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Rice pressiona Coréia do Norte para que abra mão de todo equipamento nuclear
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CECILIA HEESOOK PAEK
da Efe, em Seul
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, exigiu neste sábado, pouco depois de chegar a Seul, que a Coréia do Norte abandone todas as suas armas, programas e material nuclear, e disse que o recente inventário do potencial atômico do país não é suficiente.
Assim, Rice já pressiona Pyongyang dois dias depois que o regime comunista entregou um inventário de seu potencial atômico aos membros do diálogo de seis lados (as duas Coréias, Rússia, Japão, China e Estados Unidos).
Além disso, a declaração da secretária americana ocorre um dia depois de a Coréia do Norte ter, simbolicamente, demolido a torre de refrigeração da principal usina nuclear do país.
A pressão de Rice acontece depois que o presidente americano, George W. Bush, anunciou o levantamento das sanções e a retirada da Coréia do Norte da lista de países terroristas no mesmo dia em que foi entregue a declaração nuclear.
Rice, que concedeu uma entrevista coletiva após se reunir com o ministro de Exteriores sul-coreano, Yu Myung-hwan, afirmou que o inventário nuclear entregue pela Coréia do Norte não cobre apenas o programa de plutônio, mas também se "refere" ao suposto plano de enriquecimento de urânio.
No entanto, ela não esclareceu até que ponto a Coréia do Norte se refere no documento ao programa de enriquecimento de urânio que os EUA acusam Pyongyang de possuir.
A secretária de Estado, que chegou a Seul procedente da cúpula de ministros de Exteriores do G8 (sete nações mais ricas do mundo e a Rússia), que terminou nessa sexta-feira em Kioto, resumiu a situação, dizendo que ainda não foram dadas "todas as respostas" necessárias.
Um funcionário sul-coreano citado pelo jornal "Munhwa Ilbo" disse na sexta-feira que as 60 páginas de declaração nuclear contêm três itens: a lista completa de instalações nucleares norte-coreanas, o plutônio extraído e sua utilização e a quantidade de urânio que o país possui.
A confirmação de que possui urânio não significa que a Coréia do Norte confesse que mantém um programa de enriquecimento do material, o que Pyongyang negou constantemente desde que os EUA denunciaram sua existência, em 2002.
Por outro lado, a declaração também não diz nada sobre a suposta colaboração no campo nuclear entre Síria e Coréia do Norte nem sobre o arsenal de armas nucleares que o regime comunista possui, assunto que ficou para a fase seguinte de desnuclearização.
Hoje a agência japonesa "Kyodo" informava, citando fontes do diálogo entre os seis países, que a Coréia do Norte especifica na declaração nuclear que extraiu um total de 30 quilos de plutônio, material que diversos veículos de comunicação calculam ser suficientes para armar seis bombas nucleares.
Além disso, a declaração afirma que, no teste nuclear de 2006, Pyongyang empregou dois quilos de plutônio.
Rice insistiu na necessidade de um protocolo adequado para garantir a verificação de toda a informação fornecida pela Coréia do Norte.
É o mesmo pedido que foi feito na sexta-feira pelos países do G8 no fechamento da reunião de Kyoto, que esteve dominada pela questão norte-coreana em uma semana com passos em direção ao entendimento que não têm precedentes.
Por enquanto, na fase atual do processo de desnuclearização, a Coréia do Norte desmantelará todas as suas instalações nucleares em troca de receber todo o petróleo prometido pelos países do diálogo a seis e de retomar os laços com EUA e Japão.
Após se reunir com o ministro de Exteriores sul-coreano, Rice foi recebida pelo presidente, Lee Myung-bak, que reiterou que Seul e Washington devem trabalhar juntos para que a Coréia do Norte abandone todo o seu programa nuclear.
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