Publicidade
Publicidade
Paquistão rejeita avaliação americana sobre terrorismo no país
Publicidade
da Folha Online
O Paquistão rejeitou nesta quarta-feira a admissão dos mais altos oficiais de contraterrorismo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que a estratégia para lutar contra a rede terrorista Al Qaeda no país fracassou. O relatório afirma que a Al Qaeda está se reagrupando no noroeste do Paquistão, mas o governo do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, defende que não há provas que corroborem a avaliação.
"Agiríamos firmemente para eliminar quaisquer esconderijos da Al Qaeda com base em informações de inteligência específicas", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão em um comunicado.
"Não ajuda nada fazer afirmações sobre a presença ou recrudescimento da Al Qaeda em regiões de fronteiras do Paquistão. O que é necessário é o compartilhamento de informações de inteligência concretas", completa o texto.
O relatório de Estimativas de Inteligência Nacional, elaborado por 16 agências de espionagem do governo americano, afirma que o controle cada vez menor do governo sobre o território do Paquistão oferece a terroristas um esconderijo confortável para planejar ataques contra os EUA.
O relatório foi preparado para o presidente dos EUA, George W. Bush, e outros políticos. O texto afirma que um acordo de paz entre o governo e líderes tribais na região do Waziristan Norte ajudou a Al Qaeda a organizar campos para treinamento, melhorar suas comunicações internacionais e aumentar suas operações.
Além de rejeitar o relatório, o Paquistão disse ainda que não permitirá que forças de segurança estrangeiras persigam radicais em seu território. "Esta é a base de nossa cooperação. Destacamos tropas e estabelecemos postos de checagem de segurança. Quaisquer outras ações que precisam ser tomadas contra elementos terroristas serão tomadas", disse o comunicado.
Ameaça
O relatório do governo dos EUA foi divulgado nesta terça-feira. O texto alerta para uma ameaça terrorista persistente contra o solo do país ao menos pelos próximos três anos. O nível de risco foi considerado elevado, e o texto diz ainda que a Al Qaeda deverá usar seu braço no Iraque para atacar os EUA em solo nacional.
Segundo o jornal "The New York Times", a Casa Branca será forçada agora a considerar medidas mais agressivas dentro do Paquistão. As ações do presidente do país em regiões tribais também estão sob criticismo crescente. Musharraf é um dos aliados de Bush na chamada "guerra contra o terror".
O relatório concluiu que os EUA estão perdendo terreno em uma série de frentes na luta contra a Al Qaeda e afirma que a rede terrorista se fortaleceu significativamente nos últimos dois anos. "[A estratégia] não funcionou no Paquistão", disse Frances Fragos Townsend, que lidera o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Oficiais do governo, que relutantemente haviam concordado com o cessar-fogo entre Musharraf e líderes tribais, expressaram esperança de que, com a nova avaliação, esta estratégia possa ser abandonada.
Ataque
Longe de Washington, ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta-feira em uma emboscada realizada por combatentes pró-talebans nas proximidades da fronteira afegã, informaram as forças de segurança paquistanesas. O Taleban é o movimento radical islâmico que dominava 90% do Afeganistão até 2001, quando foi derrubado por uma coalizão liderada pelos EUA.
Combatentes do Taleban ainda lutam contra os EUA em regiões afegãs e paquistanesas. Os radicais atacaram um comboio militar numa região tribal do Paquistão onde islâmicos haviam rompido, no final de semana, um acordo de paz com o governo vigente desde setembro.
'Dezesseis soldados morreram e 13 ficaram feridos. Um certo número de 'infiéis' [como o Exército chama os combatentes islâmicos] morreram também na troca de tiros', afirmou o porta-voz do Exército, o general Waheed Arshad.
Este novo ataque acontece poucas horas depois de outro atentado a bomba contra veículos do Exército paquistanês que feriu sete pessoas --entre elas seis civis e um soldado.
As novas vítimas elevam para 91 o número de mortos, em sua maioria de soldados e policiais, no balanço de cinco dias marcados por atentados suicidas e emboscadas nas regiões tribais paquistanesas.
Esta onda de violência acontece desde que radicais pró-talebans e o número dois da Al Qaeda, Ayman Al Zawahiri, pediram vingança pela invasão militar na Mesquita Vermelha em Islamabad, na última semana.
Na tarde de terça-feira, um atentado suicida matou pelo menos 15 pessoas em Islamabad, num motim da oposição contra o general Musharraf.
Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br
Com Associated Press, "The New York Times" e France Presse
Especial
- Relatório alerta para aumenta de risco de ataque da Al Qaeda aos EUA
- Informações de ameaças terroristas nos EUA preocupa Casa Branca
- Senado dos EUA aprova dobrar recompensa pela captura de Bin Laden
- FBI diz que desvio de avião em NY por suspeita foi "mal-entendido"
- EUA cancelaram operação no Paquistão para prender líderes da Al Qaeda, diz jornal
- Casa Branca alerta americanos após carros-bomba em Londres
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice