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"Canibal de Rotemburg" confessa crimes na TV
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da Folha Online
Armin Meiwes, conhecido como o "canibal de Rotenburg", condenado à prisão perpétua em maio de 2006 por ter matado em 2001 um engenheiro de Berlim, do qual tinha consumido partes do corpo, confessou na televisão alemã que "a carne humana tem o mesmo sabor daquela de porco, é apenas levemente mais amarga, mas mais substanciosa e muito boa".
Entrevistado pela emissora alemã RTL, o homem de 46 anos declarou ter ficado assombrado pela reação da opinião pública, mas admitiu também que precisa de tratamento.
"As pessoas não podem imaginar aquilo que fiz. Para todos eles, é uma coisa monstruosa, mas, em linhas de princípio, sou um ser humano muito normal", comentou durante a entrevista que foi ao ar ontem à noite.
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"Quero me submeter a uma terapia, sei que preciso. Posso apenas esperar que no futuro poderei fazê-la", continuou.
A entrevista da emissora RTL segue a publicação do livro de Guenter Stampf, "Entrevista com um canibal" (em tradução literal), lançado no último dia 22 de setembro. Para escrever este livro, o autor encontrou Meiwes diversas vezes na prisão durante anos.
Diante das câmeras da emissora de televisão privada, Meiwes falou com tranqüilidade. "Durante mais de 30 anos desejei fazer algo deste tipo", disse, acrescentando que não quer ficar preso o resto da vida.
O canibal e sua vítima, um engenheiro de 43 anos, ambos homossexuais, tinham se conhecido pela Internet. O engenheiro respondeu a um anúncio no qual Meiwes afirmava estar à procura de um homem disposto a ser assassinado, desmembrado e devorado.
Carne humana
"No início, provar carne humana me deu uma sensação estranha", conta o canibal, "mas agora, é uma bela sensação saber que ele se tornou parte de mim". Conforme já foi divulgado, segundo o depoimento do próprio Meiwes durante o julgamento, a vítima, consciente, teria dividido o próprio pênis assado junto com seu assassino.
Depois de um primeiro julgamento, Meiwes foi condenado a oito anos e meio de prisão, mas esta sentença foi anulada pelo Tribunal de Cassação, após um recurso apresentado em 2004 pela Promotoria, que julgava a sentença moderada.
Duas perícias psiquiátricas realizadas durante o segundo processo indicaram graves problemas psicológicos em Meiwes, que no entanto foi julgado plenamente responsável pelos seus atos e capaz de responder regularmente por eles perante a Justiça.
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