Governo dos EUA condiciona envio de tropas ao Paquistão a pedido de Musharraf

O governo dos Estados Unidos estaria disposto a enviar uma reduzida unidade de tropas ao Paquistão para ajudar o país em sua luta contra o terrorismo, mas só se o Executivo do presidente Pervez Musharraf fizer a devida solicitação.

"Estamos preparados e dispostos e somos capazes de ajudar o Paquistão e seus parceiros com treinamentos adicionais e operações de combate conjuntas se eles assim desejarem", afirmou hoje o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, em entrevista coletiva no Pentágono.

No entanto, Gates explicou que o Paquistão ainda não pediu ajuda aos EUA, apesar de a Al Qaeda e outros radicais ligados à organização terem intensificado sua luta no território.

"Não sabemos de nenhuma proposta do Paquistão nesse sentido até o momento", disse Gates.

"O que tratamos com os paquistaneses e o que dizemos é que estamos preparados para analisar as possibilidades de cooperação com em diferentes áreas, mas, por enquanto, esse é um assunto deles, e nós esperamos propostas ou sugestões deles", disse o secretário de Defesa.

Gates também afirmou que é normal que as autoridades paquistanesas tomem seu tempo para decidir se querem mais ajuda militar dos EUA.

O titular do Pentágono disse que esta questão voltou a ser discutida no seio do governo paquistanês há relativamente pouco tempo, em referência ao assassinato, em 27 de dezembro, da líder opositora paquistanesa Benazir Bhutto e das tensões que ressurgiram após o atentado.

"Por isso acho que não é especialmente surpreendente que (o governo paquistanês) ainda não tenha determinado tudo" em relação à forma como vai prosseguir na luta contra a insurgência, afirmou Gates.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, o almirante Mike Mullen, afirmou, por sua vez, que as conversas com o Paquistão estão avançando e que o Exército está preparado para proporcionar às tropas paquistanesas treino ou tropas de combate.