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18/07/2007 - 12h42

Paquistão rejeita avaliação americana sobre terrorismo no país

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da Folha Online

O Paquistão rejeitou nesta quarta-feira a admissão dos mais altos oficiais de contraterrorismo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que a estratégia para lutar contra a rede terrorista Al Qaeda no país fracassou. O relatório afirma que a Al Qaeda está se reagrupando no noroeste do Paquistão, mas o governo do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, defende que não há provas que corroborem a avaliação.

"Agiríamos firmemente para eliminar quaisquer esconderijos da Al Qaeda com base em informações de inteligência específicas", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão em um comunicado.

"Não ajuda nada fazer afirmações sobre a presença ou recrudescimento da Al Qaeda em regiões de fronteiras do Paquistão. O que é necessário é o compartilhamento de informações de inteligência concretas", completa o texto.

O relatório de Estimativas de Inteligência Nacional, elaborado por 16 agências de espionagem do governo americano, afirma que o controle cada vez menor do governo sobre o território do Paquistão oferece a terroristas um esconderijo confortável para planejar ataques contra os EUA.

O relatório foi preparado para o presidente dos EUA, George W. Bush, e outros políticos. O texto afirma que um acordo de paz entre o governo e líderes tribais na região do Waziristan Norte ajudou a Al Qaeda a organizar campos para treinamento, melhorar suas comunicações internacionais e aumentar suas operações.

Além de rejeitar o relatório, o Paquistão disse ainda que não permitirá que forças de segurança estrangeiras persigam radicais em seu território. "Esta é a base de nossa cooperação. Destacamos tropas e estabelecemos postos de checagem de segurança. Quaisquer outras ações que precisam ser tomadas contra elementos terroristas serão tomadas", disse o comunicado.

Ameaça

O relatório do governo dos EUA foi divulgado nesta terça-feira. O texto alerta para uma ameaça terrorista persistente contra o solo do país ao menos pelos próximos três anos. O nível de risco foi considerado elevado, e o texto diz ainda que a Al Qaeda deverá usar seu braço no Iraque para atacar os EUA em solo nacional.

Segundo o jornal "The New York Times", a Casa Branca será forçada agora a considerar medidas mais agressivas dentro do Paquistão. As ações do presidente do país em regiões tribais também estão sob criticismo crescente. Musharraf é um dos aliados de Bush na chamada "guerra contra o terror".

O relatório concluiu que os EUA estão perdendo terreno em uma série de frentes na luta contra a Al Qaeda e afirma que a rede terrorista se fortaleceu significativamente nos últimos dois anos. "[A estratégia] não funcionou no Paquistão", disse Frances Fragos Townsend, que lidera o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Oficiais do governo, que relutantemente haviam concordado com o cessar-fogo entre Musharraf e líderes tribais, expressaram esperança de que, com a nova avaliação, esta estratégia possa ser abandonada.

Ataque

Longe de Washington, ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta-feira em uma emboscada realizada por combatentes pró-talebans nas proximidades da fronteira afegã, informaram as forças de segurança paquistanesas. O Taleban é o movimento radical islâmico que dominava 90% do Afeganistão até 2001, quando foi derrubado por uma coalizão liderada pelos EUA.

Combatentes do Taleban ainda lutam contra os EUA em regiões afegãs e paquistanesas. Os radicais atacaram um comboio militar numa região tribal do Paquistão onde islâmicos haviam rompido, no final de semana, um acordo de paz com o governo vigente desde setembro.

'Dezesseis soldados morreram e 13 ficaram feridos. Um certo número de 'infiéis' [como o Exército chama os combatentes islâmicos] morreram também na troca de tiros', afirmou o porta-voz do Exército, o general Waheed Arshad.

Este novo ataque acontece poucas horas depois de outro atentado a bomba contra veículos do Exército paquistanês que feriu sete pessoas --entre elas seis civis e um soldado.

As novas vítimas elevam para 91 o número de mortos, em sua maioria de soldados e policiais, no balanço de cinco dias marcados por atentados suicidas e emboscadas nas regiões tribais paquistanesas.

Esta onda de violência acontece desde que radicais pró-talebans e o número dois da Al Qaeda, Ayman Al Zawahiri, pediram vingança pela invasão militar na Mesquita Vermelha em Islamabad, na última semana.

Na tarde de terça-feira, um atentado suicida matou pelo menos 15 pessoas em Islamabad, num motim da oposição contra o general Musharraf.

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Com Associated Press, "The New York Times" e France Presse

 

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