobre a não renovação da concessão do canal privado venezuelano RCTV, que fazia crítica ao governo, Chávez acusou o caso de ser "utilizado para justificar outras posições" contrárias à sua Presidência.

Depois de acusar o canal de participar de um golpe de Estado frustrado contra ele em 2002, Chávez não renovou a concessão do canal, um dos mais populares do país, e o sinal parou de ser transmitido no final de maio.

O fechamento da RCTV despertou reações contra o governo dentro e fora da Venezuela, e chegou a ser levado à Organização dos Estados Americanos. O presidente, no entanto, não voltou atrás.

Conspiração

Durante a entrevista, concedida em sua cidade natal, Barinas, à agência Efe, Chávez acusou o governo dos Estados Unidos de "dirigir uma conspiração permanente" contra a Venezuela.

O presidente atribuiu a "uma minoria manipulada por Washington e pela oligarquia venezuelana" os protestos contra o fim da RCTV.

Chávez afirmou que as relações com Washington só poderão melhorar se "o governo dos EUA compreender que a Venezuela é um país livre e soberano". "Não se pode dialogar com este governo... esperamos que haja outro nas próximas eleições", completou. As eleições presidenciais dos EUA serão realizadas no final de 2008.

O líder venezuelano atribui ao governo do presidente americano, George W. Bush, planos para desestabilizar seu país e até para o matar. "Se pudéssemos voltar a um nível como o que havia na era Clinton... havia diálogo, havia respeito", disse.

Chávez afirmou ainda que dá "muita importância" às relações pessoais entre os governantes, e disse que sua relação com presidente do Peru, Alan García --povoada por crises no passado-- melhoraram muito.

Armamento

Chávez afirmou que, devido aos planos dos EUA de desarmar a Venezuela, o país tem planos de se proteger. Entre as medidas de segurança estão previstas a "montagem de um dos melhores sistemas de defesa do mundo, com a Rússia, Belarus e China", disse.

Segundo o presidente, em breve a Venezuela instalará um sistema de mísseis com alcance de até 200 km. Além disso, o país estaria aumentando seu poder militar aéreo, terrestre e também marítimo --o que poderá incluir a compra de submarinos.

 

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