Rússia diz que independência do Kosovo geraria novos conflitos étnicos

A Rússia advertiu hoje que a autoproclamação da independência do Kosovo geraria novos conflitos étnicos e focos de violência na província e exigiu que as consultas entre Belgrado e Pristina continuem.

"Durante o debate do relatório do grupo de mediação no Conselho de Segurança da ONU destacaremos as prováveis conseqüências negativas da autoproclamação da independência do Kosovo", afirmou o ministro de Exteriores russo, Serguei Lavrov.

"(Essa atitude) Conduz ao perigo de agravamento das discórdias étnicas e do reatamento da violência nessa região", disse Lavrov em entrevista a meios de comunicação cipriotas, reproduzida pela agência russa "Itar-Tass".

Segundo Lavrov, cujo país defende a postura sérvia, contrária à independência do Kosovo e favorável à continuação das negociações, a situação na província já repercute negativamente em outras nações da região, como Macedônia e Bósnia-Herzegovina.

O relatório que o grupo de mediadores (Estados Unidos, Rússia e União Européia) entregou à Organização das Nações Unidas mostra que, após quatro meses de negociações, sérvios e albaneses foram "incapazes" de chegar a um acordo sobre o futuro status do Kosovo.

O motivo é que nenhuma das partes está "disposta a ceder na questão básica da soberania", afirma o texto.

Lavrov admitiu o fracasso dessas consultas. "O potencial de busca de compromissos não está esgotado", disse.

Ele também defendeu a proposta sérvia de uma ampla autonomia e criticou o Ocidente por incentivar os ânimos dos independentistas no Kosovo.

"A Sérvia se mostrou disposta a garantir aos albano-kosovares poderes praticamente ilimitados na hora de organizar sua vida e de estabelecer determinados vínculos exteriores sem prejuízo para a soberania e a integridade territorial sérvia", afirmou o ministro.

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