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França pressiona líderes latino-americanos por libertação de Betancourt
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da Folha Online
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, enviou aos seus homólogos reunidos na Guatemala para a posse do presidente Álvaro Colom uma mensagem para que se mobilizem a fim de conseguir a libertação dos reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), principalmente Ingrid Betancourt.
Assim declarou Rama Yade, secretária de Relações Exteriores e de Direitos Humanos da França, que deveria reunir-se com o presidente colombiano Álvaro Uribe e com o líder venezuelano Hugo Chávez.
Em nome do presidente francês e do premiê, François Fillon, Yade agradeceu "calorosamente" aos países da América Latina e "mais especialmente da América Central, que se mobilizaram para a libertação dos reféns das Farc" Clara Rojas e Consuelo Gonzáles de Perdomo, na última quinta-feira (10).
"Mas consideramos que esta libertação deve ser um estímulo para permitir a libertação dos demais reféns, entre os quais está Ingrid Betancourt", disse Yade, que afirmou ainda que o estado de saúde dos seqüestrados, muitos dos quais ficam até dez anos em cativeiro, converte o processo em "uma corrida contra o relógio".
Betancourt
Ingrid Betancourt, de cidadania franco-colombiana, foi seqüestrada em fevereiro de 2002, quando era candidata à Presidência da Colômbia, junto com Rojas, que à época era sua assessora.
"A urgência humanitária requer que atuemos o quanto antes, e que a comunidade internacional continue mobilizada, porque como demonstraram as provas de vida de Ingrid Betancourt, alguns reféns encontram-se em estado de grande debilidade", afirmou a enviada de Sarkozy.
AP |
Foto de Betancourt divulgada pelas Farc; prova de vida é incentivo para libertação |
"O presidente Sarkozy convida as Farc a fazerem gestos adicionais ao que acabam de fazer, libertando sem demora as mulheres e os doentes", afirmou, dizendo pouco depois querer "que libertem todos os reféns".
Além dos encontros com Uribe e Chávez ao longo desta segunda-feira, Yade reuniu-se com o presidente do Equador, Rafael Correa, com o costarriquenho Oscar Arias, com o mandatário do Panamá, Martín Torrijos, e com o anfitrião, Alvaro Colom, levando a eles uma carta do presidente francês.
Face às dúvidas sobre a vontade das Farc, que no domingo seqüestraram um grupo de turistas colombianos, Yade afirmou que a comunidade internacional "não tem outra opção que seguir mobilizando-se e mobilizar nossos sócios latino-americanos".
"Por isso que contamos com o presidente Uribe, Chávez e os demais presidentes para que desempenhem um papel de facilitadores. É uma questão de urgência humanitária", disse.
Lista de terroristas
O alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, disse nesta segunda-feira que, neste momento, não há por que modificar a classificação das Farc como organização terrorista.
"Não acho que, neste momento, as circunstâncias" sejam propícias para a "tomada de decisões sobre um tema já decidido", disse Solana à agência de notícias Efe sobre a proposta de Chávez para que as Farc sejam retiradas da lista de grupos e organizações terroristas elaborada pela UE.
Neste momento, disse Solana, "na UE não há nenhum debate sobre as Farc ou a lista de organizações terroristas".
"E não acho que vá haver um num futuro próximo", acrescentou Solana.
Reencontro
A ex-congressista Consuelo González de Perdomo viajará na tarde desta segunda-feira a Bogotá, de acordo com informações de fontes oficiais venezuelanas.
Segundo as fontes, a partida de González está prevista para 14h (16h30 de Brasília) na zona oficial do aeroporto internacional Simón Bolívar de Maiquetía, nos arredores de Caracas.
Não foi informado se a ex-parlamentar viajará a bordo de um avião enviado pelo governo da Colômbia --como fez neste domingo a advogada Clara Rojas, a segunda refém libertada na semana passada pela guerrilha colombiana.
Reuters |
Ex-refém das Farc Clara Rojas abraça filho Emmanuel após 3 anos de separação |
Após retornar a Bogotá, Rojas pode rever seu filho Emmanuel, 3, depois de três anos de separação. "Eu me sinto a mulher mais feliz do mundo e mais orgulhosa com o meu bebê. Ele está divino, tem um olhar lindo", disse ela, emocionada.
As cenas do reencontro --que ocorreu em local não identificado em Bogotá-- foram divulgadas em vídeo pelo Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF).
A diretora do ICBF, Elvira Forero, explicou que Rojas e Emmanuel passarão por "sessões de conhecimento" para que o menino forme vínculos com a família e tenha a "qualidade de vida que merece". A custódia do garoto foi concedida a ela provisoriamente, até que os trâmites para a guarda permanente se encerrem, provavelmente no prazo de duas semanas.
A ex-refém voltou a pedir compreensão dos meios de comunicação e de todo o mundo.
"Venho em um processo forte de esgotamento. Então, quero pedir para ficar tranqüila", afirmou. Ela disse que sua mãe, Clara González de Rojas, Emmanuel e ela própria passarão por tratamentos médicos, e precisam descansar 'uns dias, semanas ou meses'.
Mais uma vez, Rojas agradeceu a "todos os concidadãos, compatriotas e amigos do mundo" pelo bem que fizeram a ela e a seu filho.
Seqüelas
Emmanuel ainda sofre seqüelas de seu tempo em cativeiro. Uma fratura em um braço durante o nascimento ainda o impede de fechar a mão. Emmanuel sofreria ainda problemas psicomotores. Ele foi entregue a um orfanato com malária, leishmaniose e diarréia aguda.
O garoto é fruto de uma relação consentida entre Rojas e o guerrilheiro Juan David, de quem Rojas não tem mais notícias.
As Farc decidiram separar o garoto da mãe poucas semanas após o nascimento. De acordo com a guerrilha, em comunicado recente, Emmanuel não 'poderia crescer em meio às operações bélicas, dos combates e das contingências da selva'.
No princípio de 2005, os guerrilheiros deixaram Emmanuel sob os cuidados do camponês José Crisantemo Gómez Tovar, que o levou para tratamento médico em um posto de saúde. Porém, devido às evidências de maus tratos, Emmanuel foi levado ao ICBF e passou à guarda do Estado.
Libertação
No dia 18 de dezembro, as Farc anunciaram que libertariam Rojas, Emmanuel e a ex-congressista Consuelo González como "ato de desagravo" ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afastado abruptamente das mediações entre a guerrilha e o governo da Colômbia.
A operação, no entanto, não foi bem-sucedida porque o garoto não estava mais com a guerrilha, como o governo colombiano revelou.
Uma segunda operação conduzida pela Venezuela resgatou Rojas e González na última quinta-feira (10). Elas estavam em poder das Farc havia mais de cinco anos.
Com France Presse e Efe
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Bom natal e feliz 2010 - que será um otimo ano apesar da dilma, que com a maquina lula a favor, acho que teremos que engolir. Ma que ela fique esperta, aqui não é Venezuela, nem honduras.... Continua como o lula, economia nos moldes ortodoxos do tempo do FHC.
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Podemos notar o seguinte, quanto mais vc combate o narcotráfico mais ele se fortalece, e incrível, o maior consumidor de Cocaina do mundo é os EUA, e o maior fornecer de "Pasta de Coca" é a Colómbia.
EUA oefreceram milhões de dolares pelo Bin laden, e já se pasaram quasi 9 anos, agora Uribe acha que quasi R$ 1 milhão vai convencer alguém????
Não dúvido que o Premio Nóbel da Paz YES WE CAN, venha a público culpar o Hugo Chaves por este atentado.
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