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07/08/2007 - 23h04

Chineses criticam "sistemática negação dos direitos humanos"

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da Lusa, em Pequim

Dissidentes chineses pediram nesta terça-feira ao governo comunista, em uma carta aberta, para terminar com a "sistemática negação dos direitos humanos", a um ano do início dos Jogos Olímpicos de Pequim, que acontecem de 8 a 24 de agosto de 2008.

A carta foi assinada por 37 dissidentes, entre eles escritores, advogados e acadêmicos. Eles reivindicam que as autoridades libertem todos os prisioneiros ideológicos, permitindo o retorno dos dissidentes ao exterior e concedendo maior liberdade de imprensa.

Para os signatários da carta, publicada nesta terça-feira no site da coligação de ativistas "China Rights Defenders", o descumprimento dos pedidos tornam "ridículos os ideais olímpicos e o próprio slogan dos jogos de 2008: um mundo, um sonho".

"Um mundo pode ser ainda o mundo onde as pessoas sofrem discriminações, perseguições políticas e religiosas e privação de liberdade", afirma a petição.

O documento, também enviado a lideranças como o presidente chinês, Hu Jintao, ao primeiro-ministro, Wen Jiabao, e ao chefe do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, pede ainda o fim da prática policial de interceptar, deter e reenviar para casa aqueles que queiram ir a Pequim "protestar contra as injustiças cometidas por responsáveis locais".

Detalhes da carta

Entre os signatários da carta estão Bao Tong, próximo do ex-líder chinês Zhao Ziyang, deposto ao se opor à repressão policial sobre os estudantes que protestavam em 1989 na praça Tiananmen (ou Praça da Paz Celestial), os escritores Dai Qing e Ding Zilin e ainda o líder do movimento "Mães de Tiananmen", grupo de pais cujos filhos foram mortos ou presos nos confrontos com a polícia durante a manifestação democrática de 1989 na mesma praça.

Na carta, os dissidentes pediram ainda ao governo comunista que assegure uma compensação justa para as pessoas obrigadas se mudarem em virtude da preparação para as Olimpíadas, e ainda que proteja os direitos dos milhares de trabalhadores migrantes das zonas rurais que ajudam a construir a infra-estrutura para o evento.

Vários grupos ativistas de defesa dos direitos humanos querem aproveitar os Jogos Olímpicos de Pequim para mostrar a sua oposição em relação a assuntos como a política chinesa no Tibete, a perseguição ao grupo religioso Falungong, a falta de liberdade de imprensa no país e a influência no conflito étnico na região sudanesa do Darfur.

Na quarta-feira, exatamente um ano antes do início dos Jogos Olímpicos, a organização da prova planeja uma série de atividades por toda a cidade, com destaque para a cerimônia na praça Tiananmen, centro político e geográfico de Pequim.

Liberdade de imprensa

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também divulgou um relatório nesta terça-feira dizendo que os jornalistas chineses e estrangeiros que trabalham na China ainda enfrentam intimidações graves.

"As contínuas detenções de jornalistas fazem as medidas de maior liberdade para a mídia anunciadas por Pequim parecerem mais uma manobra de relações públicas do que uma sincera iniciativa política", disse a CPJ no comunicado.

A China prometeu maior liberdade aos jornalistas estrangeiros desde 1º de janeiro deste ano até outubro de 2008, permitindo que eles fizessem entrevistas sem a necessária autorização do Partido Comunista, mas continuam os relatos de abusos e controle sobre os repórteres que trabalham no país.

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