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22/11/2007 - 15h44

Trabalhadores do transporte público na França decidem encerrar greve

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da Efe, em Paris

As assembléias de funcionários dos transportes públicos franceses decidiram nesta quinta-feira voltar ao trabalho, pondo fim à greve dos últimos nove dias que paralisou ferrovias e a rede urbana da região metropolitana de Paris.

Mais 40 assembléias se uniram a outras 50 que interromperam a greve nesta quarta-feira, encorajadas pelo clima criado pelas novas ofertas feitas ontem na abertura das negociações formais entre diretores das empresas envolvidas, sindicalistas e representantes do governo.

O dia de hoje começou com boas expectativas, com as companhias prevendo que 70% dos trens entrariam em funcionamento, além de 75% dos ônibus de Paris e entre 33% e 50% dos veículos do metrô, dependendo da linha.

No entanto, os olhares estavam voltados para as dezenas de assembléias de trabalhadores que ocorreram durante a manhã e que, majoritariamente, optaram por voltar ao trabalho.

Termina assim o primeiro grande conflito dos sindicatos contra o governo do presidente Nicolas Sarkozy, devido a seu projeto de reforma do regime especial de acesso à pensão ao qual 500 mil funcionários públicos têm direito --entre eles, os dos setores de transportes e energia.

O Executivo não desistiu de ampliar o período de contribuição para esses trabalhadores, dos 37,5 anos atuais para 40 anos, equiparando-os assim ao regime geral de aposentadorias, mas as ofertas feitas nesta quarta suavizam essa perspectiva do ponto de vista dos sindicatos.

A direção da companhia nacional ferroviária SNCF, com o apoio do governo, propôs que algumas gratificações sejam aceitas no cálculo da pensão e que outras melhorias sejam aplicadas nas questões de longevidade e de dificuldade do trabalho, algo que os sindicatos receberam de maneira favorável.

Um dos primeiros a reagir foi o primeiro-ministro francês, François Fillon. Em reunião com prefeitos, ele aproveitou para elogiar a atitude 'responsável' das centrais sindicais em aceitarem negociar a reforma e se referiu aos usuários como 'verdadeiras vítimas' da greve, por terem suportado 'pacientemente' os efeitos.

Fillon pediu para que as atividades voltem ao normal sem demora, o que ainda levará alguns dias mesmo com os funcionários voltando ao trabalho nesta sexta-feira.

As empresas explicaram hoje que, embora todos os trabalhadores já estejam em seus postos, será necessária uma série de operações de manutenção e de controle da segurança dos veículos após terem ficado tantos dias sem serem utilizados.

A previsão é a de que o tráfego seja normalizado durante este fim de semana ou até a próxima segunda-feira em alguns serviços.

Isso inclui as linhas que ligam a capital francesa a seus subúrbios, como as RER A e B (que leva de Paris aos aeroportos de Orly e Roissy-Charles de Gaulle), que transportam diariamente 1,7 milhões de passageiros. Os funcionários destas linhas estavam entre os mais 'resistentes' nesta greve, mas hoje também resolveram que voltariam ao trabalho.

Ausente da mídia nos últimos dias, Sarkozy não quis dar opinião.

Seu porta-voz, David Martinon, disse hoje que o presidente francês irá esperar os transportes voltarem à normalidade nos próximos dias para falar sobre como reforçar o poder aquisitivo dos franceses, um dos principais desafios de seu mandato.

A situação gerada pela paralisação ainda não está completamente superada. Alguns sindicatos afirmaram que a greve está suspensa, mas permanece aberta a possibilidade de retomá-la às vésperas do Natal, dependendo da evolução das negociações com as empresas e com o governo francês.

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