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Lavagna critica "populismo" de Kirchner e interferência de Chávez no Mercosul
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ALEJANDRO MÉNDEZ
da Efe, em Buenos Aires
O candidato à presidência da Argentina Roberto Lavagna rejeita o "populismo" do líder do país, Néstor Kirchner, e seus laços com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a quem acusa de "alterar" o andamento do Mercosul e de "dividir" a América Latina.
"Chávez dividiu a América Latina em dois: de um lado Brasil, Uruguai, Chile, México e Colômbia e do outro Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina. Eu quero estar do outro lado, do dos parceiros estratégicos, não com Chávez", afirmou.
Em entrevista concedida à Agência Efe durante a campanha, o candidato da coalizão Uma Nação Avançada (UNA), que foi ministro da Economia de Kirchner e está em terceiro lugar nas pesquisas de intenções de voto para as eleições de domingo, também criticou os candidatos opositores, os quais segundo ele "querem diminuir" o país.
Lavagna, que se considera "centro-progressista" e peronista, disse que a UNA "é um grupo ao estilo chileno", formada por dirigentes de "três grandes partidos", em referência ao Partido Justicialista (peronista), à União Cívica Radical, segunda força parlamentar, e ao Movimento de Integração e Desenvolvimento.
Sustentou que o peronista Frente para a Vitória liderado por Kirchner é o resultado de uma "engenharia eleitoral" que tem a tendência de "terminar com os partidos históricos".
"Na realidade (Kirchner) quer criar um partido de esquerda que seja o Governo e um de direita que também seria o do Governo, tal como ocorreu no México durante mais de 50 anos", declarou.
Sobre a alta do custo da vida, que volta a preocupar um país que sofreu o fenômeno da hiperinflação no final dos anos 80, Lavagna acredita que para combatê-la "é preciso evitar dois extremos".
"O (extremo) populista de fazer acordos de preços e apertar empresários, o que vem fazendo o Governo há mais de um ano e meio sem nenhum sucesso, e evitar a atitude de alguns na oposição que querem esfriar a economia, que se diminua o ritmo de crescimento", opinou.
O ex-ministro da Economia acredita que a Argentina "tem que desenvolver suas relações" com os Estados Unidos e a União Européia a partir da condição de membro do Mercosul, bloco ao qual a Venezuela está se incorporando.
Neste sentido, advertiu que o Mercosul "está hoje alterado pela presença de Chávez", que participa das reuniões "apesar de que ainda não tenha conseguido a incorporação da Venezuela", porque falta a aprovação dos Parlamentos do Brasil e do Paraguai.
"A primeira proposta feita por Chávez quando assinou o tratado de adesão foi criar um Exército sul-americano", disse Lavagna, ao indicar que a iniciativa do presidente venezuelano "é um absurdo", visto que os países do bloco "têm grandes necessidades sociais não atendidas".
"O certo é que Chávez, e infelizmente o Governo argentino, que se colocou de seu lado, alteram a agenda natural, que é mais de ordem econômica e comercial", destacou.
Lavagna assumiu como ministro da Economia no Governo de Eduardo Duhalde (2002-2003) e foi confirmado depois no cargo por Kirchner, que lhe pediu a renúncia em novembro de 2005, ao terminar uma negociação que tirou o país da maior moratória da história com uma troca de bônus no valor de US$ 102 bilhões, aceita por 76,15% dos credores.
Na sua opinião, "é preciso voltar" ao programa aplicado para "combinar a recuperação econômica com a estabilidade de preços" e representou "muito investimento e um forte ordenamento das contas públicas".
"São as coisas que o Governo não fez no ano passado nem neste. A taxa de expansão do investimento despencou em 2006 e continua assim este ano, enquanto gastou-se mais da metade do superávit do Tesouro que tínhamos deixado em 2005", destacou.
Disse que "é preciso aumentar" o superávit do Tesouro ao equivalente a 4% do Produto Interno Bruto, o nível que tinha em 2005, com o qual pode se destinar a metade do saldo propício a atender os pagamentos da dívida externa pública.
Roberto Lavagna prometeu "derrogar nos primeiros 100 dias de Governo" leis que a oposição chama de "os super-poderes", entre eles os que permitem ao Executivo "legislar de maneira indefinida" por meio de "decretos de necessidade e urgência", e mudar a destinação de verbas do Orçamento Nacional aprovado pelo Parlamento.
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