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16/07/2007 - 21h29

Sobe para nove número de mortos após dois terremotos no Japão

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da Folha Online

Subiu para nove o número de mortos no Japão, após dois terremotos atingirem a costa oeste do país nesta segunda-feira, segundo o balanço oficial de vítimas. Seis mulheres e três homens, todos com mais de 70 anos, teriam morrido em conseqüência de ferimentos, a maioria após o desabamento de suas casas, informou um porta-voz da Agência Nacional de Polícia.

Franck Robichon/Efe
Mulher ao lado de casa destruída por dois terremotos seguidos que atingiram o Japão
Mulher ao lado de casa destruída por dois terremotos seguidos que atingiram o Japão

Mais de 900 feridos foram levados aos hospitais nas províncias de Niigata e Nagano e ao menos 10 mil pessoas foram retiradas de suas casas.

Os oficiais afirmam que o número de mortos ainda pode aumentar após serem finalizadas as buscas em áreas de desabamentos no país.

O governo disponibilizou cem centros para acolher as pessoas desabrigadas em Niigata após o tremor inicial, que atingiu o país às 10h13 (22h13 de domingo em Brasília).

O primeiro terremoto, de 6,8 graus na escala Richter, também causou o vazamento de pequena quantidade de água com materiais radioativos de uma usina nuclear japonesa, sem ameaçar o ambiente. O segundo terremoto registrou entre 6,6 e 6,8 graus.

O vazamento na central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, na Província de Niigata, a maior do mundo em capacidade de produção, levou a água contaminada para o mar do Japão, em um incidente que não foi relatado ao público durante horas. A central e autoridades afirmam no entanto que não há riscos para a população. "A radioatividade é um bilionésimo do limite legal", disse Jun Oshima, representante da Tokyo Eletric Power, empresa dona da central nuclear.

Agências oficiais do Japão advertiram que ainda há risco de novos tremores no país. O primeiro terremoto, que teve seu epicentro a 17 km de profundidade na região de Niigata, sacudiu o noroeste do Japão e foi seguido de várias réplicas.

Segundo terremoto

Um segundo tremor voltou a atemorizar o país por volta das 23h18 (11h18 de Brasília). A agência japonesa Kyodo afirmou que o terremoto foi de 6,6 graus na escala Richter, enquanto o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos registrou a intensidade de 6,8 graus.

Franck Robichon/Efe
Ruas cobertas por escombros no Japão: ao menos nove mortos e 900 feridos
Ruas cobertas por escombros no Japão: ao menos nove mortos e 900 feridos

Este novo tremor, no entanto, ocorreu a uma profundidade de 350,7 km sob o solo do mar do Japão, perto da região de Kyoto, e foi sentido com menos intensidade nas cidades do país. Ele alcançou o grau quatro de uma escala japonesa de sete níveis de intensidade. Um tremor deste nível não costuma provocar danos significativos, e nenhum alerta contra tsunamis foi emitido.

Agências de pesquisa japonesas alertaram que durante toda a semana poderão ser registrados novos tremores de intensidade próxima dos 6 graus na escala Richter. O Japão está localizado em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.

Usina nuclear

A Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco) confirmou que uma pequena quantidade de água contendo materiais radioativos vazou da unidade seis da usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, uma das maiores do mundo.

O vazamento ocorreu depois que a usina sofreu um incêndio devido ao primeiro terremoto de hoje, que já foi controlado. Durante o incêndio, os reatores da usina se desligaram automaticamente para checagem.

Segundo a Tepco, a água que vazou para o mar do Japão estava dentro dos níveis legais e seguros de contaminação e não terá efeitos no ambiente. Anteriormente a empresa havia afirmado que não foram registrados vazamentos na usina.

Pânico

O primeiro tremor foi sentido até na capital do país, Tóquio.

"Fique com tanto medo... os piores tremores continuaram por ao menos 20 segundos", disse Ritei Wakatsuki, funcionário de uma loja em Kashiwazaki. "Quase desmaiei de tanto medo", acrescentou, em alusão ao primeiro terremoto.

"Primeiro houve um forte choque vertical depois ficamos sentindo tremores de um lado para o outro por um longo tempo. Eu não conseguia ficar de pé, prateleiras caíram e tudo ficou jogado", disse Harumi Mikami, 55, uma professora que estava em sua escola em Kashiwazaki, perto do foco do terremoto da manhã.

Muitas casas, a maioria de madeira, desabaram. Crateras foram abertas nas rodovias e o teto de um templo caiu.

O noroeste do Japão sofreu um terremoto que matou 65 pessoas há três anos. Hoje, bombeiros continuavam tentando resgatar uma mulher cuja voz foi ouvida entre as ruínas de uma casa que desabou na região, informou a NHK.

Cerca de 1.700 pessoas fugiram de suas casas para cerca de cem abrigos. Hoje é feriado no Japão e os mercados financeiros estão fechados.

Danos

Os serviços de trens foram interrompidos no norte do Japão devido ao tremor inicial. Um dos trens que estava viajando na hora do terremoto saiu dos trilhos, mas a mídia informou que não há feridos.

Robert Gilhooly/Efe
Vagão descarrilhado após terremoto na região de Niigata; serviço de trens foi interrompido
Vagão descarrilhado após terremoto na região de Niigata; serviço de trens foi interrompido

A energia e o gás foram cortados de várias casas e a NHK afirmou que 37 mil moradias ficaram sem água. "Temos tanques de água que podem durar por dois dias, mas não sabemos quando o sistema vai voltar a funcionar", disse Reiko Nakao, que trabalha em um hotel na vila de Kariwa.

Alertas contra tsunamis chegaram a ser lançados no país após o primeiro terremoto, mas mais tarde foram suspensos sem registro de ondas gigantes.

Em outubro de 2004 Niigata foi atingida por um terremoto da mesma magnitude do tremor desta segunda-feira. Há três anos, no entanto, o resultado foi pior: 65 mortos e mais de 3.000 feridos. Foi um dos mais mortíferos terremotos no Japão desde 1995, quando um tremor de 7,3 graus na escala Richter na cidade de Kobe matou 6.400 pessoas.

O governo do premiê do Japão, Shinzo Abe, constituiu um escritório especial para lidar com o terremoto, que segundo oficiais danificou ao menos 350 edifícios.

"Está prevista chuva para amanhã na região, então precisamos tomar todas as medidas para salvar vidas e reassegurar as pessoas", disse o premiê a repórteres.

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Com France Presse, Reuters e Associated Press

 

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