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11/07/2007 - 12h54

Exército do Paquistão mata últimos radicais e controla mesquita

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da Folha Online

Após mais de 35 horas de luta, o Exército do Paquistão anunciou a morte dos últimos radicais resistentes da Mesquita Vermelha e tomou o controle do complexo. A invasão da mesquita, que começou na madrugada de ontem, foi detonada após um cerco das forças de segurança paquistanesas que durou mais de uma semana e resultou na morte de ao menos 80 pessoas.

arquivo/AP
Foto aérea mostra complexo da Mesquita Vermelha sob ataque das forças militares
Foto aérea mostra complexo da Mesquita Vermelha sob ataque das forças militares

Apenas na operação de invasão, já foram confirmadas a morte de 50 radicais e nove soldados. Especula-se, porém, que a contagem final de corpos eleve o número para mais de cem vítimas.

"A primeira fase da operação acabou. Não há mais radicais na mesquita", afirmou hoje o porta-voz do Exército, general Waheed Arshad. Ele afirmou que os militares ainda estão no complexo de 75 salas, porões e jardins para buscar minas e outras possíveis armadilhas.

Contrariando as expectativas mais dramáticas, o premiê paquistanês, Shaukat Aziz, disse a repórteres que não foram encontrados corpos de mulheres e crianças no interior da Mesquita Vermelha. "A maior parte das mulheres estava junta e saiu da mesquita junta há dias", afirmou.

Os últimos choques com as forças de segurança, que começaram no último dia 3, são resultado de meses de tensão com os radicais da mesquita, que realizavam uma "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no país.

Os islâmicos da Mesquita Vermelha são acusados de apoiarem o movimento radical afegão Taleban e de tentarem estabelecer no Paquistão um regime similar ao que o grupo tinha no Afeganistão antes da invasão americana, em 2001.

Invasão

O corpo do líder dos radicais, Abdul Rashid Ghazi, foi encontrado em um porão no complexo da mesquita ontem. A invasão da mesquita começou por volta das 4h desta terça-feira (20h de segunda-feira em Brasília), após o fracasso da última tentativa de negociação para o fim de uma semana de cerco e combates com policiais e militares.

Segundo a Associated Press, o Exército não especificou quantas pessoas continuavam na mesquita durante a invasão, mas afirmou que cerca de 1.300 haviam escapado ou sido libertadas do cerco desde o início dos confrontos.

Hoje, familiares dos islâmicos que ainda permaneciam na mesquita até o momento da invasão continuam aguardando notícias atrás das barricadas do Exército.

Ameaça

No Afeganistão, um comandante sênior do Taleban, Mansoor Dadullah, convocou muçulmanos para lançar ataques suicidas contra as forças de segurança do Paquistão. Dadullah criticou a invasão da mesquita, que classificou de "ato cruel".

Mohsin Raza/Reuters
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita
Ambulância chega para socorrer feridos de confrontos com islâmicos na mesquita

"Eu teria enviado 10 mil guerrilheiros para apoiar os estudantes [da mesquita], mas estamos com muito o que fazer no Afeganistão e Islamabad é longe. Gostaria de ir eu mesmo apoiá-los", disse ele à Associated Press por telefone.

Desde a invasão, vozes críticas e de apoio ao presidente paquistanês, Pervez Musharraf, especularam sobre os resultados políticos dos choques com os islâmicos. Hoje, vários editoriais em jornais locais afirmaram que o presidente não tinha escolha a não ser invadir o complexo.

"A decisão de lançar um ataque final não é fácil, mas dadas as circunstâncias não havia nada que o governo pudesse fazer", segundo o periódico "The News".

Alerta

Ontem, os Estados Unidos alertaram seus cidadãos no Paquistão para manterem-se em alerta com a possibilidade de ataques de "elementos terroristas". O alerta foi feito pela Embaixada americana em Islamabad em seu site.

06.jul.2007/Mian Khursheed
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco
Parede da Mesquita Vermelha, em Islamabad, mostra marcas de tiros durante cerco

"A embaixada americana recomenda que cidadãos americanos restrinjam seus movimentos na área de Peshawar por alguns dias devido a anúncios públicos não-específicos de elementos terroristas... de que planejam ataques contra o governo, a polícia e instituições do Exército em retaliação aos recentes acontecimento", informou a embaixada americana.

"No passado, militantes de áreas tribais conduziram ataques em massa em áreas determinadas, incluindo Peshawar, logo depois de ações militares."

Com Associated Press e Efe

 

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