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Furacão Dean cai para categoria 1, mas ainda preocupa México
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da Folha Online
O furacão Dean continua a perder força nesta terça-feira, após atingir a península de Yucatán, no México, com categoria 5 --a máxima na escala Saffir-Simpson. De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o furacão se encontra agora na categoria 1.
Logo após atingir o continente na madrugada desta terça-feira, a tempestade foi para a categoria 3. Ao longo do dia, ela perdeu força e foi para a categoria 2. O Dean não deve atingir os Estados Unidos, mesmo assim, cuidados foram mantidos caso haja uma possível passagem do furacão.
Israel Leal/AP |
Furacão Dean provocou inundações na cidade de Chetumal, na península de Yucatán |
Segundo o órgão americano, o Dean apresenta ventos de 140 km/h e deve alcançar ainda hoje a baía de Campeche, no México. No local, ficam instalações da companhia Petroleos Mexicanos (Pemex). Ontem, os trabalhos foram suspensos por precaução e mais de 1.700 trabalhadores foram retirados da área por autoridades.
O último informe do NHC afirma que o governo mexicano descontinuou o aviso de furacão para a costa leste da península de Yucatán desde a fronteira com Belize até o norte do balneário mexicano de Cancún. Um aviso de furacão permanece no golfo do México.
Pela escala Saffir-Simpson, um furacão de categoria 5 pode causar ventos de cerca de 250 km/h. Já os ventos ocasionados por furacões de categoria 3 podem variar entre 178 km/h e 209 km/h. Um furacão de categoria 2 pode causar ventos de 154 km/h até 177 km/h. Saiba mais sobre a classificação de furacões.
O olho de Dean chegou ao continente perto de Puerto Bravo, no Estado de Quintana Roo, cerca de 65 km a nordeste de Chetumal e da fronteira com Belize, país que também retirou o alerta de furacão hoje, segundo o NHC.
O centro do furacão estava localizado 75 km ao sudeste de Campeche e se movia para o oeste a 30 km/h, segundo o NHC. De acordo com o centro, Dean ainda deve ser um furacão quando alcançar a região, o que deve ocorrer na tarde de hoje.
Apesar da perda de força, especialistas alertam que o furacão ainda representa risco.
Henry Romero/Reuters |
Dean chegou ao Estado de Quintana Roo, no México, como um furacão de categoria 5 |
"Em geral, quando isso ocorre as pessoas deixam de lado as medidas de precaução. Não aconselhamos a população a fazer isso", afirmou Jamie Rhome, especialista em furacões.
"Provavelmente, Dean não voltará para a categoria 5, mas continua a ser perigoso".
Alerta
O furacão chegou ao México depois de matar dez pessoas no Caribe, causar destruição na Jamaica e passar sem deixar estragos pela região das ilhas Cayman. Milhares de turistas deixaram a região turística de Mayan Riviera.
O governador do Estado de Campeche, Jorge Hurtado, disse que declarou estado de alerta devido ao risco representado pelos fortes ventos causados pela passagem do furacão.
"Estamos preocupados com a sua trajetória (...) que deverá afetar a zona central e sairá pela costa (...)", afirmou.
Em Chetumal, capital de Quintana Roo, que possui cerca de 450 mil habitantes, fortes ventos arrancam árvores e causam estragos em casas. A energia elétrica foi cortada na região.
O centro do México é a próxima região na rota do furacão, que pode causar chuvas, ventos e inundações no Estado americano do Texas.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, encurtou uma viagem ao Canadá, onde se encontra com o presidente americano, George W. Bush, e com o premiê canadense, Stephen Harper, e seguirá nesta quinta-feira (23) para as áreas atingidas pelo furacão.
Cancún
Nos últimos três dias, ao menos 50 mil pessoas deixaram o México para fugir do furacão, informou o Departamento de Comunicação e Transportes em um comunicado.
Embora não deva ser diretamente atingido, o resort de Cancún, o mais popular entre os turistas, pode ser alvo de fortes ventos e tempestades.
A cidade turística ainda se recupera dos danos causados pelo furacão Wilma em 2005, que causou um prejuízo de US$ 3 bilhões. Dean deve ser ainda mais forte do que Wilma.
O pior furacão a atingir a América Latina nos últimos anos foi o Mitch, que matou cerca de 11 mil e deixou 8.000 desaparecidos em Honduras e na Nicarágua em 1998.
Belize
Antes do furacão chegar ao continente, o governo retirou a população de Caye Caulker e Ambergris Caye --locais populares entre turistas americanos-- e impôs toque de recolher na Cidade de Belize e na fronteira com o México.
Três hospitais de Cidade de Belize foram esvaziados e os pacientes foram levados para locais mais seguros na capital Belmopan, fundada em 1961 após a destruição causada pelo furacão Hattie na Cidade de Belize.
O prefeito Zenaida Moya pediu que a população deixe a Cidade de Belize, dizendo que a cidade não conta com abrigos suficientes para lidar com um furacão dessa proporção.
A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou uma equipe de emergência a Belize antes da chegada do Dean. "A ONU está em estreito contato com governos de países afetados pelo furacão e está preparada para fornecer outras formas de ajuda aos esforços de resgate, incluindo o desbloqueio de fundos de emergência", informou o comunicado da instituição.
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