Rússia rejeita resolução da ONU por retirada da Geórgia

Os países ocidentais pressionaram o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas pela adoção de uma resolução que peça a retirada imediata do Exército russo da Geórgia, mas a Rússia, que tem poder de veto no principal órgão da ONU, disse que não pode aprovar o documento.

Nesta terça, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também exigiu a retirada da Rússia do país vizinho.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse ao CS que a resolução deveria incorporar e apoiar um plano de seis pontos criado pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, assinado tanto por Geórgia e Rússia.

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Como a proposta de documento, também francesa, não o fez, "a Federação russa não poderá apoiá-la", afirmou Churkin.

A reunião do CS terminou sem uma tentativa de votação da proposta. Autoridades da França e de outros países ocidentais se recusaram a dizer se haverá uma votação, já que tal medida provavelmente enfrentaria um veto russo.

O documento, que circulou entre os membros do Conselho pouco antes do encontro, também pede pelo retorno das tropas da Geórgia às suas bases e demanda o cumprimento imediato e total do cessar-fogo que os dois países assinaram.

"Integridade territorial"

A proposta também se refere à "integridade territorial da Geórgia de acordo com suas fronteiras reconhecidas internacionalmente" --conceito que a Rússia diz que agora está obsoleto pois as duas regiões separatistas apoiadas por Moscou recusam uma reintegração ao país.

A crise começou no último dia 7, após a Geórgia tentar recuperar um dos dois encraves --a Ossétia do Sul através de uma ação militar. A Rússia respondeu rapidamente com grande força e invadiu o pequeno país vizinho.

A proposta francesa substitui um texto mais longo que havia ficado sob negociação por alguns dias e que teria apoiado o plano de seis pontos.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, disse nesta terça que Moscou quer uma resolução que inclua o texto do plano de paz.

Enviados da ONU franceses e americanos disseram a jornalistas que eles haviam mudado da proposta original para a atual, muito menor, porque a Rússia não havia implementado o plano de paz que ela havia assinado.

Alguns tanques e blindados russos deixaram a cidade estratégica de Gori nesta terça, mas a Otan disse que iria romper os contatos com Moscou até todas as tropas russas se retirarem da ex-república soviética.

Citado pelo Kremlin, Medvedev disse hoje que as tropas russas irão voltar na sexta-feira (22) para as posições determinadas pelo cessar-fogo mediado pela França.

De acordo com o documento, a maioria dos militares russos devem se retirar para a Rússia ou para a Ossétia do Sul, e partes do Exército irão ficar em uma zona tampão ao redor da região separatista.

Com agências internacionais