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25/01/2008 - 22h18

Forças egípcias fracassam em tentativa de controlar fronteira com Gaza

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da Folha Online

As forças de segurança egípcias fracassaram nesta sexta-feira em sua primeira tentativa de fechar a fronteira entre o Egito e a faixa de Gaza, enquanto milhares de palestinos continuavam a se deslocar em ambos os sentidos.

Às 16h30 locais (11h30 de Brasília), e após um dia de infrutíferas tentativas para deter o grande número de palestinos que entrava no Egito, as forças de segurança egípcias se retiraram e foram substituídas por milicianos palestinos armados com fuzis.

Os veículos que levaram os soldados egípcios deixaram a região junto com caminhões de jatos d'água de alta pressão que pela manhã tentaram impedir os palestinos de cruzar a fronteira.

Com a retirada, a fronteira entre a faixa de Gaza e o Egito ficou sem a presença militar egípcia.

Na fronteira, um grupo de cerca de dez jovens, alguns com lenços palestinos escondendo o rosto, exibiu à agência de notícias Efe pistolas e metralhadoras que levavam escondidas sob a roupa.

Os jovens se identificaram como membros do Hamas e das Brigadas de Izz al Din Qassam, braço armado do grupo islâmico.

Um deles, que não quis se identificar, disse à Efe, enquanto imitava o gesto de puxar o gatilho em uma pistola, que haviam tirado do território os "infiéis" (as forças egípcias), e que, se voltarem, "serão mortos a tiros".

Após a retirada dos guardas egípcios, milhares de palestinos continuam cruzando com normalidade a fronteira através de inúmeros atalhos.

A corrida por provisões e alimentos foi tão grande na região que na cidade egípcia de Rafah não há, desde a manhã desta sexta, pão e água engarrafada. A maioria dos produtos vendidos sai por atacado, e os preços tiveram forte alta.

Nas primeiras horas desta sexta, o fechamento do penúltimo espaço que continuava aberto na barreira fronteiriça causou pânico entre os palestinos de Gaza que passaram a atravessar a fronteira em grande número.

Na cidade de Rafah e seus arredores, policiais tinham começado a advertir os milhares de palestinos que lotavam a região que a fronteira seria fechada nesta sexta por volta das 16h locais (11h de Brasília), algo que não se confirmou.

Tais advertências e o fechamento da maioria das passagens deram origem a uma fuga na qual crianças, jovens e famílias derrubaram uma parte do muro que impedia o acesso a território egípcio.

Além disso, os palestinos abriram dois novos atalhos em uma área gradeada da fronteira, apesar dos esforços dos policiais egípcios, que tentavam se defender das pedras lançadas pelos palestinos.

Nesta sexta foi divulgada uma parte da entrevista concedida pelo ditador egípcio Hosni Mubarak ao semanário "Al Usbua". O governante propôs na ocasião a realização imediata de uma conferência de reconciliação entre as facções rivais do Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho passado, e do Fatah.

Bloqueio

Este foi o terceiro dia em que palestinos tiveram acesso ao território egípcio, depois de militantes do Hamas terem aberto vários atalhos na cerca fronteiriça com dinamite e escavadeiras. O fluxo de moradores de Gaza segue intenso nos dois sentidos.

Ao menos 700 mil cruzaram a fronteira, de acordo com afirmação da ONU na quinta-feira (24).

Os moradores de Gaza cruzam a fronteira em busca de alimentos, combustíveis, remédios e outros artigos escassos ou caros no território por conta das restrições devido ao bloqueio à região imposto por Israel na semana passada.

A medida seria uma retaliação aos lançamentos de foguetes Qassam [de fabricação caseira] vindos da região contra alvos israelenses, principalmente nas regiões de Negev e Sderot.

Israel manifestou preocupação de que a livre travessia de palestinos para o Egito poderia propiciar a entrada de armamentos em Gaza. O governo afirmou que cabe ao Egito a tarefa de normalizar a situação na fronteira.

Com Efe

 

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