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Reino Unido critica Rússia por encerrar cooperação com Londres
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da Folha Online
O Reino Unido considerou "injustificada" a decisão da Rússia de interromper a cooperação antiterrorista com Londres e expulsar quatro diplomatas britânicos do país, informou nesta quinta-feira o gabinete do premiê britânico. A decisão de Moscou é uma resposta à expulsão de quatro diplomatas russos do Reino Unido no início da semana.
Os dois países enfrentam uma crise diplomática devido à recusa russa em extraditar Andrei Lugovoi, acusado de ter envenenado o ex-espião russo Alexander Litvinenko em Londres em 2006. O Reino Unido, que investiga a morte do ex-espião, pediu a extradição de Lugovoi à Rússia para que ele seja julgado em Londres. Litvinenko foi envenenado com polônio-210, um elemento altamente radioativo.
Sergei Karpukhin/Reuters |
Anthony Brenton deixa chancelaria russa em Moscou; Reino Unido critica decisões |
Após a decisão russa ter sido divulgada, autoridades britânicas expressaram "desapontamento" com as ações. O Reino Unido indicou que buscará apoio internacional na disputa entre Londres e Moscou.
"Acreditamos que a ação que eles tomaram é completamente injustificada e vamos continuar a levar o assunto adiante com a comunidade internacional pelas próximas semanas", disse Michael Ellam, porta-voz do premiê britânico, Gordon Brown.
Mikhail Kamynin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse também que o país irá interromper a emissão de vistos para oficiais britânicos e não pedirá vistos britânicos para oficiais russos.
O embaixador britânico Anthony Brenton afirmou que se encontrou com o vice de Kamynin, Alexander Grushko, quando foi informado das decisões. "É claro que discutimos o caso Litvinenko. Ele me deu vários avisos para passar para Londres", disse Brenton, que não confirmou o conteúdo das mensagens russas.
Na última terça-feira (17), Grushko afirmou que a decisão britânica de expulsar os diplomatas russos era "um caminho direto para a confrontação, que estreita as oportunidades de interação com a Rússia em uma grande variedade de assuntos".
Caso Litvinenko
Ex-espião do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e naturalizado britânico, Litvinenko morreu em 23 de novembro de 2006 no hospital University College de Londres, envenenado com polônio-210 --substância altamente radioativa.
10.mai.2002/AP |
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres |
O ex-agente havia ficado doente em 1º de novembro, dia em que se reuniu com Lugovoi e outro russo, Dmitry Kovtun, no Hotel Millennium, na capital britânica.
Em carta divulgada após sua morte, Litvinenko acusou o Kremlin de estar por trás de seu assassinato, pois ele havia envolvido os serviços secretos russos em uma série de explosões causadas em um edifício de Moscou em 1999 para ajudar Vladimir Putin chegar à Presidência.
Em declarações à TV pública nesta segunda-feira, o porta-voz da chancelaria russa classificou a decisão britânica de expulsar os quatro diplomatas russos de Londres como "imoral" e "manobra para politizar o caso Litvinenko".
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Com Associated Press
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