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25/07/2007 - 23h00

Moscou diz que Litvinenko foi envenenado antes de encontrar Lugovoi

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da Efe, em Moscou

A Rússia voltou a afirmar nesta quarta-feira que o ex-espião russo Alexander Litvinenko foi envenenado com o elemento radioativo polônio-210 antes de seu encontro com Andrei Lugovoi --principal suspeito do crime pelo Reino Unido-- e que este também se contaminou acidentalmente com uma pequena dose de radiação.

10.mai.2002/AP
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres

Litvinenko morreu em Londres em 2006, após ter sido envenenado com polônio-210, um elemento altamente radioativo. O Reino Unido, que investiga a morte do ex-espião, pediu a extradição de Lugovoi à Rússia para que ele seja julgado em Londres. A recusa do Kremlin desencadeou uma grande crise diplomática entre os dois países na última semana, incluindo a expulsão recíproca de diplomatas de ambos os países.

A Procuradoria russa lembrou nesta quarta-feira que Lugovoi e seu sócio, Dmitri Kovtun, foram contaminados com uma pequena dose de polônio. O órgão sugeriu que Litvinenko pode ter sido envenenado antes do encontro e, então, contaminado os dois.

"Nossa investigação determinou que o contágio de Lugovoi e Kovtun pode ter ocorrido por via respiratória, durante o encontro com Litvinenko realizado no último dia 1º de novembro, no bar do hotel Millennium de Londres", declarou Andrei Mayorov, chefe adjunto do departamento de investigação de crimes graves da Procuradoria.

Segundo ele, durante esse encontro, Litvinenko sentou-se bem próximo aos seus interlocutores, e tossiu repetidas vezes. Desta forma, ele pode tê-los envenenado acidentalmente com a radioatividade em sua saliva.

A Procuradoria britânica suspeita que Lugovoi tenha colocado uma dose mortal de polônio-210 na xícara de chá que Litvinenko bebia.

Queda-de-braço diplomática

Mayorov acusou as autoridades britânicas de não terem apresentado materiais, provas e resultados de perícia do caso que confirmem as acusações feitas à Rússia e justifiquem o pedido de extradição de Lugovoi.

"Falando formalmente, sequer sabemos qual foi a causa da morte [de Litvinenko], pois os documentos que a parte britânica nos enviou não falam sobre isso", disse o procurador.

"Quero ressaltar que tanto eu como os membros da minha família e meus sócios que me acompanhavam em Londres nos consideramos vítimas de toda esta história", afirmou Lugovoi nesta quarta-feira, após a divulgação da nova versão da Procuradoria russa.

24.nov.2006/AP
O ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado do crime
O ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado do crime

"Consideramos que fomos atacados no território do Reino Unido, e que a parte britânica, em vez de esclarecer todas as circunstâncias, optou pela versão mais cômoda, para denunciar a Rússia culpar-me pelo que ocorreu a Litvinenko", disse.

Lugovoi disse ter muitas informações sobre o caso e querer compartilhar todas com a Scotland Yard e com os procuradores britânicos. Segundo ele, as duas instituições não se mostraram interessadas em conhecer esses dados.

Ele acrescentou que, durante o seu interrogatório por agentes britânicos em Moscou, no final do ano passado, foram feitas perguntas "muito formais". No entanto, a Scotland Yard afirmou que os procuradores russos não permitiram esclarecer todos os assuntos que interessavam a Londres.

O empresário e ex-agente secreto também negou que ele e seu sócio sejam assessorados e protegidos pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB, ex-KGB).

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