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09/05/2008 - 14h53

Ex-refém britânico paga parte da fiança para libertar líder da Al Qaeda

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da Efe, em Londres

Norman Kember, um pacifista britânico seqüestrado no Iraque, pagou parte da fiança da liberdade condicional decretada na quinta-feira para o clérigo radical Abu Qatada, considerado "embaixador espiritual" na Europa do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, segundo informações da "BBC".

Kember, de 77 anos, justificou sua decisão como gesto de "reciprocidade e bondade", já que Qatada ajudou-o durante o cativeiro ao qual foi submetido no Iraque entre 26 de novembro de 2005 e 23 de março de 2006.

Em dezembro de 2005, o clérigo pediu a libertação do britânico e de outros três voluntários (dois canadenses e um americano) seqüestrados pelo grupo radical Brigadas das Espadas da Lei, em um vídeo gravado em sua cela da prisão londrina de Belmarsh e que foi exibido no Oriente Médio.

Um tribunal especial de imigração britânica decidiu libertar, mediante pagamento de fiança, Qatada, de origem jordaniana e cujo verdadeiro nome é Omar Mahmoud Mohammed Othman, que deverá observar um toque de recolher de 22 horas ao dia quando estiver livre.

O clérigo, detido no Reino Unido desde 2002, ganhou em abril um recurso de apelação apresentado contra a decisão do governo britânico de deportá-lo à Jordânia, onde foi condenado à prisão perpétua por envolvimento em atentados em 1998.

A ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, afirmou que apelará da decisão judicial de impedir a deportação de Qatada e disse estar "muito decepcionada" com a sentença.

Kember, que não informou quando pagou a fiança (cujo valor também não foi divulgado), admitiu que, "talvez, ele (Qatada) devesse estar na prisão", mas questionou: "Se existem provas claras, por que o Governo não as mostra?".

No entanto, o pacifista insistiu em que não compartilha das opiniões "extremistas" de Qatada e afirmou que espera "ser criticado" por sua decisão.

Kember acrescentou que o Islã é "demonizado" pelo Ocidente e defendeu um maior diálogo com o mundo islâmico.

O governo britânico acusa Qatada de ter "conexões estabelecidas há muito tempo" com a Al Qaeda e diversos grupos radicais islâmicos, como o egípcio "Jihad". Qatada negou as acusações e insistiu em que não conhece Bin Laden.

Nascido em 1960, Abu Qatada obteve em 1994 asilo político no Reino Unido, aonde chegou um ano antes com um passaporte falso dos Emirados Árabes Unidos após fugir de seu país de origem.

 

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