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21/08/2002 - 07h56

Iraque diz que Abu Nidal se matou com tiro para evitar prisão; grupo nega

da France Presse, em Bagdá (Iraque)

O terrorista palestino Abu Nidal, 65, suicidou-se em Bagdá com um tiro na boca quando ia ser levado para um interrogatório pelas autoridades iraquianas, disse hoje o chefe dos serviços de inteligência do Iraque, Taher Jalil Habbuch.

Abu Nidal, cujo verdadeiro nome era Sabri al-Banna, havia entrado ilegalmente no Iraque em 1999, procedente do Irã e com um passaporte iemenita falso, afirmou Habbuch durante uma entrevista à imprensa no Ministério da Informação em Bagdá.

Reuters
O terrorista palestino Abu Nidal, em foto de 1982
Segundo Habbuch, Abu Nidal suicidou-se quando membros dos serviços de segurança chegaram à sua residência para levá-lo a um interrogatório, após descobrir sua presença no Iraque.

"Entrou em um quarto para trocar de roupa e se escutou um disparo. Os membros dos serviços de segurança descobriram que tinha disparado um tiro na boca e que a bala saiu por trás do crânio", afirmou Habbuch.

"Morreu oito horas depois no hospital para onde foi levado", afirmou Habbuch, sem precisar a data do suicídio.

Abu Nidal utilizou uma pistola Smith and Wesson para matar-se, segundo Habbuch.

A morte do chefe do Fatah-Conselho Revolucionário (Fatah-CR) foi anunciada na segunda-feira (19) por uma fonte palestina em Ramallah (Cisjordânia) e confirmada ontem pelo vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarek Aziz, que também afirmou que tinha sido suicídio.

Habbuch disse também que as autoridades iraquianas tinham sido alertadas "por um país árabe irmão", a partir de 1999, da entrada de Abu Nidal em território iraquiano.

"Conseguiu entrar sem ser detectado graças ao passaporte iemenita, já que os cidadãos do Iêmen não precisam de visto para entrar no Iraque", declarou.

"Investigamos durante muito tempo até descobrir o local de sua residência, onde se instalara sob um nome diferente ao que figurava em seu passaporte", disse.

Habbuch mostrou aos jornalistas fotos de Abu Nidal com o rosto ensanguentado e o passaporte iemenita com o carimbo de sua entrada no Iraque pela passagem na fronteira entre Iraque e Irã.

"Encontramos em sua residência outros passaportes falsos, assim como cartões de identidade com diferentes nomes e diferentes fotos", afirmou.

"Também encontramos armas leves, duas pistolas com silenciadores, oito maletas-bomba e uma grande quantidade de passaportes de países árabes e não árabes", disse.

Segundo Habbuch, Abu Nidal não estava autorizado a entrar no Iraque desde 1983, ano em que as autoridades descobriram sua implicação "em atividades contra a segurança do Iraque e a segurança nacional árabe".

Outro lado
O Fatah-Coselho Revolucionário (Fatah-CR), movimento palestino do terrorista palestino Abu Nidal, acusou hoje o serviço secreto iraquiano de ter assassinado seu chefe, segundo um comunicado recebido pela agência de notícias "France Presse" em Beirute (Líbano).

"A versão do chefe do serviço secreto iraquiano, Taher Habbuch, não é verdadeira, já que o mártir Abu Nidal era um homem crente e sólido e não poderia, consequentemente, suicidar-se", disse o Fatah-CR, por meio do comunicado.

"Consideramos que se trata de um assassinato premeditado, organizado pelo serviço secreto iraquiano."

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