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11/07/2007 - 07h56

Exército avança contra últimos radicais em mesquita do Paquistão

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da Folha Online

Após mais de 24 horas de combates, o Exército do Paquistão cercou os últimos militantes remanescentes da Mesquita Vermelha de Islamabad nesta quarta-feira, informaram militares. As forças paquistanesas invadiram a mesquita na madrugada desta terça-feira (noite de segunda-feira em Brasília) e os confrontos já deixaram ao menos 50 militantes e nove soldados mortos.

Anjum Naveed/AP
Veículo armado do Exército avança contra Mesquita Vermelha
Veículo armado do Exército avança contra Mesquita Vermelha

O corpo do líder dos radicais, Abdul Rashid Ghazi, foi encontrado em um porão no complexo da mesquita ontem. Especula-se que o número total de mortos deverá ultrapassar uma centena após o fim dos combates, e o Exército ainda está retirando os corpos das vítimas da ação do local.

Uma fonte militar que falou em condição de anonimato afirmou à agência Efe que ao menos 125 estudantes islâmicos foram mortos durante a invasão. O número não pôde ser verificado independentemente ou confirmado até o momento.

A invasão da mesquita ocorreu após o fracasso da última tentativa de negociação para o fim de uma semana de cerco e combates com policiais e militares. Os choques com as forças se segurança são resultado de meses de tensão com os radicais da mesquita, que realizavam uma "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no país.

"Estamos na última fase", disse hoje o general Waheed Arshad, porta-voz do Exército. Ele afirmou que três radicais remanescentes foram mortos durante a noite, e que agora as tropas tentam acabar com a resistência em "apenas dois ou três pontos". O complexo da mesquita possui cerca de 75 salas, grandes porões e jardins.

Segundo a Associated Press, o Exército não especificou quantas pessoas continuavam na mesquita durante a invasão, mas afirmou que cerca de 1.300 haviam escapado ou sido libertadas do cerco desde o início dos confrontos, em 3 de julho.

Hoje, familiares dos islâmicos que ainda permaneciam na mesquita até o momento da invasão continuam aguardando notícias atrás das barricadas do Exército.

Ameaça

No Afeganistão, um comandante sênior do movimento radical islâmico Taleban, Mansoor Dadullah, convocou muçulmanos para lançar ataques suicidas contra as forças de segurança do Paquistão. Dadullah criticou a invasão da mesquita, que classificou de "ato cruel".

Mohsin Raza/Reuters
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita

"Eu teria enviado 10 mil guerrilheiros para apoiar os estudantes [da mesquita], mas estamos com muito o que fazer no Afeganistão e Islamabad é longe. Gostaria de ir eu mesmo apoiá-los", disse ele à Associated Press por telefone.

Os islâmicos da Mesquita Vermelha são acusados de apoiarem o Taleban e de tentarem estabelecer no Paquistão um regime similar ao que o grupo tinha no Afeganistão antes da invasão americana, em 2001.

Desde a invasão, vozes críticas e de apoio ao presidente paquistanês, Pervez Musharraf, especularam sobre os resultados políticos dos choques com os islâmicos. Hoje, vários editoriais em jornais locais afirmaram que o presidente não tinha escolha a não ser invadir o complexo.

"A decisão de lançar um ataque final não é fácil, mas dadas as circunstâncias não havia nada que o governo pudesse fazer", segundo o periódico "The News".

Alerta

Ontem, os Estados Unidos alertaram seus cidadãos no Paquistão para manterem-se em alerta com a possibilidade de ataques de "elementos terroristas". O alerta foi feito pela Embaixada americana em Islamabad em seu site.

06.jul.2007/Mian Khursheed
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco

"A embaixada americana recomenda que cidadãos americanos restrinjam seus movimentos na área de Peshawar por alguns dias devido a anúncios públicos não-específicos de elementos terroristas... de que planejam ataques contra o governo, a polícia e instituições do Exército em retaliação aos recentes acontecimento", informou a embaixada americana.

"No passado, militantes de áreas tribais conduziram ataques em massa em áreas determinadas, incluindo Peshawar, logo depois de ações militares."

Com Associated Press

 

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