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Setenta radicais e estudantes morrem na Mesquita Vermelha, diz TV
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da Efe, em Lahore (Paquistão)
Cerca de 70 pessoas, entre militantes armados e estudantes, morreram nas primeiras horas do assalto militar à Mesquita Vermelha de Islamabad, informou o canal privado de televisão paquistanês "Geo TV".
O porta-voz do Exército, Waheed Arshad, informou dois mortos e oito feridos entre os militares que nesta madrugada iniciaram o assalto ao complexo religioso, onde centenas de radicais resistem há semanas.
Arshad se negou a confirmar as baixas entre os islâmicos antes do fim da operação. Mas uma fonte médica informou que são "muitos" os mortos e feridos. Eles foram levados ao Instituto de Ciências Médicas de Islamabad, principal hospital da cidade.
Cerca de 100 ambulâncias foram enviadas à mesquita para levar as vítimas a vários hospitais, que estão em alerta. A capital do Paquistão está hoje praticamente tomada.
Uma rede de televisão informou também a morte do líder dos rebeldes entrincheirados na mesquita, o clérigo Rasheed Ghazi. Mas o religioso imediatamente telefonou para desmentir a notícia.
Ghazi, porém, se mostrou certo de que morrerá em breve. Ele voltou a lançar uma "última mensagem" a seus seguidores, pedindo que continuem com sua "missão" de "impor a Sharia (lei islâmica) no país".
A operação de assalto ao complexo da Mesquita Vermelha começou às 4h (20h de segunda-feira, em Brasília), após o fracasso da última tentativa de negociações entre enviados do governo e Ghazi.
Os principais enfrentamentos acontecem no edifício da Jamia Hafsa, a madraçal feminina adjacente à mesquita. Uma enorme nuvem de fumaça preta sai da escola, o que indica um incêndio em seu interior. Ouvem-se constantes explosões e tiroteios no local, no centro de Islamabad.
Segundo a "Geo TV", o clérigo radical se refugiou, como outros radicais armados, nos porões da madraçal, um edifício muito maior e robusto que a mesquita. A escola abrigava 3 mil alunas.
Aparentemente, a maior parte das até 500 mulheres e crianças que o governo acredita que os extremistas armados mantinham como reféns continua dentro da Jamia Hafsa, que tem vários andares. Por isso, a imprensa paquistanesa teme uma carnificina durante os confrontos de hoje.
O governo identificou vários militantes da Al Qaeda, alguns deles estrangeiros, entre os radicais. Eles tomaram posições no terraço da madraçal, prevendo um assalto.
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, deu ordem ontem de fazer uma nova tentativa de negociação com Ghazi. Os negociadores foram três representantes do governo e três professores de Islamismo.
Um deles, Taqi Usmani, disse hoje à "Geo TV" que o grupo tinha chegado a um princípio de acordo com Ghazi. Ele sairia livre da mesquita, em troca de entregar os radicais estrangeiros.
O acordo foi frustrado porque Ghazi queria que os delegados religiosos e jornalistas entrassem na mesquita para a assinatura do acordo, o que enfureceu Musharraf.
Quinze minutos antes do assalto, as forças paquistanesas deram um último aviso aos entrincheirados para que se rendessem e saíssem da mesquita.
Pelo menos 27 pessoas, segundo o número oficial, morreram desde que começou a crise.
Entre os mortos há quatro membros de Grupo de Serviços Especiais, força de elite do Exército.
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