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Embaixador da Venezuela nega ultimato e mantém interesse no Mercosul
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RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O embaixador da Venezuela no Brasil, Júlio Garcia Montoya, negou nesta quinta-feira que o presidente Hugo Chávez tenha dado um ultimato ao Congresso brasileiro para ratificar a entrada do seu país no Mercosul. Para a Comissão de Relações Exteriores do Senado, Montoya afirmou que seu país mantém a disposição de aderir ao bloco comercial.
"Não houve intenção alguma do presidente Chávez em dar um ultimato ao Congresso. O que há é um mercado venezuelano interessado no ingresso no Mercosul", disse ele.
No começo da semana, Chávez deu três meses de prazo para os Congressos do Brasil e Paraguai referendarem o processo de adesão da Venezuela ao bloco. Caso contrário, ele ameaçou retirar o pedido de entrada do país ao Mercosul.
Apesar das declarações do embaixador, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), sinalizou que o Congresso continua alerta em relação ao desgaste provocado pelas declarações de Chávez. "Voltamos a ficar unidos até que a próxima frase nos separe", disse.
No ano passado, o governo da Venezuela assinou o protocolo de adesão do Mercosul para se tornar membro integral do bloco, ao lado de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Mas essa adesão (da Venezuela) precisa ser aprovada pelos Senados do Brasil e do Paraguai para ser reconhecida pelo Mercosul.
Desculpas
Montoya negou que sua visita ao Congresso brasileiro significasse um pedido de desculpas. Os parlamentares brasileiros se irritaram com Chávez, que disse no mês passado que o Congresso agia como "papagaio" dos Estados Unidos.
"Não se trata de pedir desculpas, mas de resolver pequenas pendências. Foi uma reunião de aproximação", afirmou o embaixador.
Na ocasião, Chávez disse ainda que era mais fácil o Brasil voltar a ser colônia portuguesa do que o seu governo devolver a concessão ao canal oposicionista RCTV. Essas declarações foram em resposta a um requerimento aprovado pelo Senado pedindo para Chávez devolver a concessão à RCTV, que terminou e não foi renovada.
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