Pyongyang acusa Seul e Washington de planejar invasão

A Coréia do Norte afirmou que as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coréia do Sul previstas para março são um passo prévio a uma eventual invasão do país comunista, informa hoje a imprensa sul-coreana.

As manobras, que acontecerão entre 2 e 7 de março, serão as primeiras que os dois países realizam conjuntamente para comprovar a capacidade de combate das tropas sul-coreanas em caso de guerra.

A Coréia do Norte critica de maneira regular os exercícios conjuntos dos EUA com seus vizinhos do sul, e assegurou em várias ocasiões que estas operações são a ante-sala de uma invasão de seu território.

Segundo a principal emissora de TV norte-coreana, "as manobras conjuntas continuam sendo um desdobramento com a intenção de invadir (a Coréia do Norte)".

O Comando de Forças Conjuntas (entre Coréia do Sul e EUA) afirmou que Pyongyang já tinha recebido informações de que as manobras são somente "um exercício para comprovar a capacidade de reação defensiva das tropas".

Desde o conflito envolvendo as duas Coréias entre 1951 e 1953, os EUA possuem um grande contingente de tropas na Coréia do Sul, onde cerca de 28 mil soldados americanos estão estacionados como poder dissuasório perante a Coréia do Norte.

Os Estados Unidos devem reduzir este ano suas tropas desdobradas na região para 25 mil soldados.

As duas Coréias permanecem tecnicamente em guerra, já que no final do conflito entre os dois países foi estabelecido um armistício, e não um tratado de paz.

Em janeiro, a imprensa sul-coreana informou que o governo de Pyongyang se mostrou partidário de um tratado definitivo de paz com Seul e intermediado por Washington.

Na ocasião, o periódico "Rodong Sinmun", órgão oficial do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, pelo qual se expressa freqüentemente o regime comunista, afirmou que "este é o momento adequado para avançar na direção de um tratado de paz" que "diminua a tensão militar e assegure um regime de paz na Península de Coréia".