Constituinte suspende sessões por um mês na Bolívia

A Assembléia Constituinte da Bolívia decidiu suspender por um mês suas sessões para devolver a paz à cidade de Sucre, que reivindica a sede do Poder Executivo e Legislativo, atualmente em La Paz, informou nesta sexta-feira seu terceiro secretário Angel Villacorta.

A Bolívia possui duas capitais. La Paz é a administrativa e sede do governo. Sucre é a constitucional e sede do Judiciário.

"Estão suspensas por um mês as deliberações da Assembléia Constituinte até que haja mais paz e tranqüilidade em Sucre", disse Villacorta, em declarações à rádio católica "Fides".

A decisão coloca em risco o trabalho da Constituinte que tem como prazo definitivo o dia 14 de dezembro para entregar uma nova Carta Magna, após o adiamento de quatro meses aprovado pelo Congresso em agosto.

Após um ano de trabalho, a Assembléia Constituinte não redigiu nem um artigo sequer da nova Constituição.

Sucre considera que é este fórum, convocado há um ano para redigir uma nova Constituição, quem deve atender a seu pedido para ser capital plena do país, retirado da agenda pela maioria governista em 15 de agosto passado.

Sucre, que vem enfrentando protestos muito violentos, exige que a Constituinte revise sua recusa em considerar a questão da capital plena, mas também se nega a negociar com o governo e com delegados de La Paz em outro lugar que não seja em Sucre.

Nesta sexta-feira, o ministro de Obras Públicas, Serviços e Moradia, Jerges Mercado, entregou sua renúncia ao presidente boliviano, Evo Morales.

"Tomei a decisão de apresentar minha renúncia ao cargo de ministro de Estado e apresentei-a ao presidente", disse Mercado à agência de notícias estatal ABI.

Jerges Mercado, o único ministro saído de Santa Cruz, pediu demissão por desentendimentos com o vice-ministro da pasta, Marcelo Zurita, que teria o apoio de Morales.

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