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28/06/2008 - 08h41

Rice pressiona Coréia do Norte para que abra mão de todo equipamento nuclear

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CECILIA HEESOOK PAEK
da Efe, em Seul

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, exigiu neste sábado, pouco depois de chegar a Seul, que a Coréia do Norte abandone todas as suas armas, programas e material nuclear, e disse que o recente inventário do potencial atômico do país não é suficiente.

Assim, Rice já pressiona Pyongyang dois dias depois que o regime comunista entregou um inventário de seu potencial atômico aos membros do diálogo de seis lados (as duas Coréias, Rússia, Japão, China e Estados Unidos).

Além disso, a declaração da secretária americana ocorre um dia depois de a Coréia do Norte ter, simbolicamente, demolido a torre de refrigeração da principal usina nuclear do país.

A pressão de Rice acontece depois que o presidente americano, George W. Bush, anunciou o levantamento das sanções e a retirada da Coréia do Norte da lista de países terroristas no mesmo dia em que foi entregue a declaração nuclear.

Rice, que concedeu uma entrevista coletiva após se reunir com o ministro de Exteriores sul-coreano, Yu Myung-hwan, afirmou que o inventário nuclear entregue pela Coréia do Norte não cobre apenas o programa de plutônio, mas também se "refere" ao suposto plano de enriquecimento de urânio.

No entanto, ela não esclareceu até que ponto a Coréia do Norte se refere no documento ao programa de enriquecimento de urânio que os EUA acusam Pyongyang de possuir.

A secretária de Estado, que chegou a Seul procedente da cúpula de ministros de Exteriores do G8 (sete nações mais ricas do mundo e a Rússia), que terminou nessa sexta-feira em Kioto, resumiu a situação, dizendo que ainda não foram dadas "todas as respostas" necessárias.

Um funcionário sul-coreano citado pelo jornal "Munhwa Ilbo" disse na sexta-feira que as 60 páginas de declaração nuclear contêm três itens: a lista completa de instalações nucleares norte-coreanas, o plutônio extraído e sua utilização e a quantidade de urânio que o país possui.

A confirmação de que possui urânio não significa que a Coréia do Norte confesse que mantém um programa de enriquecimento do material, o que Pyongyang negou constantemente desde que os EUA denunciaram sua existência, em 2002.

Por outro lado, a declaração também não diz nada sobre a suposta colaboração no campo nuclear entre Síria e Coréia do Norte nem sobre o arsenal de armas nucleares que o regime comunista possui, assunto que ficou para a fase seguinte de desnuclearização.

Hoje a agência japonesa "Kyodo" informava, citando fontes do diálogo entre os seis países, que a Coréia do Norte especifica na declaração nuclear que extraiu um total de 30 quilos de plutônio, material que diversos veículos de comunicação calculam ser suficientes para armar seis bombas nucleares.

Além disso, a declaração afirma que, no teste nuclear de 2006, Pyongyang empregou dois quilos de plutônio.

Rice insistiu na necessidade de um protocolo adequado para garantir a verificação de toda a informação fornecida pela Coréia do Norte.

É o mesmo pedido que foi feito na sexta-feira pelos países do G8 no fechamento da reunião de Kyoto, que esteve dominada pela questão norte-coreana em uma semana com passos em direção ao entendimento que não têm precedentes.

Por enquanto, na fase atual do processo de desnuclearização, a Coréia do Norte desmantelará todas as suas instalações nucleares em troca de receber todo o petróleo prometido pelos países do diálogo a seis e de retomar os laços com EUA e Japão.

Após se reunir com o ministro de Exteriores sul-coreano, Rice foi recebida pelo presidente, Lee Myung-bak, que reiterou que Seul e Washington devem trabalhar juntos para que a Coréia do Norte abandone todo o seu programa nuclear.

Comentários dos leitores
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
Seria até possível forçar o Irã às inspeções caso Israel também se submeta a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em todas as suas instalações de Dimona e militares. Assim o mundo ficaria mais tranquilo ao saber que não estão escondendo armas de destruição em massa, do mesmo modo que o Irã. Obviamente a comissão da AIEA tem que ser formada por representantes de todas as partes, não apenas os escolhidos a dedo pelos U-S-A. A paz exige sacrifício e determinação. sem opinião
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eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
Não acredito que por em risco sua própria gente será barreira para os "adoradores do caos". A Espanha acena que esta fora dos conflitos pesados, a China só vai obeservar, outros países também terão lucidez e cairão fora. Sobrará a batata quente para aqueles que a "fornaram", e terão que arcar com seus atos, pois o que enfrentarão já derrotou outros impérios no passado. O Irã não é qualquer um não. Quem viver verá. 3 opiniões
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J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
O assassinato do físico nuclear iraniano Masud Ali Mohammadi, engajado ao movimento nacionalista iraniano, obviamente foi obra da Cia e Mossad, pelas caracteristicas, embora neguem até o fim como sempre fazem. Com esse ataque terrorista agora deverá ocorrer uma espécie de "caça às bruxas" na Universidade de Teerã, e talvez esse seja, além de
assassinar o professor, o objetivo final da ação, que é dividir internamente o Irã. Como os U-S-A divulgaram recentemente, o que está ocorrendo de fato agora é uma aceleração do programa nuclear do Irã. Pelo andar da carruagem os U-S-A sabem que já não podem mais promover uma guerra convencional contra o Irã, pois poriam em risco suas tropas.
Agora só resta uma saída: tentar minar e derrubar o atual governo iraniano através de ações de terrorismo e sabotagem, o que parece ser algo impossível e só serviria para massacrar ainda mais a oposição. O lider religioso Khamenei fala abertamente que "Todas as partes com tendências diferentes devem se distanciar claramente dos inimigos, em particular as elites influentes, que devem também se abster de fazer comentários ambíguos", o que não deixa de ser o início do combate à influência dos U-S-A sobre a classe média iraniana, e uma nova revolução está em curso para solidificar a atual.
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