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06/12/2007 - 07h37

Morales pedirá sua confirmação no cargo

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FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo, em La Paz

Após quase dois anos de uma arrastada crise com governadores de oposição, o presidente boliviano, Evo Morales, convocou nesta quarta-feira, em pronunciamento transmitido pela TV estatal, um referendo revogatório do seu próprio mandato e do dos governadores.

"Amanhã vou mandar um projeto de lei ao Congresso para que convoque esse referendo", afirmou. "Se o povo disser para eu ir embora, não tenho o menor problema com isso. [...] Nossa proposta é a mais democrática, a mais consciente e espero que resolva os problemas do país. Que o povo diga 'sim' ou 'não' a esse processo de mudança", acrescentou.

No discurso, Morales acusou os governadores de Santa Cruz, Pando, Tarija, Cochabamba e Beni, que segundo ele representam "as forças conservadoras" contra seu projeto, de manipular a população de seus departamentos e pagar jovens para fazer greve de fome.

Os dirigentes oposicionistas estão nos EUA para reclamar das atitudes do governo na OEA (Organização dos Estados Americanos) e com a ONU (Organização das Nações Unidas).

O referendo revogatório já havia sido pedido por vários dos governadores oposicionistas, entre eles o do poderoso departamento (Estado) de Santa Cruz, Rubén Costa.

Segundo os oposicionistas, o governo está "violando a democracia" ao levar adiante a tramitação da nova Constituição. Eles sustentam que a aprovação do texto geral da Carta, em um quartel da cidade de Sucre, no último dia 24, sem a presença da oposição, foi ilegal, porque não respeitou os regulamentos da Assembléia Constituinte. Antes da aprovação, a oposição vinha boicotando as sessões do órgão.

Três pessoas morreram em enfrentamentos entre manifestantes pró e contra o governo e com a Polícia Nacional em Sucre. As mortes ainda estão sendo investigadas.

Os governadores também querem a revisão da lei que distribuirá um benefício mensal a idosos mediante redução do repasse de 30% do IDH (Imposto Direto sobre os Hidrocarbonetos) às regiões.

Morales foi eleito em 2005 com 54% dos votos. Pesquisa divulgada na sexta pelo instituto Ypsos mostra queda na popularidade do presidente, de 62% em outubro para 52%. O presidente é bem visto por 72% na cidade de La Paz, mas só por 23% na cidade de Santa Cruz.

O estudo é feito só nas principais zonas urbanas. O governo aposta que seu apoio é maior no campo.

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