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China pede mais tendas para os desabrigados por tremor
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da Efe, em Pequim
As autoridades chinesas pediram mais tendas de campanha para alojar aos mais de 14,4 milhões de desabrigados pelo terremoto do dia 12 de maio, que até agora causou mais de 60 mil mortos, e anunciaram o início das tarefas de reconstrução.
O premiê chinês, Wen Jiabao, disse em Yingxiu, onde se assentaram sobreviventes sem-teto, que embora os trabalhos de resgate continuem, o objetivo mudará gradualmente para a reconstrução e o realojamento dos desabrigados.
"A maior dificuldade agora é a falta de tendas de campanha. Reunimos tendas de todo o país e temos recebido ajuda do resto do mundo, mas ainda precisamos de mais", explicou Wen, citado neste domingo (25) pela agência de notícias Xinhua.
A iminente chegada da temporada de chuvas na zona arrasada, no sudoeste da China, acrescenta o risco de transbordamento dos 34 lagos formados pelos deslizamentos das montanhas nos rios, com uma massa de água que ameaça transbordar sobre as localidades já destruídas.
A falta de tendas, calculam as autoridades chinesas, é de cerca de 3,3 milhões, e até sexta-feira passada tinham sido enviadas para a região nada menos de meio milhão delas.
Os fabricantes de tendas de campanha do leste da China estão produzindo 30 mil unidades diárias que são enviadas imediatamente para a arruinada província de Sichuan, onde foi localizado o epicentro do tremor de 8 graus de magnitude na escala Richter.
A este ritmo, em um mês se terá conseguido fabricar quase um milhão de tendas, mas insuficientes para dar teto a toda a população que dorme ao relento.
Os países estrangeiros prometeram doar cerca de 151.900 tendas, das quais 11.500 já chegaram à região, procedentes de países tão diversos como Paquistão, Malásia, Rússia, Holanda, França, Arábia Saudita, Reino Unido, Estados Unidos e da Acnur (Agência para os Refugiados da ONU).
Desabrigados
Segundo dados do governo central, mais de 5,4 milhões de casas ficaram destruídas e outras 21,4 milhões danificadas.
O premiê disse que também se agiliza a produção de casas provisórias para garantir que a vida dos sobreviventes volte à normalidade em três meses.
O Ministério da Habitação informou ontem que devem construir 1,5 milhão de casas provisórias nas áreas afetadas de Sichuan, e esperam que este teto dure pelo menos três anos.
Cada uma destas habitações com 20 metros quadrados será fabricada com estruturas resistentes a tremores, acrescentou.
A população se pergunta por que a maioria dos prédios que desabaram eram escolas, o que fez com que 12% das vítimas fatais tenha sido de crianças, e não prédios governamentais, enquanto os especialistas citam a corrupção do setor imobiliário como um dos motivos.
O Ministério assinalou que entre as estruturas previstas haverá escolas e hospitais, enquanto abriu uma investigação sobre o desabamento do que é conhecido na China como "prédio tofu" (tofu é um alimento de origem chinesa feito de soja, parecido com o queijo).
O premiê chinês disse ontem que teme-se que o número total de mortos supere os 80 mil, já que 26.221 pessoas ainda permanecem desaparecidas sob os escombros e em localidades isoladas.
Outra das seqüelas do terremoto é a aparição de focos epidêmicos por causa da decomposição dos corpos, a proliferação de roedores e o acesso a fontes de água não potável.
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