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Oposição no Zimbábue rejeita as condições de Mugabe para negociar
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da Folha Online
A oposição do Zimbábue rejeitou nesta sexta-feira e classificou de irreal a exigência do ditador Robert Mugabe de que sua reeleição seja aceita antes de iniciar qualquer negociação.
"Mugabe não é legítimo e não conta com o apoio do povo do Zimbábue. Mugabe não é uma pessoa séria", declarou o porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa.
"É uma condição irreal e não vamos aceitá-la. O MDC não precisa desesperadamente discutir, é o país que precisa disso desesperadamente", acrescentou.
Arte Folha Online |
Mugabe, reeleito em uma votação marcada pela repressão violenta contra membros da oposição, descartou nesta sexta-feira qualquer diálogo com a oposição se esta não o reconhecer como legítimo chefe de Estado do país.
"Eu sou o presidente da República do Zimbábue e esta é a realidade", disse Mugabe no aeroporto em seu retorno ao país, depois de participar na reunião de cúpula da União Africana (UA) no Egito.
"Os que querem dialogar terão de aceitar isto", acrescentou.
Mugabe, 84, no poder desde 1980, foi reeleito no dia 27 de junho no segundo turno em que participou como candidato único, pois seu adversário Morgan Tsvangirai, do Movimento pela Mudança Democrática (MDC) se retirou da disputa denunciando uma onda de violência contra seus partidários.
O MDC, assim como os países ocidentais, contestaram a vitória.
"Não deixemos que (o MDC) tenha ilusões, acreditando que podem reverter o resultado", disse Mugabe.
"Se eles concordarem com isto e nós estivermos satisfeitos, então poderemos dialogar e ouvir as idéias deles. Porém, a eleição não pode ser deixada à margem, como pretendem os britânicos. Estão loucos", acrescentou.
Segundo Mugabe, que acusa Tsvangirai de servir à antiga potência colonial, a vitória eleitoral significou "uma recusa total da política do Reino Unido no Zimbábue".
O presidente, apesar de questionado pela comunidade internacional, foi recebido nesta sexta-feira por mais de 3.000 simpatizantes no aeroporto de Harare.
O ditador zimbabuano retornou ao país com o apoio tácito dos colegas africanos, que evitaram fazer críticas durante a reunião da UA, se limitando a pedir a formação de um governo de união nacional.
Com France Presse
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