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Peru exige devolução de peças de Machu Picchu levadas aos EUA
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da France Presse, em Lima
Arqueólogos peruanos criticaram um relatório publicado pelo jornal americano "New York Times" afirmando que o Peru não tem capacidade de cuidar de suas peças arqueológicas e exigem que a Universidade de Yale, nos Estados Unidos, devolva objetos retirados no século passado do complexo arqueológico de Machu Picchu.
8.jun.2007/Folha Imagem |
Machu Picchu, no Peru, recebe diariamente até 2.500 turistas |
A versão do "NYT" foi considerada um pretexto para que a coleção de peças --que chegam a 4.000 unidades --não seja repatriada para o Peru.
"Trata-se de uma versão interessada em manter a coleção nos Estados Unidos e não devolvê-la", disse à AFP o arqueólogo e ex-diretor do Instituto Nacional de Cultura Luis Guillermo Lumbreras.
O especialista destacou que o tema central é "a defesa dos direitos do Peru, que é o único proprietário destes objetos; é um problema de soberania".
Lumbreras afirmou que o governo peruano permitiu, em 1911, que essa coleção saísse do país com uma permissão especial para estudo e pesquisa, com a condição de que esse patrimônio retornasse após 18 meses.
"Isso foi há 96 anos, mas nada foi devolvido, e seguem com o argumento de que precisam de mais tempo para estudar os objetos", disse.
Relatório
O jornal "El Comercio", de Lima, informou nesta segunda-feira que o "New York Times", em um amplo relatório publicado neste domingo, justifica a permanência das peças de Machu Picchu na Universidade de Yale alegando que o Peru não teria capacidade de cuidar devidamente da coleção.
A notícia divulgada em Lima afirma que a publicação americana levanta a hipótese de que haveria interesses pessoais de alguns ex-funcionários --entre eles, Lumbreras.
"Isso não faz sentido, o único interesse é recuperar para o país um patrimônio que pertence a Machu Picchu e que constitui um símbolo para o Peru", disse o arqueólogo.
O Peru reclamou as peças na segunda década do século passado e a Universidade de Yale apenas devolveu "umas cinco ou seis caixas com ossos".
"Hiram Bingham não levou apenas ossos, mas também objetos de cerâmica, de prata e cobre, inclusive tecidos, e tudo isso já foi mostrado em exibições com enorme sucesso econômico", afirmou.
Foi Bingham, arqueólogo americano, o primeiro a divulgar em 1911 a existência do complexo arqueológico, na cidade peruana de Cuzco.
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