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11/07/2007 - 09h43

Exército do Paquistão anuncia fim de operação em mesquita radical

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da Folha Online

O Exército do Paquistão anunciou nesta quarta-feira o fim da operação de invasão da Mesquita Vermelha de Islamabad, onde desde a madrugada de ontem militares enfrentavam radicais islâmicos em um confronto que pode ter feito centenas de vítimas. Ainda não há número oficial de mortos, mas estima-se que entre cem e 200 pessoas morreram na luta.

arquivo/AP
Foto aérea mostra complexo da Mesquita Vermelha sob ataque das forças militares
Foto aérea mostra complexo da Mesquita Vermelha sob ataque das forças militares

A invasão da mesquita começou por volta das 4h desta terça-feira (20h de segunda-feira em Brasília), e desde ontem o número oficial de mortos contava 50 militantes e nove soldados. Fontes militares citadas pela agência Efe, no entanto, calculam que ao menos 125 estudantes islâmicos morreram na operação.

O corpo do líder dos radicais, Abdul Rashid Ghazi, foi encontrado em um porão no complexo da mesquita ontem. A invasão da mesquita ocorreu após o fracasso da última tentativa de negociação para o fim de uma semana de cerco e combates com policiais e militares.

Os últimos choques com as forças de segurança, que começaram no último dia 3, são resultado de meses de tensão com os radicais da mesquita, que realizavam uma "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no país.

Os islâmicos da Mesquita Vermelha são acusados de apoiarem o movimento radical afegão Taleban e de tentarem estabelecer no Paquistão um regime similar ao que o grupo tinha no Afeganistão antes da invasão americana, em 2001.

Segundo a Associated Press, o Exército não especificou quantas pessoas continuavam na mesquita durante a invasão, mas afirmou que cerca de 1.300 haviam escapado ou sido libertadas do cerco desde o início dos confrontos.

Hoje, familiares dos islâmicos que ainda permaneciam na mesquita até o momento da invasão continuam aguardando notícias atrás das barricadas do Exército.

Ameaça

No Afeganistão, um comandante sênior do Taleban, Mansoor Dadullah, convocou muçulmanos para lançar ataques suicidas contra as forças de segurança do Paquistão. Dadullah criticou a invasão da mesquita, que classificou de "ato cruel".

Mohsin Raza/Reuters
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita

"Eu teria enviado 10 mil guerrilheiros para apoiar os estudantes [da mesquita], mas estamos com muito o que fazer no Afeganistão e Islamabad é longe. Gostaria de ir eu mesmo apoiá-los", disse ele à Associated Press por telefone.

Desde a invasão, vozes críticas e de apoio ao presidente paquistanês, Pervez Musharraf, especularam sobre os resultados políticos dos choques com os islâmicos. Hoje, vários editoriais em jornais locais afirmaram que o presidente não tinha escolha a não ser invadir o complexo.

"A decisão de lançar um ataque final não é fácil, mas dadas as circunstâncias não havia nada que o governo pudesse fazer", segundo o periódico "The News".

Alerta

Ontem, os Estados Unidos alertaram seus cidadãos no Paquistão para manterem-se em alerta com a possibilidade de ataques de "elementos terroristas". O alerta foi feito pela Embaixada americana em Islamabad em seu site.

06.jul.2007/Mian Khursheed
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco

"A embaixada americana recomenda que cidadãos americanos restrinjam seus movimentos na área de Peshawar por alguns dias devido a anúncios públicos não-específicos de elementos terroristas... de que planejam ataques contra o governo, a polícia e instituições do Exército em retaliação aos recentes acontecimento", informou a embaixada americana.

"No passado, militantes de áreas tribais conduziram ataques em massa em áreas determinadas, incluindo Peshawar, logo depois de ações militares."

Com Associated Press e Efe

 

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