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Grupo assume ações que afetaram distribuição de gás no México
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RAÚL CORTÉS
da Efe, no México
O Exército Popular Revolucionário (EPR) do México assumiu nesta terça-feira responsabilidade pelos atentados com explosivos registrados ontem contra várias instalações da companhia Petróleos Mexicanos (Pemex), que afetaram a provisão de gás de mais de 2.500 empresas em dez Estados do país.
"Unidades militares pertencentes a nosso Exército colocaram 12 cargas explosivas em igual número de dutos da Pemex" no estado de Veracruz (leste), declarou o EPR em comunicado publicado por vários jornais mexicanos.
"A atitude hipócrita e fascista deste governo ilegítimo de aprofundar a guerra suja e o terrorismo de Estado como principal política contra os defensores sociais e a oposição", foram as justificativas do movimento sobre a ação.
A organização guerrilheira, surgida em 1996 no estado de Guerrero (sul), pede informações das autoridades sobre o desaparecimento em maio passado de dois de seus integrantes quando em custódia das forças de segurança do Estado.
Em julho passado, o EPR detonou vários artefatos em instalações da Pemex na região central do país, embora na ocasião os prejuízos causados pelas ações de sabotagem tenham sido menores que os registrados em decorrência das explosões desta segunda em Veracruz, no Golfo do México.
Mais de 2.500 empresas em dez Estados, assim como na própria capital mexicana, sofrem com cortes na provisão de gás devido aos últimos atentados.
Entre as companhias afetadas estão o consórcio Vitro, principal produtor de vidro do país, e a fabricante de automóveis alemã Volkswagen, entre muitas outras de vários setores industriais.
A Câmara Nacional da Indústria de Transformação (Canacintra) afirmou em comunicado que o custo diário da falta de gás é de cerca de US$ 100 milhões (R$ 192,5 milhões).
À espera do próximo informe da Pemex, os últimos dados indicaram que os estados afetados pelos atos de sabotagem foram Veracruz, Jalisco (oeste), e os centrais Puebla, Querétaro, Estado do México, San Luis Potosí, Tlaxcala, Guanajuato e Aguascalientes, além do Distrito Federal.
O presidente da Pemex, Jesús Reyes Heroles, declarou nesta segunda-feira a uma emissora de rádio que as explosões afetaram 25% da produção de gás natural do país.
Fontes da empresa informaram que a estatal deixou de produzir cerca de 1,2 bilhão de pés cúbicos diários do produto, dos seis bilhões produzidos diariamente.
O reatamento da provisão de gás natural, disseram as fontes, demorará até o fim da semana, pois em alguns casos resta esperar que o gás natural remanescente no interior dos dutos seja consumido, antes do início dos reparos.
Entre as empresas danificadas está a Volkswagen, que se viu obrigada a deixar de produzir cerca de 1.780 automóveis diários pelo fechamento de sua fábrica em Puebla, uma das maiores do setor no México e que emprega 14.660 pessoas.
Na Índia, onde se encontra em visita oficial, o presidente do México, Felipe Calderón, condenou os atos de sabotagem do EPR e pediu a todos os poderes públicos e à sociedade mexicana que façam o mesmo.
Calderón disse que os ataques atentam contra a segurança dos mexicanos e contra o patrimônio nacional e criticou o fato de a organização guerrilheira não defender suas causas no campo das idéias e das instituições democráticas.
"Atuaremos energicamente contra os responsáveis e não descansaremos até encontrá-los e levá-los à Justiça", afirmou Calderón.
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