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Inundações provocam a morte de mais de 200 pessoas na África
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da Folha Online
Inundações na África provocaram a morte de pelo menos 200 pessoas e afetaram ao menos um milhão em 17 países do continente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O órgão internacional alerta para a propagação de doenças e o risco alimentar, derivados das chuvas de verão que atingem diversas partes da África.
Em Uganda, um dos países mais afetados, a ajuda humanitária tenta resgatar pessoas em vilarejos isolados pelas chuvas torrenciais e rápidas, que chegaram a inundar cidades e interditar caminhos.
"Eu perdi tudo", disse Martha Amongin, 56, à Associated Press em Magoro, uma cidade do leste de Uganda que ficou inacessível por terra. A estrutura da casa simples de Amongin não resistiu às águas e cedeu, seus pertences foram danificados ou levados pelas águas enlameadas.
Ela ainda se lembra das últimas grandes inundações em Uganda, há 35 anos. "Antes, as inundações aconteciam depois da nossa colheita", disse Amongin, em uma habitação provisória, que divide com 20 pessoas em vez das quatro habituais.
"Agora, nós não temos nada", afirmou a mulher, cuja colheita de sua agricultura de subsistência foi completamente perdida.
Em Magoro, a única maneira para se chegar ao hospital é por helicóptero, barco ou enfrentando as águas na altura da cintura por 5 km. Segundo moradores da localidade, uma pessoa morreu ao tentar realizar o trajeto a pé.
Outro país fortemente afetado é a Somália, onde a população local não sofre apenas com as inundações, mas também com conflitos internos e a violência.
O ministro do Interior da Somália, Mohamud Guled, disse nesta semana que o sul do país enfrenta uma situação de "catástrofe humanitária". Os rios da regiões inundaram terras de cultivo e destruíram plantações. A cheia dos rios começou em agosto, devido a chuvas na Etiópia, vizinha da Somália.
Na África ocidental, Gana também é duramente atingida pelas enchentes. Três regiões no norte, a área que tradicionalmente produz alimentos no país, foram declaradas oficialmente como região em desastre.
"Eu não tenho lugar para dormir e minha colheita foi perdida. Nós não temos comida, agora temos uma refeição por dia', disse Asubonga Apebani, que mora em Pungu, na região norte de Gana.
Apenas em Gana, 300 mil pessoas tiveram de deixar suas casas no norte do país.
Segurança alimentar
Além dos danos imediatos causados pelas inundações, a ONU alertou para uma crise de desabastecimento.
Além da comida, outro risco são crises de cólera e malária, entre outras doenças.
"Os mosquitos estão vindo e muitas pessoas estão ficando doentes", disse George Isaac Amoo, coordenador ancional do Centro de Gerenciamento de Desastres de Gana.
"Estes alagamentos nunca aconteceram antes, milhares de acres de áreas cultivadas foram destruídos, além dos alimentos estocados", disse Amoo.
"Depósitos, silos, infra-estrutura como pontes e estradas, tudo foi destruído", afirmou o funcionário do governo de Gana.
No país, as equipes de emergência distribuem alimentos doados pela ONU. O principal produto de exportação de Gana, o cacau, não é cultivado no norte do país, mas devido a um fungo, a produção está comprometida em grande parte do país.
Com Associated Press e Reuters
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