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Presidente do Zimbábue diz que "só Deus" poderá tirá-lo do poder
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da France Presse, em Bulawayo
colaboração para a Folha Online
O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, afirmou que "só Deus" poderá tirá-lo do poder, durante discurso para empresários feito em Bulawayo, segunda cidade do país, a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais.
"Nunca permitirei ao MDC (Movimento pela Mudança Democrática, principal partido opositor) governar este país, nunca jamais", disse.
"Somente Deus, que me elegeu, pode me tirar. Nem o MDC nem os britânicos podem fazê-lo", acrescentou Mugabe, que está há 28 no poder.
Antes do discurso, o procurador-geral do país negou a liberdade sob fiança para o número dois da oposição, Tendai Biti, indiciado na véspera por subversão, uma acusação pela qual pode ser condenado à morte, anunciou seu advogado, Lewis Uriri.
Mugabe também havia afirmado nesta sexta-feira que pretende permanecer no poder até que todas as terras sejam restituídas à maioria negra do país.
"Quando estiver seguro de que este legado (as terras) estará realmente em suas mãos (...), então poderei dizer: bem, o trabalho está feito", disse Mugabe, citado pelo jornal The Herald, que apóia o governo do Zimbábue.
UE
A UE (União Européia) ameaçou aplicar novas sanções contra os responsáveis pelo clima de violência existente no Zimbábue, apenas uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais.
Os líderes da UE expressaram em suas conclusões uma "profunda preocupação" pela situação no país africano e reiteraram sua disposição para "adotar medidas adicionais contra os responsáveis pela violência".
Os 27 Estados-membros da UE sublinharam, além disso, a necessidade de que o próximo pleito fosse realizado em um contexto "pacífico, livre e justo, conforme as normas e padrões internacionais".
A Comissão Européia é o principal doador do país africano, para o qual enviou no ano passado 90,7 milhões de euros (R$ 227 milhões) em assistência humanitária e outras ajudas para a população.
Oposição
A oposição denuncia uma campanha de violência iniciada pelo governo de Mugabe na qual 70 opositores teriam morrido.
Segundo uma fonte do partido opositor citada pela BBC, o líder e candidato do partido à Presidência, Morgan Tsvangirai, está sob pressão para retirar sua candidatura diante da crescente violência contra seus partidários.
O partido decidirá no domingo (22) se participará ou não no segundo turno das eleições presidenciais de 27 de junho, afirmou nesta sexta-feira o porta-voz do MDC, Nelson Chamisa.
"Diante de atos de violência e intimidação, decidiremos se ainda acreditamos que a vontade do povo será respeitada e, em conseqüência, se ainda é pertinente participar na eleição", afirmou Chamisa.
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