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Presidente do Quênia aceitaria novas eleições, diz porta-voz
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da Folha Online
O presidente do Quênia, Mwai Kibaki, aceitaria a convocação de novas eleições gerais, caso a Justiça do país solicitasse, informou nesta sexta-feira o porta-voz do governo.
"Nós aceitaríamos uma outra eleição, desde que a Constituição seja respeitada", afirmou à Reuters o porta-voz Alfred Mutua. "Se as cortes decidirem, nós aceitaremos", acrescentou.
De acordo com a oposição, liderada pelo Movimento Democrático Laranja (ODM, na sigla em inglês), porém, o Judiciário, controlado por aliados de Kibaki, derrubaria qualquer pedido de recontagem de votos ou convocação de um novo pleito.
Para Mutua, a onda de violência que deixou ao menos 342 mortos e mais de 100 mil desabrigados no Quênia na última semana, começou a refluir.
"Nós temos visto uma redução nessa violência sem sentido. As coisas estão se ajeitando", disse ele, lamentando os danos que os distúrbios provocaram na reputação do país.
Mutua acusou a oposição de instigar a desordem e chamou as forças de segurança a agir para conter os manifestantes.
"Aqueles que querem paz não estupram mulheres, não queimam igrejas, não matam pessoas", acrescentou. O Quênia não é uma república das bananas. Não estamos em guerra civil. Nós temos uma posição e um governo eleito. Não há vácuo".
Nesta sexta-feira, a oposição pediu a convocação de novas eleições presidenciais para dar fim à onda de violência.
"Isso diz respeito à democracia e justiça. Devemos continuar a defender e promover os direitos dos quenianos para que o processo democrático se concretize", afirmou o secretário-geral do ODM, Anyang Nyongo.
A oposição acusa o governo de fraudar mais de 1 milhão de votos. Observadores da União Européia (UE) também lançaram dúvidas sobre a credibilidade das eleições.
Prêmio Nobel
O pedido de novas eleições torna ainda mais remota a possibilidade de diálogo entre governo e oposição.
Porém, o sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz, conversou com Kibaki e Raila Odinga, líder do ODM, nesta sexta-feira, e afirmou que ambos "indicaram que estão abertos para possíveis negociações".
"Estamos esperançosos", afirmou Tutu, que foi ao Quênia para tentar mediar um acordo de reconciliação no país. Segundo ele, Kibaki está pronto pata formar uma coalizão, desde que as forças oposicionistas aceitem sua autoridade.
Com Associated Press e Reuters
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