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04/02/2008 - 15h57

Conselho de Segurança da ONU condena ataque rebelde no Chade

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da Folha Online

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou unanimemente nesta segunda-feira uma declaração não-vinculante que condena o ataque rebelde no Chade e que pede aos Estados-membros do conselho o apoio ao governo do país africano.

A declaração do Conselho de Segurança ocorre após o presidente chadiano, Idriss Déby, pedir ajuda à comunidade internacional para acabar com a ofensiva rebelde.

Neste domingo, o embaixador do Chade perante a ONU, Mahamat Adoum, solicitou em uma carta que "todos os Estados proporcionem ajuda e assistência para pôr fim à agressão" dos rebeldes.

O texto da declaração --lido pelo presidente rotativo do conselho, Ricardo Alberto Arias, embaixador do Panamá-- "condena energicamente os ataques e todas as tentativas de desestabilização pela força", e pede aos estados-membros da ONU para "disponibilizarem o apoio que o governo do Chade solicitar".

A declaração pontua "apoio à soberania, a unidade, a integridade territorial e a independência política do Chade".

O Conselho de Segurança da ONU deu também respaldo à mediação da UA (União Africana) pelo dirigente líbio Muammar Kadafi e pelo seu colega congolês, Dennis Sassou Nguesso, para que alcancem um cessar-fogo.

"É importante que o presidente Déby, neste momento tão difícil, possa receber todo o respaldo que se necessita", apontou o embaixador francês perante a ONU, Jean Maurice Ripert.

Ele afirmou que o líder chadiano "representa a legalidade" em seu país, e lembrou que a França tem um "acordo de cooperação" com o Chade.

A França "não está envolvida em atividades militares", por isso a assistência francesa se concentraria em tarefas humanitárias como "o atendimento aos feridos", esclareceu o embaixador.

Golpes

Centenas de cadáveres podiam ser vistos hoje nas ruas de N'djamena após a forte ofensiva protagonizada nos últimos dias por forças rebeldes, que nesta segunda-feira anunciaram uma "retirada tática" da capital.

Forças rebeldes invadiram N'Djamena (capital do Chade) com uma coluna de 300 veículos no sábado (2), na maior ofensiva nos últimos 2 anos.

O governo do Chade diz que os rebeldes, que avançaram rapidamente durante a última semana por meio da fronteira leste com a região de Darfur, no Sudão, estavam armados e são apoiados pelo governo sudanês.

O ministro de Relações Exteriores chadiano, Ahmat Allammi, acusa o Sudão de lançar a ofensiva rebelde para bloquear o destacamento de membros das forças de paz da União Européia (UE) -- que possuem mandato para proteger os milhares de refugiados do conflito em Darfur-- no leste do Chade.

Em Cartum (capital do Sudão), a afirmação foi negada, e o governo do país voltou a acusar o Chade de apoiar os insurgentes na região de Darfur.

Conflitos

O Chade, que fica na região de maior conflito do continente africano, já foi palco de numerosas rebeliões armadas, protagonizadas por diferentes grupos que sempre tiveram o objetivo de tomar o poder.

Deby chegou à Presidência chadiana em um golpe militar liderado por ele, em 1993, para derrubar seu antecessor, Hissène Habré, que por sua vez se tornou presidente em um outro golpe de Estado, em 1982.

Depois do primeiro presidente do Chade, Ngarta Tombalbaye, todos os seus sucessores chegaram ao poder por meio de golpes de Estado ou por rebeliões lideradas por diversas facções.

A rebelião atual se intensificou desde que, em 2003, o país começou a explorar suas jazidas de petróleo, o que despertou fortes rivalidades dentro dos círculos do poder.

Com Efe e France Presse

 

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